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Veneno
Como um mar de tormentas
Que agita suas águas violentamente
São seus olhos a causar-me o espanto
Como o vento insano a atingir meus pensamentos.
O teu olhar é um lugar escondido
Cheio de mistérios a perturbar-me o tempo todo
Nele as palavras de amor estão escondidas
Na noite fria de eterna recordação.
Esses teus olhos
São como pontes a ligar-me ao seu coração
Na minha cegueira causada
Pela visão magnífica de ínfimas fogueiras de paixão.
O teu olhar, como lápide de um adeus
Traz ao meu coração a lágrima fria
De uma alma que grita no silêncio
De uma sepultura vazia.
No seu olhar vejo uma névoa de tristeza
Que irrompe o meu silêncio
Como uma tempestade violenta
Que tenta espantar os meus sonhos.
O teu olhar perturba-me
Provoca-me os desejos mais intensos
Insanos e profusos
E faz-me te querer o tempo todo.
Mas, seu olhar é veneno
Que enfeitiça minha consciência
Onde perco-me no abismo
Do qual não consigo libertar-me.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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