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O Sonhador Viajante - ... Sim, Fantasma Acompanhado

(A Poesia da vida
chama há terra)

- As minhas lágrimas são dedicadas a mim; perante a pequenez, consistente, pelo meio das ruas das cidade.
“ Quero abraçar o Mundo; porque o sinto dentro de mim”:
- É ele, que faz de mim o que sou: Um sonhador; um viajante das emoções... Pisei o sol do campo e mergulhei na terra puída; (como as solas dos meus sapatos) cresci silvestre, embalado pelas suaves carícias, que o tempo produz em mim:
Como, um mar de lírios: Bailando o embalo secreto de cada olhar; encantado... Aquando os olhos passem sem o resgate da palpitação, ardilosa, ou possessiva, de um agrado; como ornamento do túmulo da Humanidade...
- A vida rege-me o coração e então: Liberto-me; deixo que as coisas sigam o seu rumo... ( Que o rio dê todas as voltas precisas para abraçar o mar e, que o mar me dê de comer; assim como o céu me dá vida a beber).

- No início da viajem tudo é fora do normal: O corpo não precisa de se preocupar: Sento-me e espero que o Mundo se afaste o sufíciente; até que (eu) permaneça a flutuar na entrada da escuridão...
- Até aqui, a tranquilidade toma conta de mim; uma força, desconhecida, leva-me a confiar e a desejar... Olho o brilho azul do Planeta e transformo-me numa língua de fogo acêso... Que explode, dentro de mim próprio, sugando-me para as entranhas de Breu; aonde o infínito se abre; firmado de infindaveis portais; pelos quais, o destino é trocado e o preço é o resgate que o Planeta azul impôe... (Porque o corpo tem o seu tempo e a poesia da vida chama há terra, o Homem que abandonou o seu próprio umbigo).

Um pouco de aclareamento ao caro leitor sobre a questão, por certo entravada nas crenças ideológicas e patológicas da minha expressão:
- Quando um sêr se propôe;se disponibiliza: Para começar tem que sentir esse dom.
Para que nunca se esqueça do seu próprio corpo: como já tem acontecido a muitos sêres: Largarem-se, numa viajem interdimensional e perderem-se de si próprios; ( ex:
Visto, perante cada individualidade, em primeira questão: Como Loucura).

(Segunda e ultima questão: Perder-se pelo universo da própria imaginação e deixar o corpo deitado, dentro do túmulo dos vivos, abandonado, esquecido pelas mãos da vulnerabilidade até que o tempo esgote; como, um navegar na net, fecha-se o portal e o corpo tem que ser tocado, aquecido, alimentado, ou então: Fica sosinho...
Espera o anjo branco que te endicará o caminho... – Mas não o sigas, por aquele lugar... Toma atênção( O corpo vai a enterrar)).
***
Passado vinte anos voltei ao local, sem sequer me lembrar de tal: Apareceu a imagem do velho! ... O velho! ... O mesmo velho que já era velho quando (eu) ainda era jovem.
-Não pode ser!!
– Exclamei para mim próprio; mas sempre sabendo que, aquele: Vivia no meu caminho e, sabia que eu tinha fome.( Cheguei a acreditar que toda a minha fome vinha do infínito; que viajava através de muitas galaxias e se despenhava em mim, distribuída por toda a terra): Era por causa da fome que os animais matavam e começou a haver guerras: Parasítas, podres que mais apodreciam...
( Dizem que a fome é negra; mas, a minha fome é branca e é verde; por vezes:
Vermelha, ou, amarela: Fome de chegar há fome e partir com ela).
- O meu nome é Observador e vivo no teu caminho.
- Foram as ultimas palavras do velho sábio; que ouvi durante os vinte anos passados, com as lembranças do sonho, doente: Agarrado dentro de mim. Sempre dentro de mim; pois que sou eu: Durante duas décadas vi o raiar da madrugada sob a forma de uma bola de sabão e esperei cada crepúsculo entretido com a barriga, enquanto matava o tempo, precioso, puíndo a vida por um lugar onde descansar; caindo na ratoeira do destino e empurrado pela rotina do conforto... Até há cobardia de não querer enxergar: Porque a vida obriga as pessoas a mudarem e produzirem novos estilos e destinos; mas, o que as pessoas ,em si, são: Não muda: Está dentro delas; a corroer... Pelo sonho, que, em muitos casos,fica parado; com seu sábio abandonado; esperando sem fim, o perdido que já faz parte do passado...
- Nunca desistas do teu sonho.
- Disse o velho, que passava em frente de mim, enquanto, sentado n`um banco de jardim, conversava com Deus; grato pela beleza de poder observar o movimento das árvores: Como que, uma conspiração secreta;envolvendo-las: Reunem suas forças em marcha, para uma batalha a ser travada nos céus.
Não liguei; não dei muita atenção ao assunto: Enacreditavelmente ainda cheguei a pensar que o velho não falava para mim eu é que tinha as orelhas-em-bico e ouvia muitas coisas que, nem sequer são feitas para ouvir.
- Uma vez que enterrompeu os meus pensamentos: Fiquei a vê-lo desaparecer da mesma forma que os sonhos contam; tudo fora do normal: A corrente da vida continuava o seu rumo, alimentando o tempo, enquanto o mesmo tempo consumia o néctar de mim... Enquanto, (eu): Ficava ali: Parado: No meio de mim próprio: Esperando... Contemplando, no horizonte, as chaves que lhe abrem as trancas do sonho... – Não decido se continuar a caminhar em direção ao nascente, pois; (medo): Medo de agarrar o sonho e realiza-lo: Ficar sem mais nada que fazer e depois morrer...
***
- Desapareceu por completo e não passou de um vulto desconhecido; mas, as vibrações das suas palavras continuaram a ressonar:-“ Afinal!?... Qual velho?... Qual sonho!!” – Interroguei-me a mim próprio; enquanto olhava, profundo, o firmamento. A curiosidade começava a cutucar os meus neuróneos; mas eu sabia o que é que ela fez ao gato...
Uma estrela caiu, olhou para mim, sorriu; como quem sabe e, desapareceu como uma luz que se acende e logo se apaga quando já não serve para mais nada.
Depois, o meu olhar abraçou todos os sentidos e com os olhos vidrados: Acenou um-já-volto... Abriu as asas e, sem explicar atirou-se ao vazio; por um abísmo de luz, que segue o caminho fundido pelas - Estrelas Acabadas...
-Lá longe, vi os sonhos abandonados embrulhados, preocupados com o destino dos seus túmulos; com as próprias barrigas; ou, então: Com os pesadelos dos pesadelos pelos quais são; ou se fazem: Ignorados.

Caminhei para o fruto da poesia e oHomem acordou em mim: Arruinado... As maravilhas, sugaram-me os sentidos e... Podiam castelos, com suas torres erguidas: Desmoronar-se e ranascer no rio que corre e se extingue pelas ruas da cidade.
-( Nunca desistas do teu sonho).
– O velho sabia que eu tinha um sonho; mas, isso era uma coisa absolutamente normal: Pois, (eu) também sabia que todos os seres humanos tinham sonhos; Sabia que as pessoas acordam preocupadas com seus sonhos e, depois, esquecem-se deles: Porque andam preocupadas com o corpo e com as coisas sem importância: Procuram uma felicidade enganadora, dentro das fomes que os torna infelizes... - “Da cobiça, da ganância”...
- Passado mais algum tempo (eu) já tinha esquecido o velho e as suas palavras continuavam suspensas no meu silêncio: Aonde quer que (eu) chegasse:
A minha essência, baseava-se no sonho e o meu sonho acompanhava-me permanentemente; como que, possuíndo toda a minha impermanência... O sonho andava acordado e, (eu), sem o saber: Acordava para o desvendar;mas, não me lembrava qual dos tantos sonhos haveria de reparar... Pois que o meu sonho: não era um sonho sonhado, mas sim: Um pedaço de mim: Que já sabia onde me encontrar...
-Queria conhecer aquilo que sou, sem acreditar que o era: Que me lembrasse: Nunca tinha sido escritor, mas sempre soube que todos os seres são escritores; isto é:Nem todos os escritores são escritores por dom; alguns até se fazem de palha...
Gostava de escrever; já era um sinal ; tinha sonhos, como toda a gente; sonhava o sonho que sonha um Sonhador: A unica coisa que dava certo era apenas escrever; solidão, lágrimas e lembranças... Gostava de assistir ao nascimento das frazes, desenvolvendo a poesia... Um tanto lamúriosa é certo; mas, também: Uma forma silenciosa de sofrer; como se: Um algo masoquista perfurasse a minha creatividade e incutisse em mim mesmo, o poder de transformar o sangue em tinta e distribuir as minhas lágrimas, disfarçadas de palavras; camufladas: Caidas na máscara para enganar a verdade.

