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Vizinho
O vizinho
Observando-o
Há dias que observava
Um escultural vizinho
Que no seu apartamento dançava
Tinha vezes que sozinho
Ficava horas observando
Poderia dize-lo que perfeito
Tudo quanto andava sonhando
De dia a noite no meu leito
Na serenidade faltava-me coragem
E nem o desejo a dominava
Um dia numa conversa a margem
Contei que o observava
Em tão de brincadeira
A minha amiga conhecia-o
E chegada a derradeira
Ela ia-me apresenta-lo
O convite
Convidou-me para sair
Depois de longas conversas
Acabamos por ter de ir
Ao seu apartamento a pressa
Como tinha perdido a carteira
Acabamos por ficar por ali
Tomei as rédeas como cozinheira
Entre o vinho e os risos cai
Instala-se um clima
Quando me tenta ajudar
Ele puxa-me para cima
E começamos a dançar
O suave tango argentino
Que depressa não tarda acelerar
Devagar devagarinho
Larga-me para me reclamar
Deslizando de joelhos pelo chão
A minha beira bem parar
Agito a sai como o coração
Lança-me um sublime olhar
Passas-me tuas moas
Suaves deslizando sobre as pernas
Desespera o bater do coração
Beijando-me os lábios e as fendas
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Poesia :
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