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De repente
De repente, dou-me conta de que não somos nada nesta vida e, num piscar de olhos, tudo aquilo que lutamos para conquistar pode perder todo o sentido.
De repente, muito de repente, pega-me pensando em por que e para que estou vivendo e me pergunto se um dia entenderei a razão de tudo que tem acontecido na minha vida.
De repente, sinto que não controlo nada na minha existência, como se eu fosse um barco à deriva, e me desespero porque quero sentir que minhas ações me levam a algum lugar.
De repente, vejo que pratico atos sem entender o que me move.
De repente, eu tento imaginar que sou outra pessoa e percebo ser uma proeza impossível, pois não posso pensar nem sentir senão como eu mesma.
De repente, eu resolvo que é hora de parar de refletir e decido me limitar a deixar que as sensações deste mundo passem por mim e que eu as sinta sem procurar decifrá-las.
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