VOO POR ONDE A LÁGRIMA CAI

Vivo onde o mundo morre.

Árvore partida.

Folha caída,
seca em pranto de Outono.

Paro onde o tempo corre.

O tempo à janela
de uma palavra em nuvens de saudade.

Voo por onde a lágrima cai.

Ar de marfim.

Vento mudo,
noite fria ao luar destes lábios sós.

Canto onde o silêncio dança.

Ausência.

Sombra pelo chão, a voz
do coração como âncora por onde tudo foge.

Onde fico parado
sobre a velocidade da morte.

Toca-me o olhar o adeus,
céus perfeitos de amor perdido.

Poema ardido por todos os lugares.

Alguém dormente no pensamento.

Alma que na chuva grita,
corpo sem lei na tempestade.