- A verdade verdadeira era aquela por onde eu caminhava, enquanto aprocurava;não a enxergava porque ela nunca se separara de mim... Por tudo na vida ser tão (simples): Acabava, sempre, por torna-lo difícil: Sempre estava ali a verdade; eu é que fechava os olhos e abria-os na esperança de que ela se mostrasse de uma forma desdobrada; que apontasse a direcção: Qual o sonho; e me mostrasse tudo o que eu não sabia: Se apresentasse a mim e me dissesse: “- Eu sou a verdade” Por um lado eu sabia a verdade e via-la escondida por-de-trás da mentira... Que o brilho dos olhares não saberia disfarçar: Observava-a quando olhava o céu: Quando a chuva lavava o meu sal e me entregava ao mar.
- Vi-a nos olhos da minha Mãe, enquanto chorava e me amamentava; ali, estava: Sentia-la na mão! ... Poderosa, que minha queda aparava... Mas! ... Será essa a verdade que eu desconhecia; aquela que estava na minha carne agarrada? ... – Não havia nenhuma verdade escondida; talves: Omitida; trocada...

***

- O tudo estava dentro de mim e quanto mais procurava, menos via; quanto mais forçava, mais eu próprio me afastava sem razão de viver... Até que o dia chegou e a festa de viajar pelo Mundo me soltou...
***

A Europa abriu as portas e não me agradei das obras; (algumas) do Homem; nem das suas escritas
transformadas em leis de conveniencia:
Comecei a amar a preocupação, inutil... Adoecendo a Alma:
Apeguei-me aos vicios quatidianos e quando me esparramava nascia nova alegria e logo mudava de lugar; de cidade, de País; de Continente; sempre madrugando... Como quem viaja num sonho - (assim o era) – Entre lugares sem nome e sem amigos; que sempre acabava por não encontrar... Mas, tive as flores do céu num jardim que acabava por magoar...
- Sempre nascia um novo dia e muitas maravilhas diferentes, com ele, para me ensinar.
- Trabalhava, então, duro; para entreter a vida; como se, o dinheiro resgatado sobre o suor( e, por vezes: Lágrimas; que, um Homem também chora), fosse uma razão de viver; como se o dinheiro servisse para me livrar do sofrimento que ele mesmo causava: Certas entidades; ingratas; apropriadores; vícios e falsidades...
- Quem está acostumado a viajar, sabe que é necessario partir um dia Não deixa que as banalidades ou os costumes rotinados façam de si uma pedra fria.

Antes da Prosa

Nas trégua da Lua, brilhava um estrelado de possibilidades, aonde, a minha vida, se torna interessante; repetia para mim uma cena de treatro e a noite arrependia-se: Porque o dia tevéra sido apagado; pelos sonhos, enterrados num corpo cansado...
*
- O mar não cansa; é a vida que fica pesada. O mar trás as cidades de encontro hás montanhas e o sorriso das mulheres e muitas oportunidades de ser feliz.

-Lua acorda o vento e encerra;
O vento levanta o pó e morde a terra;
Ergue-se com os olhos em lágrimas;
Com terra a cair-lhe pelos cantos do mar...
*
-Dá um grito e afasta-se:
Na vertigem de um síbílo irado:
Como quem promete voltar;
Para buscar a palavra...
*
-Corri atrás do sonho
Pelas encruxilhadas me perdi
Porque o sonho não era acreditado.
Depois, olhei o dia, autrora crespado
Embalando a calmaria dos Homens
No seu cântico murmúrado…

... Eu, fico a respirar as particulas invisiveis;
Que, acordam o aroma da esperança.

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Depois da poesia

A esperança abandonou tudo e atirou comigo ao Mundo:Agarrou-me pelas pernas e sacudiu-me na carne um caminho vazio. Aventurei-me sem me aventurar...
O desconhecido levou-me pela mão sem saber que era da esperança que se tratava;
“Também “ele” não deixou de me castigar; ou... (Como posso dizer?! ...) ( digo):
- Ensinar: Olhava-me, como um desconhecido e, por vezes, largava-me a mão;
Deixando que (eu) extraísse o néctar que bebia: Filtrado pela lama e a lama começava a ser conhecida; que entrava num mundo possuído por reinados que combatiam o poder do céu por uma forma de lama”...
- Logo que consigo escapar: A fome abriga aquele a quem chamam de destino, então, a porta que se abre, reflecte a lembrança:
A esperança corre, agarra-se com toda a força:
Bate d`um lado e bate do outro, sacode e enfia-me a gravata...
O vazio começa-se a transformar e preencho-me com o céu; perdido no meio do estrelado.

***
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O Drama
do Julgamento

Um dia, pela manhã: Olhou o espelho e observou o seu rosto:
- Esta é a minha imagem; a imagem do meu rosto ...
- Exclamou Anónimo,um rosto igual a todos os outros rostos; todas as manhãs se olham através do espelho; um rosto que se prepara, igual a qualquer outro rosto, que se prepare para o julgamento do Mundo.
- Será que preparo a imagem reflectida no espelho, para ser julgada? ... Ou, será que olho no espelho para julgar o julgamento, que, julgo; o Mundo julgar? ... ou será que não existe julgamento que julgue o sêr; além, pela glória, ou, aparência que o rosto lhe quer dar!? ... Esta não é a minha imagem; a minha aparência, esta é a imagem do meu rosto! ... O meu rosto... A imagem exterior que preparo para ser julgada por um Mundo cego; que, preparo para os olhos enganar.
- Concluiu Anónimo, que, a imagem reflectida no espelho era a cumplicidade do próprio espelho e que juntos conspiravam a si próprio com o simples prosaico de os seus olhos enganar; Anónimo sabia... Anónimo tinha a certeza de que a sua aparência, através da sua imagem: Queria trabalhar. Então olhava o espelho e via o que os olhos lhe queriam mostrar; depois, Anónimo desaparecia por completo, deixando apenas os seus olhos a julgar o julgamento que só ele próprio queria julgar e, não julgava o injusto da aparência que o Mundo pudesse julgar, mas sim o justo que não se justificava com um simples olhar... Não... Não; não que: Tinha que espreitar bem fundo; então: Encheu os olhos com o reflexo, reflectidos no fundo do espelho e viu a vizinha apaixonada por ele:
- Não pode ser?! ... Como é que eu olho para mim e consigo ver outros?
-Exclamou Anónimo, bastante intrigado; sabia que o espelho o queria enganar e quanto mais se envaidecia mais enganado ficava. Começou a imaginar o Mundo inteiro assim: Enganado pelos olhos; dava-se-lhe a entender que a mentira saia de casa todos os dias, trajando o engano, com o gosto que julgou no espelho justificado no sorriso de um esgar.
- (O segredo está no coração dos Homens; o que os deixa apavorados, amedrontados... Então o contemplar do espelho, que lhes mostre o engano que vai enganar; e, sente-se contente: Quando se engana a si próprio; maquinando o enjenho, ensaiado de fronte ao espelho).
- Pausadamente, apagou a vida, dentro do túmulo e saiu: Para julgar o julgamento nos olhos do Mundo:
- As árvores enfortaleciam e davam as suas sementes há terra, como pagamento do tributo da sua própria vida... As sementes germinavam atirando-se de encontro ao sol; com o intúito apontado ao alto: Ao céu; como finalidade do seu caminho. Talves que no céu se encontrasse a disponibilidade que guia os seres a caminharem para debaixo da terra... Para debaixo dos pés dos seus frutos... Talves que a terra désse frutos amargos e doces e esses frutos servissem para alimentar a vida e não a cobiça...
- Talves que o Mundo enterre seus mortos para encorajar seus frutos a alimentarem novos frutos; para consumo do tempo, provisionando a terra; que, assim: Eclode com vida; talves que o mundo esteja ocupado a olhar; a saborear a vaidade em frente há outra face do espelho; usurpando-se de si próprio sem se aperceber que, o que o espelho lhe reflecte é apenas o papel que que embrulha o presente... Talves que o Mundo esteja na verdade cego e que apenas veja por instinto, apenas aquilo que quer ver: O próprio umbogo... Talves, então, porque tem fome e o espelho lhe mostre o pó que a terra vai comer.

