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O dragão azul

Havia um dragão azul que vivia em uma montanha situada em uma floresta. Suas escamas eram tão brilhantes como safira e, quando ele abria as asas, não havia nada mais belo, pois eram tão azuis quanto um céu sem nuvens. Este dragão era o guardião da floresta e, do alto da montanha, ele a vigiava silenciosamente. Todos os animais da floresta o conheciam e respeitavam.
Bem longe, havia o mundo dos humanos, que brigavam entre si por motivos que o dragão não entendia: uns queriam tomar terras dos outros, conquistar riquezas ou simplesmente matar os que fossem diferentes. Por essas razões, o dragão nunca saía de sua amada montanha, onde era tão feliz.
Um dia, porém, tudo mudou. Dois reinos inimigos foram combater perto da montanha do dragão azul, que não conseguiu acreditar ao ver bandeiras tremulando ao vento, armaduras reluzentes e cavaleiros montados em garbosos cavalos, tão próximos a ele.
A guerra começou, acabando com a paz da floresta. Os animais principiaram a fugir. O dragão azul não acreditou que pudesse estar presenciando tanta violência sem sentido. Como os humanos se matavam daquela forma estúpida? Estavam se destruindo e perturbando a floresta da qual ele era o guardião, o protetor.
Desesperado, saiu de sua montanha, voando, fazendo-se notar em toda a sua magnificência.
-Humanos invasores, saiam de minha floresta!
Os humanos esqueceram que estavam se matando e viram o viram o dragão azul parado no ar, mal acreditando que estivessem contemplando aquele ser de proporções descomunais, com escamas de um azul tão brilhante e asas de um azul mais puro do que o do céu.
-Um dragão!
-Um monstro maligno!
Prevendo que o atacariam a flechadas, o dragão voou mais alto e, com suas asas, provocou um vento que os derrubou. 
-Saiam de minha floresta! Eu sou o protetor deste lugar e ninguém o destruirá!
Para amedrontá-los mais, o dragão soltou fogo, destruindo a catapulta de um dos exércitos para logo soprar, apagando o fogo, temendo que se espalhasse pela floresta.
-Vão embora, malditos humanos!
Com medo, os exércitos inimigos fugiram. Mas o rei de cada um deles ordenou:
-Matem o dragão! Esse monstro não pode se intrometer em nossos assuntos!
Então, cada um dos exércitos se armou para matar o dragão, o qual, dentro da sua caverna, tinha pressentimentos funestos.
-Provoquei a ira dos humanos e eles não ficarão satisfeitos enquanto não me matarem. Virão aqui para tentar se vingar.
Que faria ele? Se pudesse, poderia abatê-los com fogo, reduzindo-os a cinzas. Mas isto destruiria a floresta que ele jurara proteger.
-Não, eu não destruirei minha amada floresta! Tem sido meu lar há longos séculos e todos os que nela habitam confiam em mim! Preciso fazer algo, não deixarei que a guerra deles a destrua!
E o dragão azul se concentrou, silencioso e meditativo. Acontecesse o que acontecesse, ele não retrocederia nem permitiria que os humanos vencessem. Todo o seu amor pela floresta inundou o seu espírito, encorajando-o a tomar uma decisão.
-Muito bem, humanos, venham.
Quando os humanos foram matá-lo, o dragão os esperava há muito tempo, sereno e imponente.
-Morte ao monstro!
O dragão azul soltou um urro possante que quase os ensurdeceu; e depois provocou uma ventania com as asas, derrubando muitos dos seus cavalos e fazendo outros voarem vários metros de distância, causando-lhes mortes instantâneas.
Mesmo assim, ainda houve os que conseguiram avançar. O dragão tentou conversar:
-Humanos, escutem! Saiam de minha floresta e os deixarei viver!
-Nunca, seu monstro! Nós não descansaremos enquanto não o eliminarmos!
-O quê?! - o dragão se enfureceu - eu vivo nesta floresta há séculos e nunca me revelei a vocês, pois tudo que desejo é paz! 
Sabendo que não havia escolha, o dragão pousou na terra, dizendo:
-Eu não sou um monstro e dou minha vida por esta floresta!
Os humanos mal ousaram acreditar que ele estava ali, indefeso. No começo, hesitaram, mas logo em seguida o atacaram com lanças e flechas, bradando:
-Vamos matar o monstro!
Sentindo os golpes, o dragão azul sofria dores lancinantes. Seu sangue vertia, vermelho, manchando o belo azul das suas escamas e se misturando à terra. A fúria dos humanos crescia à medida que seu sangue jorrava. De repente, o dragão suspirou e seu corpo tombou sobre um número enorme de homens que morreram esmagados.
Um dos cavaleiros se aproximou do dragão caído, que estava tão fraco que mal se movia, vendo um dos seus belos olhos de cor violeta.
-Vou cortar sua cabeça, monstro! ergueu a espada, vitorioso.
Porém, algo inesperado ocorreu. Veio um rugido das profundezas da terra e o dragão, mesmo fraco, sorriu. Seu sacrifício despertara a fúria do espírito da floresta. Ele poderia morrer, mas a floresta se salvaria. Fechou os olhos, vitorioso.
Aterrorizados, os guerreiros gritaram. Devia haver espíritos malignos ali. Entretanto, não tiveram tempo de saber porque um buraco imenso se abriu engolindo-os impiedosamente enquanto gritavam aos céus por socorro.
Pouco depois, uma forma luminosa aproximou-se do corpo inerte do dragão, rodeado pelas criaturas da floresta, que lamentavam sua morte. Tocou-lhe o coração, pedindo:
-Viva, meu amigo. Ao dar sua vida, você deu provas da sua coragem e do seu amor. Portanto, merece permanecer como guardião dessa floresta.
O toque do espírito da floresta aqueceu o coração do dragão, reanimando-o, fazendo a vida voltar a seu corpo, curando-o de suas feridas. 
Ao amanhecer, ele despertou, constatando-se vivo e vendo que sua floresta estava salva. Voou para sua montanha, feliz por ver que continuava sendo o guardião da floresta.

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quinta-feira, março 24, 2016 - 15:20

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