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A ÁGUIA, O GAVIÃO E A COBRA


Maria Hilda de J. Alão
 
Morava em um buraco, no canto da cerca, o rato Dom, a esposa e o ratinho Leleco, filho do casal. O ratinho ainda bebê não saía da toca. Quando Dom partia para arranjar comida, ele recomendava à esposa que tivesse muito cuidado com o bebê. Ele dizia:

- Cuidado com a águia, o gavião e a cobra.

A mãe, a rata Tininha, sempre vestida com um vestido de chita e avental muito branco, cercava de cuidados o ratinho que foi crescendo e já estava na fase da curiosidade, do querer saber tão presente nas crianças em crescimento. Ele perguntava tudo, queria saber tudo, conhecer tudo e não queria resposta evasiva ou pela metade.

- Mamãe, por que não posso ir lá fora sozinho?  - perguntava com impaciência – Eu já sou grandinho...

- Porque ainda não sabe se defender da águia, do gavião e da cobra. – respondia Tininha enfatizando as palavras do seu marido, o rato Dom.

O ratinho Leleco cresceu mais um pouco. Agora era chegada a hora de deixá-lo sair para conhecer as redondezas da toca.
A mãe fez milhões de recomendações. E lá se foi Leleco com seu nariz cor-de-rosa cheirando tudo, investigando cada pedaço do terreno. Na sua cabeça dançavam as palavras que lhe foram ensinadas como sinônimo de perigo: águia, gavião e cobra. Ele foi se afastando mais e mais da sua casa. Avistou um lugarzinho bonito onde o verde da grama rasteira predominava. Imaginou que em caso de perigo poderia se esconder ali.
Estava encantado olhando a beleza do lugar quando ouviu uma voz falando com ele.

- Olá, ratinho! Nunca vi você por aqui.

Leleco olhou espantado para aquela criatura de pelo brilhante, olhos verdes fosforescentes, dentes afiados e longos bigodes. Lembrou da recomendação da mãe. Como ele poderia saber se era águia, gavião ou cobra se nunca vira um deles? Então arriscou a pergunta:

- Você é uma águia?
- Não.
- Você é um gavião?
- Não.
- Então é uma cobra?
- Não.
E se um deles estivesse disfarçado naquele bicho bonito com cara de bonzinho? Imaginou Leleco. Sendo assim ele estava correndo perigo. Não titubeou. Saiu em desabalada carreira de volta à segurança de sua toca ao lado da mamãe. Assim que entrou Tininha perguntou.

- Filho, como foi lá fora?

- Foi muito bom. Eu não vi nem a águia, nem o gavião e nem a cobra, mas conheci um bicho muito bonito com cara de bonzinho. Ele tem pelo, uns olhos verdes fosforescentes, uns dentes muito afiados e uns grandes bigodes.

A mãe tremeu. Ela nunca falou desse perigo para o filho. Foi por omissão? Esquecimento? O remorso tocou seu coração de mãe só de imaginar o perigo que seu bebê correu. Tomando coragem ela disse.

- Filho, aquele que você viu não é um bicho bonzinho. É um gato perigoso para os ratos. Nunca, nunca mesmo, se aproxime de um gato.

Foi prestando atenção ao conselho dos pais que Leleco se livrou de uma grande enrascada.

Moral: Mostre e explique todos os perigos do mundo para as crianças. Não omita nada.

(histórias que contava para o meu neto)
 

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sábado, março 26, 2011 - 12:44

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Magamadalao

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