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Vinho e veia

Odeio-te por te amar tanto
Desde a intensidade do tacto
Àquele calafrio da água sede
Minha sede! Ébria do toque dos teus lábios
de sabedorias frondosas de bagas maduras de uva negra.

Néctar-me contigo
Na mescla do sangue que nos percorre
No mesmo berço
Sem terço
Sem pecado.

Lançar o chamamento
penetrando,
As noites em que conto os dias
projectando,
O futuro tão antigo quanto o presente.

Mas odeio-te por te amar tanto
Não me interrogo
Nem te chamo.

Deixo que os céus dramáticos nos interroguem
Enquanto surge a insónia
na superfície vitrica escaldante inconstante
dos teus passos seiva que queimam,
O céu da minha boca.

Mas amo-te tanto que me odeio
Não te interrogo
Chamo-te,
A quebrar tudo o que tenho
num salto sóbrio que é só teu.

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quinta-feira, maio 8, 2008 - 20:00

Poesia :

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admin

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Comentários

imagem de Obscuramente

Re: Vinho e veia

Gostei do ciclo de contradições...

beijo...

imagem de MariaSousa

Re: Vinho e veia

Um belo poema. Agridoce...

Gostei muito!

Bjs

imagem de Andarilhus

Re: Vinho e veia

Com esse calor, as veias dilatam e o vinho, aquecido, tudo conquista com os seus vapores de noite e de tempestade cálida... E quem resiste? Quem se disciplina e não deixa correr os seus galgos da paixão?
Possante.
Beijo
"(º0º)"

imagem de Henrique

Re: Vinho e veia

Bom vinho, boas veias!!! bj

imagem de Ajota

Re: Vinho e veia

Gostei tanto que me calo para saborear.

Beijo *

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