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1º Encontro

Paguei, fui em direcção a casa, mas a minha pulsação acelerava quanto mais me aproximava, a cada passo, parecia uma parva, porquê sentira-me assim? Sentia-me como se tivesse acabado de beber três capuchinhos de seguida e na verdade apenas ia tocar a campainha de alguém que não conhecia, mas a aceleração era cada vez mais rápida, parei a frente da porta, uma porta de ferro azul e vidros grossos, respirei profundamente antes de tocar, estiquei a mão, ouvi um barulho, exitei, era um gato pardo que agora parava e olhava para mim, estranho, parecia mesmo que estava a observar-me, ele como se estivesse a disfarçar começou a lamber uma pata, deixa de ser tola, dizia para mim mesmo, respirei novamente, e estiquei o dedo para tocar a campainha, mas havia algo que não entendia bem que me impedia, joguei a mão a minha bolsa, tirei um cigarro para relaxar e resolvi dar a volta, o gato seguiu-me, passo a passo, senti-me mesmo seguida por ele, e quando parei e olhei para traz o gato parou, fitou-me novamente e lambeu a pata de modo dissimulado, meu cigarro estava a meio, joguei-o para o chão de modo impulsivo e decidido, passei pelo gato que acompanhava-me os movimentos e fui em direcção a mesma campainha, toquei rapidamente antes que a excitação me voltasse, uma voz perguntou-me quem era e eu… disse o motivo pelo qual vinha, respondeu-me vou descer sem hesitar, ouvi a porta de sua casa abrir-se e fechar-se, seus passos rápidos pelas escadas, enquanto sem saber porque minha pulsação acelerava, olhei a volta e não via o gato, e o vulto crescia atrás do vidro, abriu-se enquanto sem explicação alguma meu coração que disparava começou a abrandar, o Rapaz olhou-me nos olhos e apesar de não o conhecer reconheci-me naquele olhar, minha pulsação foi voltando ao normal, vi-me naquela fisionomia, um sorriso começou a crescer nos meus lábios, daqueles sorrisos que fazemos quando revemos alguém que gostamos e que não vemos a muito tempo. Olá chamo-me Sofia, disse, enquanto aproximei meus lábios do seu rosto da mesma forma que se beija o antigo namorado do liceu que encontramos por acaso, ele, até o momento, uma palavra sequer dizia, calado estava como quem não tem palavras, vi-o claramente perdido no meu olhar, parecia que a marca daquele beijo no rosto tinha ficado lá, eu olhava e sorria, nele via-se a atrapalhação natural dos homens quando recebem um toque de afecto não esperado, pois essa era a palavra, sorriso nos lábios, afecto no beijo, um simples beijo, simples beijo? O que? Será um simples beijo? Havia a pouco tempo atrás aprendido que quem diz um simples beijo não sabe o que é o beijo, beija por obrigação ou educação, realmente não era um simples beijo no rosto, era mais que isso, foi um beijo que saiu espontaneamente, respeitosamente e amavelmente, fui algo impulsivo, beijar assim mesmo no rosto um estranho? Nem parecia meu, ou melhor, era o eu que tinha afogado nos últimos anos devido as convenções sociais, dei, soube-me bem dar aquele beijo e ele… já estava a começar a ficar vermelho, corado, sem saber o que dizer, eu só sorria e olhava, não estava a gozar-lhe ou algo parecido, apenas queria que aqueles segundos se tornassem eternos na minha memória, e alem disso estava a gostar de ver o turbilhão de pensamentos que ele escondia por traz dos seu olhos.

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Ass. Sofia

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quinta-feira, junho 5, 2008 - 11:31

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Veiga

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Re: 1º Encontro

sofia, muito prazer!!

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