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A tribulação do Homem que dormia na praia

- Tão triste como o mar, ficava lá no canto salgado, ouvindo o múrmurio da sereia encantada –“Estou a ouvi-la cantar: Como balouço desse mar que me acompanha”. – disse após alguns momentos ignorados que me levaram a chegar até ele. Seu rosto, castigado, ficava prisioneiro dos olhos fugidios que logo escapavam com quem não viu a coisa e não quer ser visto (a) por ela... Seus olhos reflectiam o azul aonde se empenhavam a tempo inteiro, numa procura infindavel dos seus tempos e o que neles viajou ou, alguns dos segredos que a outra margem tem para desvendar; seus cabelos, compridos, tornavam-se louros como areia do deserto... mas o seu canto era no monte silvestre onde o vento beijava o horizonte . Assim, sentei-me na areia, a uns três passos dele, deixei que o tempo me libertasse e afundei-me no mar ; parecia-me a mim também ouvir a sereia melodiar e quando no sentido do beijo a minha vida inspirou e faltou-me o ar : Deu-me uma palmada no peito e voltou para o seu lugar como se o vento o toca-se e nem os olhos piscasse. Depois,lentamente como o relogio do Universo, fui ouvindo e anotando a sua pequena aventura; Precisava ser todo olhos e ouvidos e remendar o estômago com as codeas das comidas de plastico e hás escondidas, pois que o durão não comia: Tivera sido feito de vento e sentara-se na encruzilhada entre o Nirvana e o abísmo das brancuras afundadas na página; aonde os olhos esfregam infindaveis momentos sem um toque de goma ou palpúra que lágrima lhe mereça; por ai... que o mais im portante foi a prestação da sua contribuição para a minha loucura como escritor: - Começa assim o meu projecto, um pouco mal arquitectado, mas, de uma forma dotada.

- Toda a minha vida fôra de tribulação. Pensava eu, que era igual aos outros... “Eu era igual aos outros iguais a mim”...
- Desde criança, do útero conheci a minha Mãe, mas, nunca cheguei realmente a conhece-la; ou seja: A perceber se a conheci, ou, se ela estava em mim, na mesma carne; como que vivendo envolto por uma pelicula do seu coração e, dentro do meu corpo: Preenchendo as minhas entranhas – fazia parte de mim; como uma raíz da árvore da vida.
Lembro-me desde que me lembro, de abrir os olhos pela primeira vez e não perceber nada do que é que estava a ver ou a acontecer; até começar a ter pequenas aberturas da noção ; estava a acontecer: Como que liga a antena da televisão, roda de um lado para o outro, na procura da sintonia: E ela vem... Ela vai... Parecendo que nunca chega a acontecer...
- Já o mar lhe acudia ao rosto brilhando com todos os cânticos, que, algum silêncio, dos meus olhos, pudesse contemplar;como quem respeita um defunto e se deixa navegar numa virtualidade tão real... Que, se tivesse reparado; perceberia na sua textura.
- “taves quéta sêha uma or-ma um pô-bás-tída para me fazer compreender; mas, também eu tenho que o fazer; por isso tu estas aqui para me ouvir e despachar; nem que para isso eu mesmo tenha que ediotalizar e a seguir, passar por idiota; o que ainda não sei se realmente poderá acontecer...
- Aqui, apontava os olhos e eu sentia um desabo de mar: Falava para mim com um certo demorado sorriso de quem sabe ou aceita as coisas como elas assim o são e se apresentam... “Não confias em mim”... Pensei; mas, a narrativa tinha que continuar; pois que eu era o escolhido e quando a luz ilumina uma vela, seu pavio não arderá com ela ...

- “Não mereço tal ilogio! ... Ou ilogio algum.. Para começar: Conheci a forma humana, igual a mim; de que me lembro: Não conheci maior fraqueza neste Mundo; onde “gelatina”, substitui o núcleo: evolucro do verdadeiro amor”...

- Agora parecia uma torrente de cristais ainda fumegantes, a brilhar; iluminou-se-lhe esbatido no horizontal apontando a despedida do sol como quem diz: Deixa-me em paz que os ultimos ventos quero soprar, para louvar a partida que se afunda na chegada; como que esquecida na cauda do ultimo salpico crepúscular. Voltei todos os dias aquele lugar do vento e sempre me surpreendia cada dia com o polvilhar perfumado da marzia beijando o adocicado dos meus labios. Encontrei a furia do mar num dia solto: A maré tivera enchido e fechado todas as saidas para terra, além da escarpa, a salvação a cave era a sua habitação; o mar bateu no fundo e recuá-mos: Enterramo-nos mais um pouco para o fim da vida; pensava eu! - Lembrava um ser iluminado: Vagueando pela noite fora... Durante uma noite inteira não lhe ou vi um sussúrro, uma leve brisa que fosse; além do mar que não se deixava esquecer: Entrando nos tuneis, enchendo de ar, até o mar respirar: A terra tremia e os seres dentro dos seus confortos não sabiam que as cidades aqueciam os seus próprios traseiros e o rio continuava a sua corrente , sempre sem parar, para se sasciar; até que bebesse do mar.
- Igual a mim, eram todos. Todos os meus amigos de infancia, eram iguais a mim; aliás, descobri, “pela primeira vez” que todas as pessoas, do Mundo inteiro, eram iguais a mim e mesmo todas as pessoas que já morreram: Desde o primeiro ser humano: Foram iguais a mim ... Quando cheguei ao meio da idade, acabei desiludido, quase com todas as pessoas que eu descobrira que eram iguais a mim! ...
-Exclamava com um braço no ar acompanhando o seu olhar sobre o longínquo, ultrapassado ao horizonte, como se, um abraço de recolhimento: Buscando algo do infinito, através de um olhar diferente: convencido ou sábio; dáva-se-me a ententender de uma firmesa realista; de quem quer, com a sua própria conquista: Iluminar o espírito e libertar-se no borbulhar das ultimas gotas do oceano; até que volte a monção e assim renove toda a tradição.
- Mais! ... Ainda! ... – Exclamava- Os meus irmãos, consebidos no mesmo ventre; com as mesmas raízes, que fazem parte de mim: Eram iguais a mim “até aqui nunca percebera que eram esses os meus maiores inimigos... Apesar de esses mesmos, serem aquela cegueira que eu mais amava. Amava com a minha própria vida. Amava a familia, por essa mesma familia, fazer parte de mim... E amo! ... E vou continuar a amar até que o corpo me o permita”.Todos os meus amigos de infancia, eram iguais a mim; de que me lembro: Os meus amigos de infancia, são ponto principal de todos os pontos que reuni ao longo de toda a minha vida; para sentir a diferença entre todos os seres humanos adultos; que, assim pensava eu... Todos eram iguais a mim... O meu Pai da carne, gostava muito de mim e, os pais dos meus amigos da infancia também gostavam muito dos meus amigos da infancia. A partir daqui; uma vez que eu gostava dos meus amigos: Os meus amigos também gostavam de mim e eu gostava dos Pais dos meus amigos e, supostamente, os Pais dos meus amigos: Também gostavam de mim. Se os Pais dos meus amigos, gostavam de mim, os meus amigos também gostavam dos meus Pais e os meus Pais gostavam dos meus amigos da infancia, porque, simplesmente: Os Pais dos meus amigos da infancia gostavam de mim. Assim os meus Pais gostavam dos Pais dos meus amigos da infancia; supostamente, os Pais dos meus amigos, gostariam dos Pais dos amigos dos seus filhos e os seus filhos gostavam dos filhos dos outros Pais; que, também, por sua vez, eram amigos dos Pais dos Pais dos amigos dos seus amigos... Descobri por mim próprio, que, afinal de todas as contas, pontos e aglomerações: O Mundo inteiro; ( naqueles tempos) era igual a mim! ... “Alelúia”... O Mundo inteiro era igual a mim!! ... O Mundo inteiro cantaria de mãos dadas : Dirijíria seus hínos aos céus e todos eram iguais a mim! ... E eu não sabia que todas as pessoas iguais a mim, viviam como crianças e não se esqueciam de ser adultos; para cultivar este jardim, como um paraíso do amor.
-Seus olhos vociferavam, iluminados, enquanto, a sua voz, melodiosa, fazia lembrar uma coisa simples que por si logo se mostra abandonada; como uma vontade adormecida, que espera o dom, o toque da palavra. Por momentos, misturou-se com o azul do mar: A vida passada escorre no coração do Homem; enquanto espera o apodrecimento dos seus pecados; pois que, só a coragem no caminho o manifesta...
- “Precisei espalhar, com meu àço, meu sangue pelo Mundo; para descobrir que, fóra do meu corpo, não há nada que o prejudique por dentro”...
Os meus amigos da infãncia, tratavam-me mal: Chamavam-me de tudo: O que não prestava: Batiam-me e eu chorava;
- pensava que eles me pudessem pegar alguma contaminação!! Diziam que não eram iguais a mim: Porque, eles, tinham tudo e, eu; eu : Não tinha nada... Porque, eles, tinham camisas novas e eu, só tinha camisas usadas, velhas e remendadas... Mas, eu: Acreditava que eles eram iguais a mim e, (criança), eu: Ia contar ao meu Pai da carne, tudo o que comigo se passava: O que os meus amigos da infancia me faziam e eu, não reclamava. O meu Pai da carne gostava muito de mim e, se eu lhe contava: Era porque (nele) confiava e sabia o quanto (ele) me amava; mas, o meu Pai da carne, gostava muito de mim; gostava mesmo muito e, quando eu lhe contava e (ele) não gostava... Então : Para castigar os meus amigos da infancia; fazia-me coisas que eu não gostava: Batia-me, para me marcar; outras vezes: Marcava-me para me bater: Rapava-me o cabelo e dizia que era para eu aprender a mudar: Para agir; esmurra-los ao pontapé, há pedrada ou há dentada mas não levar para casa, marcas, ou queixumes...
O meu Pai da carne gostava muito de mim... ( Ouvistes!)
- Exclamou e ficou com o rosto amarelo,olhando para mim sem olhos... Ainda pensei... “Pensei, porque aqui: Eu sou apenas um narrador dominado pelo personagem sem nome, que, por meta, me obriga a estender as palavras da forma, tal-e-qual, ele próprio o diz: Assim como saiem do seu vento, aterram na goma do papel; um pouco ou tanto, exageradas, no prepóstero da aplicação”. Pensei que estava a encher o rosto como se fosse um balão; ainda acreditei que os meus olhos me enganavam, mas, mesmo assim não consegui parar de olhar; um pouco apapálvado, é certo, mas também... que fazer? ... qualquer pessoa normal ficaria de boca aberta se visse um peixe balão a insuflar no lugar da cabeça de outra pessoa qualquer; bem... Aqui trata-se da fantástica aventura pelos reinos da loucura, imaginação... ou, o Homem que se arruina não tem a poesia; ele próprio é a poesia. Voltou a ficar palido por fora; como que, escondendo a própria sombra que se avultava, esparsa; como um vapor parado que espera algo autoritario o abísmo mais escuro, por onde a furia esgota em tudo trazendo de volta a lembrança de um outro , ou algo no tempo apagado.
- Enquanto (ele)me alinhava, eu olhava para os meus irmãos e ficava muito triste: Pensava que o nosso Pai gostava mais de mim, porque quando (ele) me amava, os meus irmãos choravam. Depois, eu não me importava: Se tinha os olhos negros, ou a cabeça rapada; o que mais me alegrava é que eu estava perdoado; mas, ao mesmo tempo, preocupava-me com os meus amigos da infãncia... Eu próprio temia o castigo que para eles reservava no meu rosto; ou, nas minhas costas rasgadas... Então, quando eles olhavam para mim, eu via nos seus olhos o sofrimento que eu lhes levava e eu não gostava... Então eu chorava; mas, os meus amigos não sabiam, porque é que nos meus olhos, diamantes lacrimejavam; porque, eles, pensavam que o amor do meu Pai da carne, os gozava e desatavam a rir-se de mim; enquanto eu me lapidava...
Enquanto, Durão, se espalhava pelas lembranças: A terra lamentava, do mar, a ousadia dos seus trejeitos: O rosto, seco, mostrava-se frio sem as evaporações da própria aúrea, perdida (ela), n`um feixe; uma estria de luz que, apenas, o seu traçado no tempo lhe reservara. O sol tombava para a despedida do dia, incendiando o céu de bravissidade escondida, ela, assim, por-de-trás das roseiras; dos querubins;no jardim do Oriente que, por bem, é guardado pela serpente...

