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O Retrato - Capítulo IX

"IX
Chica e Cátia, sentadas nos belos sofás brancos da casa desta última, exibiam expressões carregadas enquanto conversavam. Uma certa aura de inquietação preenchia aquele espaço.
- Só espero que o teu tio melhore depressa. - ia dizendo Cátia, enquanto afagava o pêlo da pequena Wendy, a sua gatinha preta. - Ele é tão importante para a tua irmã. Nem sei como ela pode reagir se alguma coisa de sério lhe acontece.
- Ele agora está melhor. Acho que aquilo foi só cansaço.
Andava a trabalhar muito.
- Mas não achas estranho? Um homem com tanta energia e que adora o que faz. Será alguma doença escondida? Daquelas que só quando está já muito desenvolvida é que se detecta? - propôs com ar pessimista.
- Ai! Não digas isso nem a brincar. O tio João vai ficar bom rapidamente, de certeza. Vamos acreditar que tudo não passou de excesso de trabalho. Como tu mesma disseste, qualquer coisa de mal com ele seria um choque terrível para a Marta. -
Chica balançava as mãos no ar, como se de algum modo tentasse afastar toda aquela nuvem de má energia que as rodeava.
Aparentemente a gata não gostou muito daquele esbracejar, pois subitamente eriçou o pêlo e arranhando a mão da dona saiu da sala a correr.
- Oh, desculpa. Acho que assustei a tua gata. - desculpou-se Chica.
- Não tem problema. Ela anda mesmo meia doida ultimamente.
Daqui a nada volta. - respondeu-lhe a rapariga, com um estranho sorriso.
- Se é assim, fico mais descansada.
- Falando na Marta... - começou Cátia, novamente com o sobrolho franzido.
- Que tem?
- Não tens notado nada de esquisito nela?
Chica ficou pensativa por alguns instantes. Na verdade, reparara que a irmã andava mais triste ultimamente. Estava até mais calada. Mas tudo não devia passar de saudades do Luís. Apesar de não o confessar, tinha quase a certeza que ela nutria um sentimento mais forte do que simples amizade pelo loirinho.
Deu uma olhadela rápida a Cátia. E ficou apreensiva. De súbito, notara algo de deferente no seu olhar. Para além disso, se Marta não tinha dito nada à amiga era porque não queria que ela soubesse. Talvez não a quisesse preocupar.
- Não. Ela tem-me parecido normal. - acabou por responder.
- Porque perguntas?
Cátia não pareceu convencida, mas disfarçou o seu sentimento.
- Por nada. É só que me pareceu um pouco tristinha, mas deve ser só impressão minha.
- Deve ser mesmo. - concluiu e tentando mudar o assunto da conversa inquiriu. - Como vão as coisas no CRATAS? A Marta disse-me que andavas muito empenhada.
Cátia fitou-a, durante algum tempo, como se não soubesse o que responder. Foi aí que, dando um grande suspiro e parecendo readquirir o seu meigo olhar, lhe respondeu prontamente:
- Devias ver os novos animais que lá estão... - e continuou algum tempo a falar sobre aquele assunto.
No entanto, Chica não a ouvia. O seu pensamento andava longe, muito longe. Tinha sido tão estranho o que acabara de suceder! Era como se tivesse conversado com duas pessoas diferentes num espaço de alguns segundos.
A sua atenção voltou para a realidade, quando Wendy regressou à sala, ronronando carinhosamente.
Estranho, muito estranho. Era apenas o que a rapariga podia pensar."

(in O Retrato - Autora Luzia Gomes - Corpos Editora)

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terça-feira, julho 14, 2009 - 08:18

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Luzia

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Comentários

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Re: O Retrato - Capítulo IX

Muito bom

:-)

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