CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Versão Endovélica de mim próprio

Meu instinto é um pragmático, pacato devoto do dedo mindinho,
Minha ilusão foi doada por videntes sérvios, sendo dum país
De cegos, creem ambos nas impressões que não sinto, bora sinta,
Inda que estranhas, indiscretas estas que ocorrem, acordam acocoradas

Sob minha pele fina, nas veias, como fosse vulgar tê-las, desgrenhadas,
Intimas e tão próximas de mim e eu delas, nos cabelos, nos sovacos,
Na pele, nos cotovelos inda que dobrados em dois, do avesso e em socalcos,
Sob mim próprio, sob a nuca, em cabelo, versão Endovélica

Das minhas singularidades, sendo nem humanas, são fendida diagonal
Em proporções desiguais, comum numa cana verde ainda,
É uma amálgama das coisas mais estranhas sentidas em par,
Defendidas por um macabro ser, sem olhos, sulas orelhas

E uma sinistra ameia ou janela, pendente das rudes pontas
De seis dedos, a enésima parte do real. Magro tronco, branco sujo
Cor da anemia, rosto de esqualo, enguia preta, eirós sem volta
Ao mar profundo, um poço iniciático, metafísico, inumano.

Sonho todavia ser salvo da morte por alguma espécie de enviado,
Imagino-me sentado, costas viradas para um místico postigo por
Onde surgirá a anunciação, a citação de que tenho "estado à espera"
Quando não mais ocupar espaço físico em Terra-surda, suja e crua.

Falta-me em acção o peso que pesa minha sede, destaco a renúncia
Sobre a vontade de viver, o exilio e a separação de mim próprio,
Por vezes cruel por vezes táctil, sendo a actualidade uma miragem
Em que nem o sonho ou a crença contribuem para mover a indiferença

Das mãos, levito entre dois mundos, evito as arestas por covardia,
Duvido da devoção desmedida, desminto-me e demito-me da função
Da consciência, embora não consciente daquilo que digo, afirmo
A minha falta de serenidade a cada vez que respiro pelas veias

Do pescoço e mais abaixo, com esforço. Faz-me falta o repouso
Embora seja uma contrariedade alheia ao meu corpo, prático e
Devotado a profissões de risco puro, excessos são sensações, diferença
É substância, fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

Joel Matos ( 15 Junho 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

terça-feira, junho 15, 2021 - 17:55

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

imagem de Joel
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 5 semanas 3 dias
Membro desde: 12/20/2009
Conteúdos:
Pontos: 42009

Comentários

imagem de Odairjsilva

Escrita sublime

É o que posso dizer sobre seus versos. Digo sem hipocrisia que sinto-me inspirado todas as vezes que leio-te. É muito profundo, confesso, e preciso me atentar nos detalhes, o que faz sua escrita rica demais. Abraços poéticos!!!

imagem de Joel

Obrigado Odair

Obrigado Odair, todos nós nos inspiramos uns nos outros, ninguém cresce e aparece isolado, a superioridade é a ilusão ignorantes, as ervas quando germinam não escolhem local ou subúrbio, apenas procuram claridade, são orgulhosas e gulosas por luz, assim como a nossa escrita quer a sucedânea como esta minha ou a superior ou suis generis procuram ser apreciadas, seja gramínea ou erva daninha concorrem ambas por espaço vital e pela luz do dia, neste caso tu és a luz que me guia, sou um miúdo pouco seguro, uma criança de escritas pouco simétricas e conceitos básicos assimilados doutros embora saiba dar lustro aos sapatos e ao pelo com os vossos elogios, coisa que aprecio soberanamente, muito obrigado (vemos-mos por aqui de futuro e sempre, um abraço)

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

imagem de Joel

fundamental é sentir no mundo

fundamental é sentir no mundo mais que ninguém, a avença.

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Joel

Tópico Títuloícone de ordenação Respostas Views Last Post Língua
Poesia/Geral Em Vila, Praia ou Âncora … 1 1.386 02/20/2018 - 18:03 Português
Ministério da Poesia/Geral Pedra, tesoura ou papel..."Do que era certo" 1 2.508 06/21/2021 - 16:21 Português
Ministério da Poesia/Geral Rua dos Douradores 30 ... 1 1.783 06/21/2021 - 16:25 Português
Ministério da Poesia/Geral "Semper aeternum" 13 3.135 10/16/2018 - 09:28 Português
Ministério da Poesia/Geral A hora é do tempo, a Ágora 10 1.290 03/21/2018 - 13:31 Português
Ministério da Poesia/Geral Ânsias ...lais de guia... 92 2.157 10/22/2019 - 15:33 Português
Ministério da Poesia/Geral Antes de tud’o mais ... 13 2.139 10/16/2018 - 09:30 Português
Poesia/Geral Cumpro com rigor a derrota 1 943 06/21/2021 - 15:36 Português
Ministério da Poesia/Geral Doce manifesto da vida 50 1.340 10/22/2019 - 15:32 Português
Ministério da Poesia/Geral Excerto “do que era certo” 1 1.554 06/21/2021 - 16:25 Português
Poesia/Geral I can fly ... 11 3.181 10/16/2018 - 09:41 Português
Ministério da Poesia/Geral JOEL MATOS 14 3.311 10/16/2018 - 09:31 Português
Poesia/Geral Morto vivo eu já sou … 496 3.713 05/09/2019 - 11:06 Português
Ministério da Poesia/Geral O avesso do espelho... 5 1.787 03/01/2020 - 21:02 Português
Poesia/Geral O erro de Descartes 479 2.820 04/09/2019 - 11:49 Português
Ministério da Poesia/Geral O Estado da Dúvida 2 1.865 01/24/2020 - 21:05 Português
Prosas/Contos O Transhumante Ou "Versus de Montanya Mayor" 1 2.455 02/28/2018 - 17:11 Português
Ministério da Poesia/Geral Peixes ... 10 2.401 05/25/2018 - 09:31 Português
Poesia/Geral Por onde passo não há s’trada. 30 277 02/18/2024 - 21:21 Português
Ministério da Poesia/Geral Pra'lém do sonhar comum ... 80 2.433 10/22/2019 - 15:03 Português
Ministério da Poesia/Geral Puder-eu-o-ter 10 1.403 08/07/2018 - 16:44 Português
Ministério da Poesia/Geral V de Vitória - Revolução - 537 4.423 04/03/2019 - 16:43 Português
Poesia/Geral “Mea Culpa” 5 633 11/29/2022 - 22:37 Português
Poesia/Geral "Ida e volta" 10 1.830 05/25/2018 - 09:39 Português
Ministério da Poesia/Geral "Je ne dis rien, tu m'écoutes" 468 4.179 03/30/2019 - 17:13 Português