- Os meus Pais também eram iguais a mim e, de mim, muito gostavam. Tanto... Tanto que: O pão nunca me faltava. “ O meu Pai, da carne, era tecelão dos lanifícios e quanto ganhava: Gastava. A minha Mãe: Agarrava-se ao monte de filhos, pelas badaladas contadas no seu coração: Tratava da lida da casa; lavava seus filhos (as) e os alimentava; mas, precisava do dinheiro que o marido ganhava e com os amigos gastava; então, como o não tinha; (não o chegava sequer a ver): Trabalhava: Sarjava os cortes de fazenda”...

- Esbracejava, alongando os horizontes, destinados a afáveis e violentos, radicais: Quando tocam ao de leve nas abas de seus casacos, eminentes, juntamente com os cépticos; que, passeavam, em perseguição de outras carnes, opulentas).
Durante a sua caminhada, tivéra aberto um poço com toda a sua vida de fundura: Empurrava-se para dentro; excluindo o corpo... (Por um último lampêjo na sua voz, ou, por uma pequena despedida: A noite intrometeu-se, tímida; pairando no silêncio dos ultimos corredores,sumptuosos que circundaram o perfume de muitas flores; sobre relvados e labirintos audaciosos, de arbustos, alongados pelo horizonte; como uma coberta do mar. Talvez uma coberta de amor; não esse amor, pálido, da cor da guerra, que usurpa da graciosidade do nome; mas, como o tecem os raios de sol no sabor da primavera).

- ... “Carregava, na sua cabeça todo o peso quanto podia com o prosaico esforço da caminhada, tropeçada, na ascênsão da fadiga, mesmo sem a compensação de um sintoma de poesia; aonde se sentasse, para tomar folego de intento”... Apanhava azeitona, nas encostas da Serra, gelada; Em seu tempo: Apanhava batatas; debaixo do sol-ao-sol-queimado onde seu aço era derregado: Debaixo das primeiras águas do outono, nas víndimas dos vinhateiros; ou, então: As suas mãos sangravam: Carregando pedras para a construção de Impérios... Para um ou outro ricalhaço implacável. Os meus Pais eram, também, iguais a mim; mas não o pareciam; porque, estavam sempre ocupados: Assim como todos os adultos que já foram crianças e que se esqueceram que não precisavam de deixar de o ser.

-Trazia, no olhar, um brilho que vinha de longe; numa aventura de vivassidade, entre o abísmo de todos os seus sentimentos e a alegria de um novo dia; para comprimentar a despedida no seio da memória; (como um espírito de luz, liberto da permanecência do trono que essêncifica as sete virtudes dívinas: Abertas, numa das mãos, enquanto a outra , o caminho acolhe aberto)...

- Aos oito anos de idade, (eu) já sabia que todas as pessoas do Mundo eram iguais a mim: Uma vez que todos eram iguais a mim (eu) sonhei que: (Apesar de: Ainda ser uma criança): Poderia começar a ser igual a todas as pessoas iguais a mim e, aproveitar para ganhar algum dinheiro; para aliviar um pouco o ardor do sacrifício que a minha Mãe tinha nos doze filhos: Por volta do meio-dia, de todos os dias; (menos, do Domingo) junto com os meus amigos da infãncia: corria-mos para perto das fundações, de uma construção e, (eu), ali ficava até o dia acabar; ou, a minha Mãe me chamar... Andava a aprender como as pessoas iguais a mim faziam para ser... (Imaginava de: Como seria eu quando fosse igual hás pessoas que eram iguais a mim)... Lentamente, a obra tomava forma: Pedra-sobre-pedra, ferro e cimento... Os meus amigos gostavam de mim e, eu, gostava deles e dos Pais deles; porque os Pais deles, também eram amigos deles e também gostavam deles; como eu gostava deles; mas, não podiam ficar perto de mim, poque: Eu era pobre; era criança e falava em trabalhar para ajudar os pobres dos meus Pais... O meu Pai, da carne: Era pobre, porque bebia o ordenado, tratava a familia sem amor e gastava quanto ganhava e, ainda bebia o sangue da minha Mãe; assim: Tal-e-qual lhe o servia: Directo da veia para o seu calíce...

- Seus braço abriam-se e todo o infinito desabava numa fronteira que lhe acudia à garganta; virou a voz para o outo lado: Fóra da história e acrecentou, ao brilho do luar; no tirilintar alucinatório que riscava o mar:

- “Falar, agora é terno; arde na Alma, como uma essência doce que, comparada ao século, descubro que o Mundo inteiro vai ficando contaminado: Algo através dos tempos vem entornando (depropositadamente) resíduos venenosos, cheios de ódio,engano e crueldade pela area da Humanidade... Forte de tronco mas, sem solidez de fundação: Impios, arrastam a iniquidade contaminando a terra; enquanto eludem os céus, com fumos provedientes do fogo: Sustentando a contenda”...

