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QUEM SERÁ?
Quem será que bate a esta hora?
Não espero ninguém, quem será agora?
Não sei se abra a porta ou se finja que não ouvi,
Não há vento, não há chuva, quem será que vem aí?
Abro a porta, espreito a noite, ninguém aparece,
Se não é ninguém, porque será que isto acontece?
Será imaginação, não me parece, certamente,
Tudo me leva a crer que é lapso da minha mente.
Começo a ficar curioso, a calma da noite é tão bela,
É intrigante este bater, sem ver nada que bata nela,
Olho para um lado, olho para outro, mas em vão,
Começo a ficar assustado com o bater do meu coração.
Batem, batem, mas mal se ouve neste tempo de agora,
Espero que a porta se cale e esse alguém se vá embora,
É tão leve este toque, só o silêncio tem este bater,
É tão delicado este toque, que é difícil de perceber.
A porta abre – se sozinha, não foi preciso eu abrir,
Ninguém entra, ninguém sai, quem será que vem a seguir?
Meu Deus, o que se passa, este tempo é tão medonho,
Será que é realidade, ou será que sou eu que sonho?
Sinto que alguém me beija e me abraça,
Não vejo corpo, não vejo nada, mas eu gosto do que se passa,
Sinto também um cheiro, como se fosse duma flor,
Este alguém que me abraça certamente é o amor.
É tão bom ter por companhia,
Este amor que há tanto tempo não sentia,
Agora sinto – me plenamente descansado,
Por ter o amor sempre ao meu lado.
2008-Estêvão
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