CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Conselho de amigo

Quando Saleta me disse que se queria deitar comigo não acreditava. Ela era a rapariga mais linda de toda a aldeia. Não pude negar-me, não havia nada que me fizesse duvidar. Ela era maior de idade e era das poucas mulheres, das que viviam ali, que não era da minha família. Se calhar estando com ela podia começar a esquecer a Céltia, o amor da minha vida, com quem infelizmente as coisas não acabaram bem.
As plantas de milho já tinham uma altura considerável; a suficiente para ocultar os amantes nos seus momentos de maior intimidade. Foder entre o milho, uma tradição com muitos séculos que viria a influir na maneira de cultivá-lo. Inicialmente o espaço deixado entre as plantas era menor, quase inexistente, e, com o avançar do tempo foi-se ampliando para conforto dos amantes.
Nenhum dos dous levou preservativos. Cada um por um motivo diferente. Eu porque não gostava deles e ela porque o que queria era ficar prenhe, coisa de que me advertiu desde o momento em que começámos a despir-nos. Pareceu-me uma barbaridade e um acto de egoísmo. Mas ela parecia convencida em querer perpetuar esta raça que copulava no meio dos cereais que depois comia. Visto assim, como o acabo de expressar, até parece que seja uma antiga tradição galaica que simboliza qualquer coisa sobre fertilidade. Fertilidade é o que ela mencionou. Disse-me que me escolheu a mim porque sabia que era fértil, que soube do aborto de Céltia porque entre elas duas não existem os segredos. Sabia que os pais dela não queriam que voltasse andar comigo, e que era por isso que já não andávamos juntos.
A mim não me resultava incómodo fazer parte desse repentino impulso maternal de Saleta. Eu queria estar dentro dela e assim foi. Não tinha nada que perder, menos ainda depois de que me aclarasse que não me ia reclamar a paternidade do engendro que saísse dali. Eu só tinha que preocupar-me com entrar e esvaziar-me. Também sabia, pelo que me contaram, que não é tão fácil ficar grávida. A minha tia não o conseguiu nem tomando o banho das nove ondas na Lançada.
Saleta queria dirigir o processo do início ao fim. Mandou que me deitasse no chão e, ajoelhando-se, sentou-se sobre mim. Levou o meu pénis para dentro da vagina e pediu-me que me deixasse levar e que não a esperasse, porque não queria sentir prazer, tão só receber a minha semente. Desde o início começou a mover-se rápido com a intenção de acabar aquilo o mais rápido possível. Queria ter vida dentro dela, e enquanto me fodia pensava em como ia chamar àquela criatura. Cada um estava no seu. Eu só queria que aquele momento não acabasse nunca, porque sabia que era a única oportunidade que ia ter na vida para poder estar com aquele vulcão. Se calhar vulcão não é a palavra acertada para esta metáfora, porque o verdadeiro vulcão era o que eu tinha prestes a rebentar. Resistia-me a ejacular prolongando o coito todo o tempo que fosse possível. Sonhei tantas vezes com esse corpo perfeito que aproveitava para tocá-lo com as minhas mãos. Ela, que sabia que isso ia ajudar a excitar-me mais, deixava-se tocar.
«Que estás a fazer, estúpido?», berrou uma voz no meu interior. Dei-me conta de que o que estava a fazer era desprezível. Eu estava a ser tão egoísta quanto ela. Embora eu achasse que as possibilidades de engendrar eram poucas, achei que podia ser um risco muito alto e o dano ia ser irreparável. No momento preciso em que senti que os meus soldados se dispunham a sair, separei os nossos corpos, abandonando os meus valentes guerreiros sobre o monte de vénus dela. Olhou-me com cara de ódio, deu-me uma surra e chamou-me porco. «Isto não é o que falámos. És um covarde». Foi para a fonte lavar-se, e eu, que conservava a calma e era capaz de pensar racionalmente, disse-lhe por experiência própria, que não se lavasse com  porque o sémen, ao entrar em contacto com a , solidificava, criando uma espécie de goma que depois não ia poder eliminar dos pêlos facilmente.

Submited by

terça-feira, julho 16, 2013 - 15:25

Prosas :

No votes yet

luispirucha

imagem de luispirucha
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 10 anos 39 semanas
Membro desde: 07/16/2013
Conteúdos:
Pontos: 15

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of luispirucha

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Prosas/Contos Triste, podre, despedaçado e sem futuro 0 235 07/16/2013 - 16:52 Português
Prosas/Contos Aprenda a vomitar em 30 dias 0 241 07/16/2013 - 16:48 Português
Prosas/Contos Futuro condicional 0 262 07/16/2013 - 16:41 Português
Prosas/Contos Conselho de amigo 0 227 07/16/2013 - 15:25 Português
Prosas/Contos A minha vez 0 314 07/16/2013 - 15:23 Português