-Por um instante, uma pérola rebolou, furiosa, pelas ossadas do seu rosto.
- Não me detem o Mundo físico. Aquando sobrevivi às verdades mutiladas no enredo das mentalidades deturpadas... A minha mãe, era uma pobre criatura; não merecia ser culpada: Agarrava a sua dúzia, como sua; estaca de sofrimento...
Depois, percebi que os meus Pais, também não gostavam dos meus amigos; porque os meus amigos, levavam-me para maus-caminhos... Visto desta maneira: Os meus amigos,eram má companhia para mim assim também eu me tornára a má companhia, para os meus amigos; aos olhos dos Pais deles... Então, para lavar bem uma mão, não há nada melhor do que lava-la com a outra e, com as duas: Lavar muito melhor o rosto. E assim foi: Eu e os meus amigos continuamos a gostar muito de ser amigos; mas, já não tinha tempo para brincar, porque: Eu, queria ser igual hás pessoas que (eu) acreditava que eram iguais a mim; mas, elas, faziam tudo mais dificil; talves: Com o intento de eu não conseguir chegar, nunca, a ser igual hás pessoas que eram , (ou pareciam) iguais a mim. Olhava para as pessoas que eram iguais a mim, fizessem elas o que fizessem; por mais difícil que fosse ou parecesse ser: Elas continuavam a ser iguais a mim; eu queria ser igual a elas mas, ainda era cedo para ser o que tivesse que ser: Eu íria aprender. Um dia eles íriam ver que já não eram iguais a mim: Porque eu íria crescer e brilhar como uma luz de alegria que o Mundo merecesse ter...
Logo, rapidamente comecei a chamar a atênção e a fazer recados, como: Comprar pão, ou tabaco ou vinho, pregos,etc.: Começaram a dár-me dinheiro; trocados de compensação... Comecei a gostar mais de mim; os meus Pais, gostavam muito de mim; pobres sim; mas, limpos e honestos: Quando comecei a aparecer com dez escudos na mão: Pela primeira vez, minha Mãe, gostava muito de mim: Agarrou-me pela mão, com as duas moedas de cinco escudos presas dentro dela e rebocou-me, muito irritada, até junto da obra, para saber de onde é que veio tanto dinheiro para a minha mão; pensando ela que: Não se andava a sacrificar, honestamente, para ter um filho ladrão... Os meus Pais, gostavam muito de mim, pois, que lembro... Posso contar: Franzino, (eu) não podia com um balde cheio de massa, de cimento; então : Apareceu-me um Homem como eu nunca tinha visto: A primeira pessoa que conheci, que: não era igual a mim; embora parecesse igual aos Homens que pareciam iguais a mim: Colocou-se na minha frente e o Mundo inteiro fechou-se nas suas costas: Andrajava uma batina branca (de luz incandecente, pérola)... “Cantiga do ventre; gusana, arrepiante:Branco dívino, perturbante... – “ Durão”... – Chamou-me. Eu não gostei muito que ele me tenha chamado (Durão) mas, realmente é o meu nome; eu é que não estava habituado a que me chamassem assim; o certo é que, (eu), transportava pouco mais que meio balde de massa de cimento, que consecutivamente, trocava de mão, subindo os degraus, em jeito de pendulo: Degrau-a-degrau, escadaria a cima: Parei, admirado com a imagem, por um momento; até que, sua voz, de trovão suave, ecoou dentro de mim:
O Homem nem mexeu os lábios; só os olhos me encantaram e eu olhava para eles, tentando perceber a profundidade do Universo. Larguei o balde da massa no degrau da escadaria e corri à ferramentaria, para atender a ordem dos olhos enfeitiçados; ( que, entrara na minha cabeça como uma luz conhecida, um raio de sol, ao coração apontado); nessa altura era jovem demais para compreender o ditado, peguei um balde vazio, enquanto me lembrava de que, as pessoas que eram iguais a mim, só faziam coisas para me enganar e aquele, que não parecia igual a mim, pdia ser pior que os outros,que eram iguais a mim. (O certo é que, confiei como algo que não está escrito mas pode ser revelado). Então, ouvi a voz de um dos dois trolhas a quem, eu, dava serventia: - (MASSA)!! – Depois ouvi a voz do segundo: - (MASSA)!! – Pareceu-me que se gargalhavam; Não me preocupei e corri com o balde vazio na mão, até ao lugar, na escadaria, onde tinha largado o balde da massa,mal cheio; o Homem da túnica branca e reluzente ainda estava ali, esperando por mim, com os pés enterrados na lua e o sol aceso por todo o lado; seus gestos, delicados chamavam as nuvens, prateadas, que o envolviam quase pronto para desaparecer; preocupei-me um pouco quando pensei que (ele) quisesse que eu carregasse dois baldes de massa... Eu não os carregaria! ... Além disso: Aquele Homem não era igual mim; aliás: Eu morava mesmo ali ao lado e se eu sentisse medo: Era só chamar a minha Mãe; que, ela vinha logo discutir com ele para me protejer. (Quem tem uma Mãe tem tudo).Nem foi nada: O Homem sorriu e senti a minha boca doce, como uma lembrança de algo bom que comi. Sorri também e vi que aquele ser, não era igual a mim; mas, era bom e, eu também gostava de ser assim. Deu-me alegria e foi-se embora: Céu acima, sem mexer um cabelo; apenas um doce no seu sorriso, apontado a mim, terno e fulminante como um rio de paz a caminho do mar... Depois; depois: Continuei a ouvi-los a passar a colher na talócha e a massa a ser chapada na parede de tijolo chapíscado. Os trolhas, iguais a mim, andavam a fazer mestras na parede; para começar a rebocar... “É melhor apressar-me”. Pensei, antes que começassem a gosar comigo e obrigar-me a correr escada acima,escada a baixo:
Eram dois contra um e um, (eu) não conseguia ser igual a eles: Quando eu chegava perto deles, ofegante: Começavam a gritar em voz alta por massa, eu, despejava dois meios baldes de massa na estãncia e eles, enchiam as talóchas, de uma só vez, com todo o meu esforço e chapavam-la com a própria talócha na parede de uma estocada só e ficavam a olhar para mim, com o bocão aberto; os dois ao mesmo tempo: Para pedir mais masssa; eu, desatava-me escada abaixo, enquanto eles se gargalhavam todos e assim me ensinavam: Puchando por mim; eu é que não gostava muito, pois: Ficava muito cansado; embora, a ideia dos dois meios baldes me economizasse algum maior esforço; Fiquei ainda mais contente com o Homem, que não parecia igual a mim e fiquei a querer ser assim... Que soube desde esse instante que, a ùnica pessoa que parecia não ser igual a mim: Foi aquela que me mostrou alegria e me mostrou um sentimento bom: De quando, alguém, na verdade, gosta de mim. Assim, criança, contei aos trolhas; sobre o Homem que não parecia igual a mim; os Homens: que pareciam iguais a mim, riram-se e pela primeira vez, disseram-me que eu tinha uma imaginação fértil. O certo foi, que, as minhas raízes, acreditaram em mim e comecei a sentir a diferênça das pessoas que pareciam iguais a mim. Mas, as pessoas continuaram a ser iguais a mim e, ainda hoje, as pessoas são iguais a mim...

- diria que, uma loucura temporária se tivéra oferecido ao seu coração; como um palácio exposto num oceano de pétalas, sépalas pétaloides: Tépalas de lírio; que tomam, de assalto as pradarias, com todas as cores, de flores: Expostas ao tecto do Mundo; imprudentemente.
Os banhistas vinham com a maré e olhavam para (Durão) exclamando: - “Parece que não está vivo”!! – “Tivessem nos labios a cor púrpura que lhes lavasse as ideias e vomitassem o morno; que lhes sobra na ansiedade, onde, angústia, esfrega o corpo e as pedras são amaciádas pelos calos dos pés lavados”. Mas, Durão, continuava a respirar, a olhar os pássaros no céu, a ver o mar que o céu lhe queria dar; as gaivotas, rasavam seus vôos, querendo chamar atênção; enquanto,(eu), ficava a ouvir a melodia do mar; elevando-me assim, para outro patamar. Durão, como que tecendo fios de luz; oculta o olhar: Dando ao seu rosto, algo do fascínio de um pecador e, não menos a elevação de um Homem Santo. A única paisagem que podia, agora contemplar era o laranja torrado, na morte do azul imaculado; a terra:
A terra não tinha nada! ... As muralhas fechavam a lucidez do verde, dos campos encastelados; os ventos sibilavam pelas arestas vivas, cantando melodias que, em meus horizontes sorriam.

