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Diálogos noturnos
- Dá um beijinho, meu bem...
- Ta bom Euclides, só um beijinho. Nada de assanhamento que eu quero dormir.
- Nada, assim... nadinha de nada?... nem...
- Nada, Euclides! Nem!!!
- Andas ficando mazinha...
- Ando ficando é cansada, Euclides. Cansada!!!
- Sei. Depois vai reclamar se eu me engraçar pra outra!
- Que outra, Euclides; que outra? A assanhada da rua de trás? Hahahahaha.... Acaso pensas
que tens pipa pra apagar aquele fogaréu? Há quanto tempo não fazes... Bem, deixa pra lá...
- Zombas, tá! Zombas! Mas não precisas me humilhar não! Só porque de vez em quando a
coisa não funciona...
- De vez em quando? Esse teu “de vez em quando” é igual a “NUNCA”! Nesses últimos
três anos, tu só me destes canseira, Euclides. E ainda ficas te achando “o garanhão” da rua.
Pensas que não vejo? Sou cega não!
- Sou um homem novo, Marina. E bem apessoado, diga-se de passagem. Me visto bem,
tenho boa conversa.
- Certo. Homem novo, bonito, CASADO, tens um bom emprego. Pois tás querendo dizer o
que com isso?
- Eu? Nada, Marina. Falei só por falar, mulher. Sabes que só tenho olhos pra ti, minha flor!
Não saio por ai dando em cima da mulherada. Elas é que ficam me “secando”...
- E “secaram” mesmo, Euclides ... Também, se desses em cima delas, ias fazer o que? Cai
na real, meu bem!
- Não esculhamba, ta! Nem é culpa minha se...
- É culpa de quem, Euclides? Acaso estás a pressupor que a culpada agora sou eu? Me
explica isso, vai!
- Não, meu amor! Tu és a minha flor de laranjeira, sempre linda, cheirosa, sedutora.
- Então...
- Sei lá Marina. A culpa é de tanta coisa, sabes?
- Que coisas são essas, Euclides?
- Outras coisas, querida...
- Quero saber que coisas são essas que te deixam assim meio...
- Meio?... Meio o que? Impotente? É isso que ias dizer, Marina?
- Não com essas palavras, Euclides. Mas é mais ou menos isso...
- São tantas coisas, meu amor.
- Que coisas???
- Sei lá... Esse governo, a inflação, o trânsito caótico, a crise mundial. Imagines só como
fica a cabeça de um homem. E se a cabeça não vai bem, o resto não funciona!
- Pois é, né... Se a situação já chegou à esse ponto, eu vou acabar processando o governo,
desinflacionando a moeda, jogando uma bomba no trânsito e ainda terei que resolver o
problema da crise mundial, já que tudo isso está afetando o meu maridinho e botando em
risco o nosso casamento. Mas se eu não dormir agora, Euclides, amanhã sou eu que não
vou funcionar nem pra levar as crianças pra escola!
- Boa noite meu bem!
(Menina do Rio)
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Comentários
Pois é, né...
Diálogos nocturnos, a vida que por nós passa...
:-)
É mais ou menos isso...