CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Onde os segredos ganham forma
A noite neste lado da serra é uma noite inquieta, uma noite sofredora pelos ventos que carregou em vida. É somente uma noite através da única luz reflectida dos momentos que ainda sobrevivem de outras noites. Esta é agora a minha noite. Tenho-a inteira sobre os meus olhos, apesar dos pingos de chuva que se ouvem cair nas pedras da calçada. (Gostava do tempo que me fazia percorrê-la e senti-la sempre uma nova calçada nos meus pés imaculados, pelo toque de mãos virgens e cálidas, e sem norte).
A neve que escorre do único talegre, que se avista ao longe por entre as serranias, é o indício de que novas divindades descerão dos céus . Contudo, a noite sofre pelos tempos idos e não tidos na sua fronte decepada, nos longos caminhos que percorreu em vida, e o dia, esse não lhe dá tréguas e traz sempre em todas as manhãs, um novo formato, de como deixar de ser noite, para passar a ser um posto erguido nas fronteiras onde os segredos ganham forma. (Os entrudos esperam por todas as páscoas, para nos lembrar que os moribundos descem das encostas, quando Dezembro é em todos os Natais, a força que nasce em cada dia. Enquanto isso, em cada rosto aguarda-se o dia certo, para ser mais um corpo na montanha, espera-se por um novo mundo que renove todos os olhares e pelo resgate da humanidade enquanto força una, num único Universo, onde os duendes ainda têm olhos e as forças contidas num rosto cativo, ainda trazem as lembranças de quando se faz tarde num rosto inocente.
Caminho sobre a noite, mas ela é o silêncio de todos os meus passos, de todas as lembranças que trago de outras noites, onde as luzes dos candeeiros se apagam sempre á mesma hora. É lá que me dispo de um corpo que me é o inverso. Tenho nos olhos a doce figura de uma lembrança de outros tempos, mas não posso ficar indiferente à transfiguração humana que carrego, desde que a vida se transforma a cada passo que dou, na calçada que me descobre os novos passos.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2790 leituras
other contents of ÔNIX
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Outros | Enxugo as Lágrimas | 0 | 2.430 | 01/19/2009 - 14:18 | Português | |
Prosas/Mistério | Entre a Realdade e a Ficção, Uma visão | 0 | 3.697 | 11/26/2008 - 11:08 | Português | |
Prosas/Romance | Vale do Silêncio | 0 | 1.331 | 11/17/2008 - 11:11 | Português | |
Poesia/Meditação | A Tua Fonte | 1 | 1.893 | 05/16/2008 - 11:39 | Português | |
Poesia/Dedicado | Tu Mulher | 1 | 2.452 | 05/08/2008 - 23:33 | Português |
Add comment