- Com o passar do tempo, fiquei adulto, sempre na companhia dos meus amigos da infãncia, que eram iguais a mim. Entretanto, os meus amigos da infãncia, um-a-um começaram a namorar e a casar e suas esposas começaram a dar-lhes filhos; crianças iguais a mim. Depois, os meus amigos da infãncia: Começaram a desaparecer:
Esqueceram-se de o ser e, eu, comecei a sentir-me sósinho e, sempre assim:
- Insinuou apontando para o seu peito um desgosto derretido em gestos de humildade.
- Igual hás pessoas que pareciam ser iguais a mim e, os filhos dos meus amigos da infãncia foram nascendo; iguais a mim, enquanto, os meus amigos da infãncia comtinuaram a sorrir para mim; mas, os seus sorrisos estavam estragados; falsificados; malíciosos, bisbilhoteiros, caluniadores, insolentes, arrogantes e presunçosos... Meus amigos da infãncia: Desapareceram; assim: Sem a simplicidade, simples; daquelas crianças novas, que vejo iguais a mim.
Aos vinte anos de idade fui ao comprimento do serviço militar e como eu sabia que algo de bom existia em mim: Ofereci-me voluntario para onde os páraquedistas são Homens mas, nem todos os Homens são paraquedistas... Uma vez militar, o meu Pai da carne: Orgulhava-se muito de mim e, por sua vontade: Eu nem despia a farda; durante o fim de semana; mas, eu, não gostava do orgulho que o meu Pai da carne depositava em mim. Eu: Apenas procurava o meu Mundo: Aonde, todos os adultos, eram iguais a mim; onde os adultos, fossem como crianças até ao fim.
Quando o fim de semana acabava, via os olhos da minha Mãe e, dentro deles, eu via um Mundo: O Mundo que a minha querida Mãe queria para mim... Meu coração pululava, querendo-lo agarrar: Dentro de mim, o mar crespava, o céu incendiava e a condensação ameaçava sufocar os meus olhos: “ Porque ele faz dos seus anjos ventos e dos seus servos, clarões reluzentes”. ((( CONTINUA )))

De regresso há base militar, os meus olhos afogavam-se em dor e gemendo o aperto do meu peito, por uma saudade; na minha vida que, eu, não percebiase, acabava ,ou, se estava para começar. De que me lembro, ali, também não era o meu lugar: “Meu corpo aclama o espírito do fogo que a Alma quer apagado; das minhas obras, só a criança quebra o silêncio da recompensa que acode ao Homem penalizado; o chicote desce do ódio e continua o engenho, cerrando seus dentes, na volúmpia do esforço que ruge ao amor; diferindo golpes de horror; rasgando a carne, “Sagrada”, multiplicando a dor, do ódio: Que deixa o braço cansado e, por fim, como roupas, será trocado”.
Depois: Acabei por descobrir que era um cobarde; que, os meus pés não tinham agilidade para derramar o sangue e não havia ninguém que entendesse: Pois que, acreditavam que todos os pecados lhe seriam apagados; começaram a desviar-se, com suas bocas cheias de maldição e amargura; tornando-se, juntamente, inuteis; até há condição de necessitados. Aqueles, que pareciam iguais a mim, continuaram a parece-lo e as suas desgraças marcam os seus caminhos; que não conhecem o caminho da paz, nem o transporte para o estreito do verdadeiro amor. Eu, não era, mesmo, igual a eles; eu era igual aos outros iguais a mim; e, iguais a mim: Eram todos os que pareciam iguais aos outros... Então: O inimigo chegou e já era tarde para o enganar; mas, (eu), merecia o castigo: Confiára em meus olhos; pensando que via com eles, quando, apenas me serviam o iníquo; tentando convencer-me de que tinham razão.
Mesmo debaixo de olhares severos e da dureza do coração, de alguns: Os meus sentidos serviam-me a verdade e, a minha verdade era a busca da paz e do verdadeiro amor; se a (lei) do meu caminho, queria destruir os meus passos?! ... Então: Que acabasse comigo rapidamente: Preferia morrer,do que: Viver aflito; como ovelha desamparada; sem Pastor. Queria que entendessem que eu não servia para lutar; que desde criança aceitei tudo dos outros e sofria; em tributo ao céu, (que agora posso ter), no meu silêncio; como as injustiças de que fui vitíma. Queria que entendessem que tinha uma criança no meu coração, assim como o mostrava e agradava a todos.
O carrásco chegou e o meu sangue derramou; mas não me matou; pelo contrário: O amargo, em doce se transformou e não desisti de espalhar pela terra o fogo do amor.

A criança voltou ao colo da Mãe; que, seus olhos, esses: Continham um Mundo iluminado; para lá: Numa terra distante, aonde, as pessoas que choram, fazem coisas lindas: Alegrando entidades, iluminadas, nos tons suaves das notas musíciais, tacteadas pela sensibilidade da emoção; como, um híno angelical, acaríciado nas pautas, que oram no corpo delicado da harpa, encantadora dos reinos dos céus que, da terra, recebem a vibração declarada no coração dos homens.

Fim

... Sim... Fantasma Acompanhado

... Sim... Fantasma Acompanhado

Se por casualidade, tenhas lido meu nome: Te soará como um fantasma. A mim também; que, pelos finais do vigéssimo século, atráco no reino Unido para trabalhar... Fantasma do meu próprio país. Escritor fantasma; punido ignorantemente; carregando na minha bagagem todas e únicas esperãnças de sobrevivência, para enfrentar a vida, anónima de todos os sonhos, como uma realidade; que tive que aprender, como: Comida estregue ao domicílio, fornos micro ondas e papeladas... Fantasma das multidões, que, ao mesmo tempo, se quer (estirar) através da escrita, aonde, a literatura se ergue; escapando, sem o respaldo da palavra...
Procurei encontrar-me na França: Entre livros sem nome; perante a ignorãncia de figuras sábias e a pequenez, dentro da pobreza empacotada. Impunha-me há condição da minha própria ausência, dentro das palavras Portuguêsas que me rodeavam... Fantasma de mim próprio sem o saber das recordações viajantes que cruzariam a terra o céu e o mar. Sim... Sensura faxista; com sombras de Salazar; em torno da escuridão oferecida pela língua: Única no meu coração, ferido pelas costas e por todas as fontes da Nação; que fechara as torneiras, n`um esgar arrogante e trocísta; de uma calamidade analfabeta, compreendida: Sem indignação, por um código sem questionário. Fantásma de mim, em mim; fantásma para mim... Fantásma condenado, pelintra; badalando no meu peito: Contra as minhas costelas; como quem bate na porta vazia, onde a vida escapa pelas vozes caladas; insultando a língua, afogada num mar de desilusão, encarcerada pela personalidade, fantásma dos naufrágios, da oportunidade que não se mostrava: Nem ao céu, nem no vento, com seu desalento, ondulando uma bandeira da fome; onde, o sangue grita de púdor, o amanhâ, que, não é prometido a ninguém, nem mesmo ao fantasma da dor... Sim... Português, tu também, melhor que alguém... Também ouvístedes falar dele; sem o exemplo da vontade que torna aos seus aposentos magoada, sem contar a ausência forjada que já não quer amar; o fantásma que ficou amarrado ao estandarte; entre a fome e o sangue: Que o sofrimento não tivéra fim; mesmo guardado, corrupto, sofrendo calado; que:
“Tenho-vos como a confusão: Enlouqueci e atirei-me para o lado; as coisas não ficaram concretas... Começaram-se a recear as mentes gulosas; que, elas próprias podem ser. Depois, fecharam-se numa gaveta qualquer e permanecerão anónimas; até que o livro se abra, se: A cabeça da culatra não dér trabalho à mola do precutor”.

- Pouco, ou nada digo pelo meio da palavra;
Apenas uma porta aberta ou uma viage calada;
Ou, uma gota do meu sangue, em tinta disfarsada:
Espalhada pela goma do papel como lágrimas no rosto pintadas;
Aonde, todas as luzes estão apagadas.

