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Idealismo Alemão - Parte XI - Temas de Filosofia

A República
 

Para Kant, um dos motivos para o incremento do militarismo devia-se à ganância despertada pelas riquezas descobertas na África, nas Américas e na Ásia. O desejo pelo butim incentivava a belicosidade que naturalmente já existe nos homens destituídos de cultura e de ética.

Comportamento beligerante que lhe causava uma enorme repulsa não só pelo próprio, mas também por escancarar a hipocrisia daqueles que se autoproclamavam “civilizados” e “religiosos”. Em suas palavras:

“Se compararmos os casos bárbaros de inospitabilidade (...) com o comportamento desumano dos Estados civilizados e, em especial, comerciais de nosso continente, a injustiça cometida contra eles, mesmo em seu primeiro contato com terras e povos estrangeiros, nos encherá de horror; a mera visita a esses povos era considerada por eles como o equivalente a uma conquista. A América, as terras dos pretos, as ilhas das especiarias, o cabo da Boa Esperança etc., ao serem descobertos, foram tratados como países que não pertenciam a ninguém, porque os habitantes aborígines eram considerados como se nada fossem (...). E tudo isso tem sido feito por nações que fazem um grande alarde sobre a sua piedade e que, enquanto bebem a iniquidade como se fosse água, consideram-se os próprios eleitos da fé ortodoxa”.

Ademais, a ambição desmedida em pilhar também se mostrava ávara, vez que o butim e o resultado da exploração colonial eram reservados apenas à elite, restando ao homem comum a duvidosa honra de matar e morrer “por seu Rei ou por sua pátria”.
Para o filósofo, tal comportamento provinha diretamente da típica forma de governo da época, ou seja, a Monarquia Absolutista amparada no falacioso argumento do “Direito Divino”.

Assim sendo, em sua opinião, seria indispensável substituir esse regime pela República, pois se todos participassem do Poder Político os espólios das roubalheiras e explorações coloniais seriam diminuídos substancialmente em nível individual e isto, certamente, também reduziria a cobiça dos mandatários. Passaria, pois, a ser uma tentação resistível.

A esse respeito, aliás, o “Primeiro Artigo Definitivo” de sua obra “A Paz Eterna” proclama que:

“A constituição civil de todo Estado será republicana e a guerra só será declarada por um / plebiscito de todos os cidadãos”.

Afinal, quando aqueles que são forçados a matar e a morrer tiverem o direito de optar, o caminho das armas será o menos trilhado, ao contrário da situação em que se vivia, quando quem decidia pela guerra estava livre de lhe sofrer as agruras e as consequências diretas.

E a pregação de Kant revigorou-se quando em 1795 a Revolução venceu as forças reacionárias e ele pode imaginar que o Sistema Republicano se espalharia pelo continente, plasmando o seu desejo de que não mais se privilegiasse o indivíduo por conta de sua origem e nem que a ele fossem concedidos direitos usurpados aos demais. Uma sociedade que garantisse oportunidades iguais a todos através de um ensino universal de qualidade; de melhoras substâncias no atendimento à saúde, nas condições de infraestrutura e de bem estar alimentar e cultural etc.

Uma sociedade que tendo atendida as suas necessidades básicas, pudesse praticar a sua natural solidariedade e generosidade, tornando-as parte integrante do Imperativo Categórico sem o qual a piedade religiosa não passa de uma triste farsa.

Infelizmente grande parte de seus sonhos e desejos ainda não se realizaram, mas é importante reconhecer que alguns passos foram dados no bom caminho, sendo que há, no mínimo, o crescimento da conscientização da validade dessas aspirações.

Na sequência, para finalizarmos o capitulo dedicado a Kant faremos algumas observações acerca de suas ideias.

Rio de Janeiro, 05 de Junho de 2014
Produção e divulgação de Pri Guilhen, lettre, l´art et la culture, assessora de Imprensa e de RP., do Rio de Janeiro em Junho de 2014.

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quinta-feira, junho 5, 2014 - 16:00

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