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Vigílias

I

É o descanso iluminado, nem febre nem langor, na cama ou no prado.
É o amigo nem frágil nem ardente. O amigo.
É a amada nem torturadora nem torturada. A amada.
O ar e o mundo a se buscar. A vida.
— Então era essa?
E o sonho refresca.

II

A iluminação volta à árvore de cimento. Dos dois extremos da sala, quaisquer
cenários, elevações harmônicas se juntam. A muralha diante do vigia é uma
sucessão psicológica de cortes de frisos,zonas atmosféricas e de acidências
geológicas. — Sonho intenso e rápido de grupos sentimentais com seres de
todos os caracteres em meio a todas as aparências.

III

As lâmpadas e os tapetes da vigília simulam o rumor de ondas, de noite, ao
longo do casco e ao redor do steerage.
O mar da vigília são como os seios de Amélia.
As tapeçarias, à meia altura, matas de tricô tingidas de esmeralda, onde se
atiram as pombas da vigília.
A placa negra da lareira, sóis reais das praias: Ah! poços de magia; única
visão da aurora, agora.

Jean Arthur Rimbaud
Livro: Iluminações

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segunda-feira, fevereiro 23, 2009 - 18:28

Poesia :

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JeanArthurRimbaud

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Comentários

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Re: Vigílias

Muito bom, gostei de ler! :-)

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