- Pesando novamente a bagagem: Carregou o caminho alargado a todos os nomes; como uma pedra angular, que pelo Suão se deixou guiar... A mim... Fantásma: O cavalo que não montava; que queria, encontrar, sem procurar; que dizia... Que queria... Embriagado: Da morte; no lugar, onde a mesma esperava: No passo seguinte da palavra, que deriva:Aqui, ali, lá ou acolá. Agarrei-me ao Sena e toda a barraca migrante se acampára ao longo da outra margem ; que os Países do Leste abordaram o Atlãntico para desmaiar a fome, que a eles tão bem acudia; Fantásma, transparente, no mesmo tempo; que a Europa lhes queria o áço e o corpo, excluia: Passeando, com vida,franca também, exacta: Léninina, Fantásma outro, que abusava da simplicidade recordada, escondida nos olhares famintos dos seus mortos bem vestidos: Pela hipócrisia descomovida; por-de-baixo do naríz, onde a língua mexia. (ContinuaaNos Campos Elízios; quando a relva se enfuréce, paciênte, impressionante; aonde, o Poeta se senta,prosaícamente e, no ultimo minuto, apenas, observa todo o vazio na sua frente; que, tem o passe na sua chave sem a fechadura que o abre... Sim! ... A mim; que se varre: Vagabundo de bagagem... Que o lamento aluga; cobrando toda a viagem... Sim; a mim: Fantásma que encontra o meio da vida, numa bandeira em branco ofertada; mostrando a Paz, no preenchimento manchado por lágrimas que a batalha tivéra derramado: Colorindo estátuas de pedra fria; que segurou a bandeira de vanguarda e na frente dos canhões tivéra marchado; Fantásma que conta o cenário e atormenta o palco ditado ao teatro; impondo a prática do tempo acabado. Sim! ... Porque não? ... Tivéras tu a força dos esforços desperdiçados; a conquísta dos mares envergonhados, ou, a genialidade de te matares? ... Tivéras, por acaso, a sorte de te salvares? ... Sim... A mim, louco vagabundo, sem o cavalo desmontado; nem armadura ou escudo, que impéça a espada inflamada... (Abandonei-te; Trafulha! ... Que amas a propriedade alheia); troquei-te pela saudade, nas paisagens daquela bandeira; Que toca a saliva como o aguilhão do Homem cansado que, na sua ceia , sentei-me em Seia, ouvindo choros de outro lado... Sim... Estrela que me ensinou o granito da Serra branca; onde meu pó recebera um ar golfado... Castelo branco, raíz do meu sangue enfadado... Sim... Fantásma acompanhado; pelas páginas brancas de um País aládo, ocupado e governado.

- Uma carta, com envelope violado; dirijida ao vagabundo Fantásma... Um pensamento violento; um veneno substitui a palavra; um esgar de raiva escapa pelo rouco esfrangalhado, rompe a goéla que, em tanto vomitado: Nas cordas vogais se encrava; que, discreto, morre nos labios, detendo-se por um suspiro, acompanhado pela água que dispara, em abundãncia, como uma revelação macabra; uma tinta disfarsando a fonte autorizada.

- Anton Bonneless. Que não é seu nome verdadeiro. Nem falso nome. Apenas, a lembrãnça do Homem, vagabundo que não precisa dos encargos nem dessas estradas: Menino obediente, cansado da mesquinhez vaidosa que em frente do espelho se exibe: Ìroniando a melancolia do gesto viciado que aperta o peito: Túmulo da voz desaparecida, em sua memória, que se agita injúriada. Os póros gritam ao caminho e volta o princípio dos acontecimentos; para, novamente escorregar; carregando mais uma desilusão, dedicada às fronteiras; que chamam os seus passos, aclamando a distãncia, entre: Madagascar e a boleia furtiva do destino que ao Luxembourgo o foi respirar: Ali?! ... Os Gregos, assim chegaram e se abraçaram ( E que amizade aberta!): Respiraram o mesmo mar...
-Estava a ver que não! ... Assim: Sim!! ... A mim... “Irmãos”! ... Aqui; o Tuga: Tem a vós; o sangue que me quizera acompanhar.
- Subiam ao alto, levando os remorços ao fantásma que a tudo sabia vadiar; vadios: Chegavam ao céu dos encaracolados; que, tempo: não faltava: Para comer; o tempo que se enrolava: Beijando o berço sobre o estrado do altar. Itália! ... Também tu; com tuas ruas: Numa cântiga falada... Para o Fantásma... Também meus amigos: Como irmãos que, em qualquer lugar poderemos, de novo, nos abraçar e unir os continentes com as festas dentro dos nossos peitos a festejar. Vem aqui... Luxembourguês, companheiro; que a extinção do Fantásma, de nada te faz ajudado: que a evasão foi atractiva e o sangue quiséstedes misturar: Bonecas de cetim... Beldades angelicais! ... E que maravilhas tão belas, entre cavalos para matar... Que a fome é negra, sem fantásmas de carne para conservar; que te possas alimentar! ... A mim... Fantásma que come tempo, que as flores ficam na sua triste nudez, sem pétalas; nas margens do gelo, onde o rapazinho espera; sem fantásmas: Enocente... Perdido, pelo céu a brincar.
Aquele que chegou como uma carta violada, presa ao fantásma que o podia acompanhar: “Eu” vagabundo sem nome certo, arrancado na primeira fronteira; que, Bonneless, a Anton se oferecera para esperar... Ali, o coelho forçára a terra, picando a fome, também; que vinha do Sul... Como as grandes rodas em direcção a Norte, com destinos fortes, de que, a vida, haveriam de conquistar: Plantando, no coração do Homem, o dom de amar.

A mim... Fantásma vagabundo que o caminho sempre insiste ; cavalo aládo, galope acompanhado... A mim, Donzéla injusta: Que gostavas de devorar... A mim, cobra vadia que picas o calcanhar... A mim, a mim: Fantásma que o Universo quiséra apoiar... A mim: Hollanda que em tuas asas fui pluma que te soubera largar; sim!... A mim: Que, ali: tem lugar para o Tuga se esfolar; Hertogenbosh; Roterdão, que, Porto cal moderno fui abraçar...
Ficou em Vilar formoso, o nome que espera; vagabundo; sem duvida, que é certo; por certo, na hora se vão encontrar: Como todos os fantásmas conhecidos e mesmo os escondidos; que, aos poucos se (ãonde ) encontrar; que todos viajam e páram o mesmo lugar; o vento chegou e, muitos fantásmas a mim... Todos unidos: Vagabundos que sonham de tudo: O que todos, não podem, ou não querem,ou, não sabem sonhar... A mim! ... Meu nome arrancado do pó pelas raízes, na frescura das mocidades reais: Dom quixote: A mais, nos seus moinhos da fortunança de cabaré enxarcado até à raíz dos cabelos, que, fantásmas: Nos mais reconditos da cidade, ao encontro da montanha; Fantásma nas costas místicas; místicando personagens que fazem vizitas guiadas por Miguel; crescidas num tempo consumido e consumado:(Abrirá, y nadie cerrará; cerrará, y nadie abrirá )
- “La tierra tembló y las rocas se partieron (abrieron)”...
- A mim fantásma; que, - “La boca del oficial romano y la de sus soldados se abrieram para declarar: Verdadeiramente este era...” La mí... fantasma; a mí también; que nosotros: Por la muerte... El camino, hacia Dios, está abierto. Deu-se à cidade e a todos, a ressurreição dos tempos aúreos... Sim! ... A mim: Virtude atordoada, que mancha o acordo da palavra; depois: Deixai ao meu cuidado o muito completo das intenções. Aqui.
Cavalo montado que forma a loucura sublime do ideal em confronto, independente, belo, que ultrapassa o real: Primo da musica que empurra o coração... A mim... A mim Santo guerreiro; que, como no pasto o alimento do gado; obedecendo ao estrado, a intrepidez lançada ao centro, histórico; ao campo aberto, medieval; num comportamento de vozes; retórico: Como uma sombra nublada pelas folhas do olival ... A mim... Em mim a herãnça da antiguidade clássica, pelas portas da judiaria; remetido há época dos descobrimentos destacados no meu interior pelo transporte do passado sobre a memória do Povoador... A mim; A mim... Cavalo branco, alado, que te alimentas no mesmo céu; entre povos de espírito lírico... Personagens, no tempo que fica para além do campo visual: Escravo das páginas que levanta... Fantásma! ... Que, morres na minha garganta... A mim, que não sou todos aqueles que pensas que podes comprar... A mim... A mim, que sou o singular: Fantásma por casualidade que, soará a ti, como a mim, fantásma por caricatura que avança sobre a terra como a água dentro dela; que vive o mesmo caminho, encantado na esperança do céu, doce, lendário; como todas as coisas simples abrem portões ao imaginário.

