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Hector, Matilde & Mukavele

Hector, Matilde & Mukavele

Matilde utilizava uns óculos altamente graduados, com uma armação preta e grossa como o seu marido, diga-se de passagem, um ruandês, garboso descendente da raça dos núbios. A este já não o via à três meses. Estava em Angola, era um técnico de qualquer espécie numa empresa petrolífera e então passava imenso tempo fora do país, em Angola, na Líbia, Arábia Saudita, nesses países do petróleo... Ela já nem se importava com isso, eram casados só no papel, há um ano que se tinham separado. O casamento tinha sido sol de pouca dura, o suficiente apenas para que a semente de Mukavele lhe germinasse no útero. A prof. sentia-se totalmente sozinha, o filho, um miúdo de ar porcino, estava sempre ausente, era um garoto abstraído e ela não tinha tempo nem paciência para o rebento. O seu trabalho ocupava-lhe todo o dia, mesmo em casa era só corrigir trabalhos, testes, mais trabalhos, e tudo, ou quase tudo uma merda! Ela considerava aquela cambada de estudantes um bando de ignorantes, desprezava-os a quase todos. Tinha apenas 4 ou 5 preferidos.
E hoje lá estava ela, mais bravia ainda que o costume. Tinham-lhe sido atribuídas outras duas turmas no mesmo horário, Estudos Europeus e História juntavam-se agora aos cerca de 50 alunos que ela ensinava àquela hora. Mais uma foda! Foi concerteza o que ela pensou.
Logo neste dia, o dia em tinha um “rendez-vous” nocturno com Heitor, o Professor Heitor, que ela achava suficientemente atraente para lhe encher as medidas e hoje às 9 pm, ele estará em sua casa para lhe recordar aquilo que a fez gostar tanto de ser casada, por isso não estava para aturar mais duas turmas de papalvos. Ia fodê-los!

Cerca das 9 am, Heitor relaxava dentro do seu bólide, um Mini Cooper de 1984. Lia calmamente o Record, o seu jornal de eleição, enquanto fumava um cigarrinho feito de tabaco de enrolar e digo cigarrinho porque aquilo que Heitor segurava entre os dedos tinha mais semelhanças com um rebuçado do que com um cigarro propriamente dito. Quando se cansou de lutar contra o facto de não conseguir inalar absolutamente fumo nenhum, resolveu começar a corrigir alguns testes para se distrair. Ainda era cedo, só entrava às 10h30. Ele tinha por hábito chegar bastante adiantado à escola para saborear aqueles momentos de paz, na quietude do parque de estacionamento antes de enfrentar as hordas de selvagens que frequentavam aquele estabelecimento de ensino secundário.
Começou a corrigir os testes. Leu o nome do primeiro que tirou do molho, Hugo Marreiros, e princípiou a análise. Aquilo estava uma desgraça! Heitor voltou a sentir raiva da sua profissão, não conseguia ensinar nada àqueles imbecis. Na sua juventude pensara que o ensino era sua vocação, mas hoje estava arrependido. Os alunos pareciam-lhe sempre intimidantes, não os conseguia ensinar, verdadeiramente não era o “Mestre” em que sempre sonhara tornar-se. Os alunos eram irrequietos, tinham brincadeiras estúpidas, pareciam recusar-se a aprender. E ele não os compreendia. Chegavam mesmo a irritá-lo! Então aquele tal Hugo Marreiros, pensou, lembrando-se do teste, tinha uma brincadeira que lhe desagradava particularmente, fazia não sei o quê com o cinto, Heitor nunca percebeu bem, o que provocava um estalido agudo que o assustava sempre. Às vezes, através dos risinhos abafados, até estava prevenido, punha-se alerta e preparava-se mentalmente para o que estalo que viria a seguir. Mas era inevitável, assim que aquele ruído lhe perfurava os tímpanos todo ele tremia, por dentro é claro, exteriormente o seu rosto permanecia impassível, dava a ideia de não sentir emoções, mas muitas vezes esteve prestes a desatar aos prantos mesmo ali na sala de aula. Aquilo era um som deveras incomodativo!
Saíu do carro, naquele sítio passavam poucos estudantes, e raramente um que fosse seu aluno, mas naquele momento lá vinha um, era preciso azar! Heitor detestava ter de falar ou mesmo cumprimentar os putos que o conheciam ali na escola. Tinha sempre a impressão que gozavam com ele, mesmo quando eles se limitavam a dizer bom-dia. Cruzou-se com o seu aluno e cumprimentaram-se. Este era um dos que Heitor considerava particularmente irritante, um tal Luís Aguiar, sempre com um sorrisinho alarve nos lábios tinha a mania que era esperto, era um dos comparsas do tal Marreiros, Heitor já os tinha visto confabular no intervalo, e a prova é que esse mesmo Luís também tentava provocar o estalido medonho, embora sem tanto sucesso.

