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Valores familiares
temos somente explorado você.
Não temos sido as crianças que você poderia chamar de filhos,
mas alguns de nós tentam.
Mãe, mãe,
sabemos que merecemos isso:
todo o mal que causamos a você
está te matando devagar, suavemente.
Ei, Adonai!
Esse mundo é o mundo real?
Pai, pai,
você sabe o que temos feito.
Você está sempre observando tudo,
mas fazendo nada.
Pai, pai,
pegue todo o nosso dinheiro.
Isso é tudo o que podemos te oferecer
para nos fazer valer alguma coisa, ou nada.
Ei, Adonai!
Esse mundo é o mundo real?
Irmão, irmão,
eu não te reconheço.
Eu não sinto que pareço com você, não mais.
Embora estejamos cada vez pior e pior e...
Irmão, irmão,
não é hora de parar?
Toda vez que você tira o meu fôlego
você tira um pouco do tempo de nossas vidas.
Ei, Adonai!
Esse mundo é o mundo real?
Filha, filha,
desculpe a bagunça.
Eu ainda acho que é tempo de consertar as coisas,
deixe-me tentar.
Filha, filha,
nunca faça como eu fiz:
agora pagamos o preço pelo que foi feito
e não há como voltar ou mudar.
Ei, Adonai!
Esse mundo é o mundo real?
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Valores familiares
Trata-se de reflexão sobre o mal estar causado pela civilização do homem: um pedido de desculpas, um lamento a tudo que temos causado à nossa "mãe" (natureza/Terra); um arrependimento por termos inventado nosso "pai" (Deus/governo); um desapontamento com o nosso "irmão" (o homem/o semelhante); uma vergonha esmagadora perante nossa "filha" (vida/consequências). Vivemos num pesadelo sufocante do qual queremos acordar desesperadamente, eternamente nos perguntando "esse mundo é o mundo real?".