CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A Casa de Barro

Existia no pátio da casa onde passei parte da minha infância, um grande pé de figueira. Os galhos se estendiam até o chão e eram tantos que dava para se esconder embaixo da árvore. E foi lá que fiz a minha primeira casinha. Só tinha um problema: à noite não dava para brincar, porque o pátio ficava um pouco escuro e eu tinha medo da tal Periquita, uma anã que vivia pelas ruas da cidade. Ela entrava nas casas sem pedir licença e quando eu fazia alguma arte, a mãe me dizia que ia me dar para ela. Por esse motivo, eu sempre ficava com medo, mas a vontade de brincar, mesmo à noite, era maior que o medo. Precisava de luz na minha casinha. Então meu irmão, que era o inventor mais jovem e criativo, resolveu a situação para que eu tivesse luz na minha casinha. Cortou a parte superior de uma lâmpada e pendurou num dos galhos da figueira. O passo seguinte, foi caçar vaga-lumes à noite. Eles apareciam muito, logo ao anoitecer. Então caçamos vários e colocamos dentro da lâmpada. Lá eles ficavam piscando e piscando, iluminando a minha casinha, mais parecendo uma árvore de Natal.
Essas eram as brincadeiras que fazíamos, quando crianças. Nada que se compare com a forma de brincar dos dias de hoje. Mas sempre queríamos inventar mais coisas. Eu precisava de uma casinha de verdade. Então percebi que o meu vizinho, que morava na frente da nossa casa, havia feito um muro e haviam sobrado muitos tijolos. Pensamos em pedir para ele, mas a mãe não poderia saber o que pretendíamos fazer. Assim que anoiteceu, reunimos a criançada para brincar de esconde-esconde. E onde é que a gurizada ia se esconder...? Claro que atrás dos tijolos. Eu ficava contando até dez, atrás do muro. Então cada amigo corria com um tijolo na mão e ia passando pela grade do muro. No outro dia, o vizinho nem percebeu que haviam sumido alguns tijolos, porque ficaram jogados na calçada durante muito tempo. Foi a primeira casa de brinquedo que fiz para mim. Precisei cavar um quadrado no chão, para aumentar a altura da casinha. Depois, fiz uma massa com terra e água e foi assentando os tijolos. A janela foi feita com uma caixa de goiabada, que tinha uma dobradiça. Ficou perfeito. Dava para abrir e fechar a janela. Para o telhado, peguei algumas madeiras que haviam no pátio e pronto: lá estava a minha casinha, pronta para ser usada. Se a minha mãe descobrisse essas peraltices, com certeza a varinha de marmelo iria cantar nas minhas pernas.
Débora Benvenuti
http://colchaderetalhos13.blogspot.com.br
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2751 leituras
other contents of deborabenvenuti
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | O que ouves Agora? | 0 | 1.370 | 05/23/2014 - 19:04 | Português | |
Poesia/Amor | Folhas Amareladas | 0 | 1.909 | 05/23/2014 - 18:48 | Português | |
Poesia/Amor | As Chaves | 0 | 3.273 | 05/19/2014 - 19:45 | Português | |
Poesia/Desilusão | A Carta | 0 | 2.644 | 05/17/2014 - 22:21 | Português | |
Poesia/Amor | Aquarela | 0 | 885 | 05/17/2014 - 22:11 | Português | |
Prosas/Contos | A Razão e a Invenção | 1 | 1.473 | 05/16/2014 - 08:30 | Português | |
Prosas/Saudade | Ser Mãe | 0 | 3.707 | 05/09/2014 - 22:39 | Português | |
![]() |
Videos/Poesia | O Acendedor de Corações e o Amor | 0 | 6.365 | 05/03/2014 - 04:56 | Português |
Prosas/Contos | A Imaginação e o Pacote | 0 | 1.379 | 05/01/2014 - 19:09 | Português | |
Prosas/Contos | A Esperança. o Coração e o Tempo | 0 | 2.963 | 03/30/2014 - 23:11 | Português | |
Poesia/Desilusão | Nuvem Passageira | 0 | 1.675 | 03/04/2014 - 22:24 | Português | |
Poesia/Amor | Seria tão Simples... | 0 | 1.707 | 02/11/2014 - 23:33 | Português | |
Poesia/Amor | Seria tão Simples... | 0 | 1.968 | 01/31/2014 - 23:25 | Português | |
Prosas/Contos | O Tempo, a memória e o Vento | 3 | 2.174 | 01/08/2014 - 15:51 | Português | |
Poesia/Amor | Adormecer | 0 | 1.881 | 12/20/2013 - 20:54 | Português | |
Prosas/Contos | A Consciência, o Pensamento e a Imaginação | 0 | 3.457 | 12/20/2013 - 20:41 | Português | |
Prosas/Contos | Um Amor para Sempre | 0 | 2.490 | 04/08/2013 - 12:51 | Português | |
![]() |
Fotos/Outros | Minha Filha e Eu | 2 | 2.694 | 01/04/2013 - 01:23 | Português |
Poesia/Amor | Sem você | 2 | 1.311 | 01/03/2013 - 23:34 | Português | |
Poesia/Desilusão | Névoas do Silêncio | 0 | 1.317 | 11/10/2012 - 18:48 | Português | |
![]() |
Fotos/Outros | Meu filho e Eu | 0 | 2.769 | 09/10/2012 - 03:23 | Português |
Poesia/Amor | Desejos | 1 | 2.047 | 04/29/2012 - 11:04 | Português | |
Prosas/Contos | O Tempo, a Dificuldade e a Persistência | 1 | 2.212 | 04/26/2012 - 23:14 | Português | |
Poesia/Fantasia | A Consciência e o Cigarro | 1 | 2.086 | 04/23/2012 - 04:17 | Português | |
Prosas/Contos | O Esquecimento | 1 | 2.597 | 04/22/2012 - 18:12 | Português |
Add comment