Chegou enfim o momento esperado, Heitor iria encontrar Matilde. O dia tinha sido longo e Heitor estava cansado, mas um entusiasmo febril tomou conta de si no momento em que entrou no elevador que o deixaria no seu destino. Olhando-se ao espelho e antecipando mentalmente o que viria a seguir, esboçou uma semi-erecção que o envergonhou, apesar de não estar ali mais ninguém. Antes mesmo de tocar à campainha, hesitou, a ansiedade que o vinha atormentando manifestava-se agora numa completa tensão do seu orgão reprodutor, naquele estado não seria capaz de enfrentar Matilde, pelo menos por enquanto. Decidiu ali mesmo que o melhor era aliviar-se com uma piquena pívia. O vão da escada era suficientemente discreto e ele estava decididamente aflito. Recolheu-se no canto mais escuro que encontrou e passou à acção. O terror de ser apanhado aliado à sua enorme excitação fez com que em menos de um minuto saísse de dentro de si um som gutural, sinal de que a ordem havia sido restabelecida. Agora sim iria bater à porta...
Matilde, dentro do seu apartamento olhava desesperada o relógio, o seu convidado tardava e ela há horas que tinha tudo preparado. Sempre pensara que Heitor fosse um homem pontual, ele sempre havia dado provas de cumprir escrupulosamente horários, normalmente até chegava adiantado quando se encontravam para sair. Talvez o facto de ser a primeira vez que iriam partilhar uma refeição dentro de casa, com tudo o que isso poderia implicar, o tivesse deixado nervoso. Não sabia... Estava ela nestes pensamentos quando ouviu um gemido grotesco vindo, parecia-lhe, do corredor do prédio. Correu a abrir a porta e deparou-se com Heitor, cumprimentaram-se e ele entrou. Ela estranhou-lhe o ar esgazeado e a descompustura das roupas mas não fez comentários. Ele estava ali e isso era tudo o que lhe importava.
Hector entrou, – sim, Hector, porque na companhia de Matilde este era o nome que ele adoptava, Heitor, o cordeiro, tranformava-se em Hector, o super-guerreiro – e o beijo que Matilde lhe deu disse tudo, “she wants me”, pensou logo o belicoso Hector, sempre pronto para um assalto frontal e passou à investida...
Começou por despi-la gentilmente... Com meiga ousadia fez cair o leve manto que a cobria. Ela olhou-o enternecida e em todo o explendor de suas voluptuosas carnes disse-lhe em voz rouca: -Penetra-me daquela maneira doce... – Hector iniciou a cópula, primeiro a um ritmo preguiçoso, “enjoying the moment”, mas pouco depois já a massacrava com aquela intensidade primata de que era especialmente adepto, ao mesmo tempo que gritava enfurecido: -Goza! Goooza! – E ela ofegando, respondia estridente: -Já gozo, meu Deus! Já gozo!
Após o último estertor orgásmico, sinalizado uma vez mais pelo som cavernoso que Hector costumava emitir, quedaram-se lado a lado, esgotados e cobertos de suor. Matilde, insatisfeita com a contenda, desceu o dedo médio e o indicador até ao baixo-ventre e princípiou a acariciar-se, utilizando a outra mão para ir beliscando os seus mui erectos mamilos, cuja excitação dava realmente a impressão de aumentar o volume dos seus pequenos seios. Deitada, de costas no chão frio, levantou os joelhos, abrindo lascivamente as pernas que Heitor observava àvido. Perante este cenário, propício a mais uma refrega, ele não se fez rogado, levou a manápula ao pénis e começou a chocalhá-lo, confiando que através deste gesto familiar depressa o sangue lhe subiria à cintura, mas assim não foi... O seu viril mastro recusava-se a obedecer-lhe, e permanecia teimosamente flácido. Posto isto, Heitor começou a ficar inquieto, mas continuou a masturbar-se furiosamente, cada vez com mais intensidade, até que... Sim, adivinharam... O excesso de fricção naquele orgão sensível deu os resultados esperados, Heitor começou a sangrar do pénis. Ele apenas sentia um leve ardor porque estava de olhos fechados e ainda não se havia apercebido do facto, mas Matilde de olhos arregalados estava fascinada pelo sangue que gotejava copiosamente. Num gesto rápido, quase felino, abocanhou o zeb do seu amante e procedeu, com a devida parcimónia, à sucção.
Aconteceu que Heitor a esta hora já se tinha de deitar, estava exausto, tinha visto sangue e isso desmotivava-o. Fechou os olhos. Apenas queria dormir... Matilde desesperou com este facto, pois permanecia àvida de carninha rija dentro do seu orgão, Heitor obviamente já não a podia satisfazer por isso mandou-o embora:
Baza-te filho da puta! Não tens power suficiente para uma garina como eu! –disse- e apontou-lhe a porta da rua por onde ele havia entrado.
Heitor vestiu as cuecas pele-leopardo e foi-se embora, já não tinha mais nada para lhe dar, embora ainda o desejasse... Sabia que em casa ainda voltaria a ter uma erecção que lhe serviria para bater uma punheta à conta da situação que acabara de ter vivido, e naquele momento isso era o suficiente. Retornou ao seu lar, o ponto de todas as suas dúvidas, angústias, e devaneios eróticos.