No meu coração, celebra-se uma festa de nobreza; com a alegria de um cântico dotado: Pela simplicidade das flores; com certeza; porque: A mim... Larguei os olhos no céu, reluzente, com anseio de o conquistar; grande tristeza, despotelou em teatro por uma lágrima que o sonho quiséra brotar... A mim.... Fantásma acompanhado: a todos quero levar paz e alegria na lembrança da palavra; dos santos verdadeiros que, acendem o essênçario; com a certeza de que, vai ser lançado aos Homens, sobre a terra; não precisando para tal, de mais nenhuma vontade, que não seja a verdade da verdadeira alegria que nos corações (caridosos) a adoração se possa ler: Que os ouvidos se abram, ouvindo o pequeno do mesmo modo como o grande... A mim, doce guerreiro, (santificado): Que domes meu cavalo branco, aládo; sim: Fantásma vagabundo que esperas o estreito iluminado... Alcanse de asa branca em corpo musculado; a mim... Que não estou só; que mesmo... Sempre acompanhado; nas páginas vazias, como mapa a preencher o desconhecido, louco que se aventurou até ao outro lado; aonde, o bom Homem, numa pedra se sentou, seus pés lavou e repousou da caminhada, para o Norte. A mim, fantásma; com seu aládo domado: A Noreste, para a Alemanha apontado: A mim, corpo masculado; que se inclina no esplendor de um bater de asas brancas: Palmas de um trote governado (sobre as terras dos fantásmas injustiçados; tantos em muitos caminhos traçados... Fantásma que esperas, na procura; a travessia dos mares, por valentias desbravados; riscados ao horizonte, aonde meus olhos vão cair fechados; num abraço a todos que deixo para trás e uma saudação ao Senhor das Leis enquanto espero o terreno apropriado; como o paraíso da terra que ainda não foi aclamado... A mim cavalo aládo: que o deserto espera no outro lado... A mim... A mim profeta despido que terras pisei, descalso também, que a voz não tenham tratado; a mim, que a promessa é esta: O Mundo terá um filho e uma besta... A mim, que morro deste lado: Fantásma calado; covarde que, o povo não sabe; algum o quer, outro, vive longe: Agarrado ao pecado... A mim, que vi, que vejo, que conheço a estaca do irmão que em mim erra: Besta que precisa e não quer; não vai... Que de uma vez todo o fogo será queimado. A mim... Perdão que não temo por conhecer perdoando; partindo mais uma vez... Aládo.

“Guio-me seguindo probabilidades: Discuto comigo próprio: Punindo-me, como se vivesse noutro coração; mas, como não tenho outro coração: Ando perdido a vaguear: Sem vontade própria; sem a ousadia de voltar para mim; como uma criança ao Deus-dará”...

Castelos, senhores ilustres;
Aposentados da vida...
- Das muralhas e seus fustes:
Contam passados, ajustes;
... No tempo, a despedida...
“E os seus verdes?!
Tão belos! ...
Enchem meu Mundo de vida...
: Dão-me o prazer de tê-los:
- Como terra prometida”.

: Todas as felicidades imergem com o dom da vida...
- Que vá e encontre por onde ressucite...

Fim

Continua
Cupidos dasarmados

Aqui! Entre as capas de seres dívinos: Cúpidos desarmados...
- Que mais poderei imaginar oerante a beleza de uma imagem pura do próprio jardim secreto, aonde o cu toca o mar; apontando, seus Anjos – Brancos, como a água os queria dar – espalhados sobre a terra.
... Agora já não se criam tão branquinhos; mas, ainda se vêm misturados com o azul espelhado de mar: tão brancos como a sua cor misturada também, nos sopros pautados pela mansidão do imênço espanto, conspirativo, solidário; poderoso: Entre um pingo de céu e uma gota de mar... – “ Lágrima criativa que ceifa as membranas; rebatendo de encontro ás costelas: Como quem aclama liberdade; que sabe: Aquecida num mar doce para nos labios se destemperar”. - Esse pingo de céu, nos meus labios a beberricar.... Um tanto de melancolia, é o modo mais certo que pinga no olhar; aonde tudo escorre na direcção do mesmo lugar. Aqui, a bagagem transporta-se nos intervalos do abatimento e ambos ficam lá, do outro lado: dissolvido pelas brumas do lado virado ao céu; que não se vê, não se deixa ver e não quer ser visto: Simples como uma régua, para medir as três regras; para que possa existir, mesmo aonde o não pertence: “ Parece o que é”. ... Sim! ... Cláro, cláro... Que logo no primeiro encontro: Não procurei entre todos; que nem precisei, sequer, procurar: Caiu nas minhas mãos abertas; como uma esmola na mão do pobre. Eu não me preocupára; ou sequer me lembrava: Tudo o que tinha na mão era tudo o que procurava no coração meus olhos transformaram-se num canal, por d’onde um clamor brandava: Impulsionado por uma multidão brincando no céu; a esvoaçar...
- Neste cúpido desarmado: Quero ser eu ; eu mesmo sem ‘os’ as personagens encarnadas, de todas as complicações que a vida tem... Ou, para melhor: Que, a vida entretém; pois que, mesmo rabugento, o céu, ainda mantém a tranquilidade precisa para que a vida ‘minha’ seja tanto minha como ‘dele’; que ali: Guardo tesouros e ‘ele’ sabe quato dessas relíquias o meu coração tem distribuído... que aumentem os homens com seus anjos e que a terra se farte com a sua carne; que eu, levarei tudo o que vivi. Que mais se pode querer quando as flores sorriem ispevitadas ao desmaio, tenro, ternuroso; como pinga no olhar.
- Como é que tu voas! : Com umas asas tão pequeninas...
- Seu rosto corou, como se eu tivesse perguntado algo púdico: Envergonhado...
- Hã! ... Sim, percebi: A mudança de cor que tinha chegado: Branco... Branco de mais para ser branco: Com fios de ouro encaracolados , pendendo um brilho fino tinjido de luz esbelta, em seu corpo perfumado, de sensibílidade...
Dizia que tinha caido do peitoril do jardim para dentro do lago encantado; enquanto procurava as armas que tivéra, distraido, jorrado.
- E agora? Que pensas fazer? ...
- Perguntei; observando o seu olhar no horizonte: Como quem visse mais para lá do seu alcanse e se expandisse num vôo decidido: Tocando corações; como quem entrega correspondencia no vento.
- De momento: Espero; não tenho, ainda lugar... Mas sei como é!! E não tarda: Aúrea vai despertar para me reclamar...
- Disse, assim: com um suspiro alongado, enterrando-se na mistura do azul com seus olhos e também se via neles: Nuvens brancas enfeitiçadas... Que: “Uma noite no céu; com asas... Assim discretas?! ... Eu queria voar”... Pensei.
- Mas, tu: Podes voar; as asas são só para exemplificar...
- Voltou a falar; coisa que não muito acontecia.

Lentamente, experimentava uns vôos secretos: Super discretos; para tal: O meu cantinho: Super particular, onde as flores germinam com a alegria efeverecente: Aqui!! ...
- Exclamo, batendo no peito:
- No coração!!
- Com a mão fechada; como quem empurra uma promessa magoada. Poderá existir amor ali? ... Tenho toda a conciênci de que sim; claro. Não tenho duvidas... Assim: Com tanto apego! ... Não se do quê: “Que os ouço reclamar”: Não sabem amar.

-Mas que alegria; que nem é preciso o dinheiro: Para te contemplar... “ Não sei se o sabes, mas, olha que aqui em baixo precisamos de vender esse tempo para nos entreter; enquanto esperamos; também...
- Falei demais: O branquinho não gostou?
- Não, nada disso; não me interrompas ou vou ter que mudar de lugar.
- Claro, claro. Tão claro que desapareceu; ou então: Fiquei cego; para não incomodar. Posso-te até dizer, de que: Se ficasses muito tempo, acabarias viciado: Começavas a gostar... Pronto; Lá se ian as asas: Como as moscas: Na luz da vela: Queimam as asas e saltam a reclamar os direitos, debaixo da palma da mão ou, de alguma revista , ou sola de sapato, ou chinelo: Qualquer um chega para fazer prevalecer os ditos... Que o manejador: Aquele que fala da paz; do amor... Equivocado, talvês: Pois que direitos, são esses direitos: Caídos sobre a melodia do violino: Que se

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quinta-feira, maio 6, 2010 - 00:28

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