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As vacas também mugem

Não sei quantas laçadas
hei-de dar
nesta maldita corda
que me envolve o pescoço
de azedume e rejeição.

Será que ela condiz
com o meu fato de serapilheira
que carrego no meu dorso?

Digam lá!
Quantas laçadas tenho que dar?

Faz-me tanta falta
um pouco de dignidade,
nasci na lavoura
e com ela perdi a virgindade,
a sombra já repousa
nestas mãos inférteis
do pão de outrora,
sossego agora a minha inutilidade
debaixo das azinheiras
crédulas de cordas cânhamo.

Raio que os partam
que as vacas também mugem,
apresam-nos agora a morte
em malgas desertificadas,
de arados de seiva,
dos cantares rústicos
das crianças que já não voltam.

Submited by

terça-feira, outubro 21, 2008 - 14:36

Poesia :

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ConceiçãoBernardino

imagem de ConceiçãoBernardino
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Comentários

imagem de Henrique

Re: As vacas também mugem

Um poema com arte, razão e sentimento!!!

:-)

imagem de zizo

Re: As vacas também mugem

Um lugarejo algures perdido nos montes onde os sonhos se perdem na profundeza de um poço.
É preciso içar o balde para os trazer à tona dessa fúria (in)contida.

Beijo

imagem de MariaSousa

Re: As vacas também mugem

Muito bom, Conceção!

Por vezes, os mteus poemas são gritos deseperados que não ferem os ouvidos. Só a alma...

Bjs

imagem de nomada

Re: As vacas também mugem

Os teus poemas têm sempre o seu quê de intervenção...
Além de extremamente belos e bem construídos, têm o condão de me deixar a matutar.

Beijo.

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