Com Matilde ainda na memória, Heitor despertou para mais um dia de trabalho, hoje iria ser particularmente difícil ensinar os mamíferos que o governo lhe destinava, pois na sua mente nem silogismos, nem lógica, nada a não ser Matilde lhe importava. Dentro da sala começou dissertar. Falou, falou, falou e às tantas compreendeu finalmente que ali só ele próprio dava importância àquilo que dizia. Os seus alunos continuavam com todas as suas brincadeiras e conversas, indiferentes a toda e qualquer actividade docente que ali se realizasse, eles nem davam conta de que Heitor lhes estava a ensinar algo, e não se desviavam um milímetro que fosse dos seus caprichos e vontades: ganza, grelo e guita, para aquelas cabecinhas nada mais importava. A única diferença é que uns gostavam mais de ganza, outros mais de grelo e os restantes mais de guita, de resto eram iguais... tristes primatas que não sabiam o que os esperava, o que era a vida, nem o que era uma orgia erótica a meio da noite com Matilde.
Heitor estava de pau feito, aquela miúda na segunda fila fazia-o pensar duas vezes se a expressão pedofilia se aplicaria num caso daqueles, afinal ela tinha já dezasseis, e ele apenas trinta. A miúda era um brinco, linda, com longos cabelos castanho-avermelhados pelo meio das costas, umas nádegas de fazer um morto ressuscitar, e dois pequenos seios em crescimento que se assemelhavam a romãs muito maduras, mais que prontas para a colheita, e ele Heitor mais que disposto a fazer de agricultor. O caso era perfeito e Hector começou a fazer-se sentir. Levantou-se e dirigiu-se para a aluna, encostou-se a ela e fê-la sentir a sua erecção. A jovem não reagiu e Hector num momento da mais pura audácia limitou-se a abrir a braguilha para que ela o visse. Ela viu-o, e como uma boa menina prestou-se ao serviço que compete a todas do seu género: o felátio...
O resto da turma nem pestanejou, à vista de uma cena daquelas, ainda por cima por iniciativa professoral, despiram-se de preconceitos e aderiram ao deboche que em breve se tornou geral. Alunos de ejaculação precoce penetrando alunas de comichões constantes, Hector no meio da acção era o líder das manobras ofensivas que se verificavam, ele próprio tinha as mãos cheias de langonha gostosa que saía da fenda da sua jovem amiga, mas não se satisfazendo apenas com uma fêmea buscou logo um jovem efebo que pudesse sodomizar, embora quase nenhum estivesse disposto a tal violência. Hector com as suas maliciosas carícias lá convenceu um que era notoriamente amaricado e sub-repticiamente enfiou-lhe o mindinho entre as nalgas, mas reacção não foi propriamente efusiva, o aluno estava habituado ao caralho do padrasto que tinha pelo menos dez centímetros de circunferência, logo o dedinho de Hector pouco mais era do que saboroso preliminar, ele queria um chuço viril a encher-lhe o ânus. O senhor professor apressou-se a fazer-lhe a vontade e com um golpe seco enfiou-lhe a piça no cú, o miúdo guinchou mas aguentou-se como um bravo, e Hector principiou a aplicar-lhe um correctivo anal...
Ele estava precisado duma preversão daquelas, depois da noite com Matilde só algo de verdadeiramente extravagante o levaria a tranformar-se em Hector, o seu alter-ego sexual. E ali estava ele, “back in business”!

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terça-feira, julho 1, 2008 - 19:53

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siulraiuga

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