CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Os meus gastos dias
OS MEUS GASTOS DIAS
Os meus dias, os meus gastos dias, agora que me falta álcool no copo e não posso desabafar no livro, não posso vingar-me completamente nas palavras por a solidão ter agarrado tempo de mais a minha juventude. Os meus dias, os meus gastos dias levados como um galope de cavalo que revolve a terra e que mostra em segredo a distancia de eu não ter corpo e de já não ter pensamento. Eu fico um pouco alegre por ninguém saber a idade do rio. Nunca ninguém pergunta sobre a idade dele, nalgum romance pode surgir um por de sol e um homem que se apaixona e não arrasta a margem dos anos para o seu peito enamorado e jovem. Os meus dias, os meus gastos dias, agora que me falta salpicar o rosto de água salgada e fumar o amarelo cigarro enquanto o fumo è uma nuvem ou um pássaro doente que me olha enquanto eu olho o diário. Estou com o rio, não estou perto dele, na verdade não estou com ele, mas falo-lhe quando os homens ficam fechados e as mãos não se abrem, mesmo que não esteja com ele, ele dá-me água e limpa-me os meus olhos tristes e mesmo que tenham sido muitas vezes aquela è a vez em que eu sou criança e sinto vontade de mexer os braços da vida e de ser tão completo como uma cor a germinar o céu. Os meus dias, os meus gastos dias, agora que por mim passam as estações e eu deixei de inventar aquela que todos os dias me amava quando eu não acreditava e agora não acredito nas palavras mas quero o fogo e as pessoas pois tenho frio e è melhor um pouco de calor, è melhor quando aceito este momento e consigo chorar porque o rio não me faz perguntas e o vento atira-me para a terra quando já não consigo dançar com a vida. Agora que os meus gastos dias vão se aproximando eu tento uma longa viagem, podem as estrelas acompanhar-me e podes tu lembrar num relance de olhos que a eternidade è o livro que fica e a gota do vinho que resta no copo e tu escutarás a mesma musica e do resto fica a sombra e o pó dos caminhos selvagens. Os meus dias os meus gastos dias, já não tenho sangue para verter mas se ainda puder ouvir vidas de encantar e utopias de não sentir morrer. Ò meu amigo ò minha amiga deixa-me o vinho e o tabaco e o perfume, só isso sobre a terra, quero renascer e se a chuva cair que o rio me proteja e a noite tenha o direito de me abandonar. Os meus dias, os meus gastos dias, agora que me falta álcool no copo e não posso desabafar completamente no livro, nem vingar-me nas palavras que fazem o ódio nos homens. Ò meu amigo ò minha amiga deixa-me o vinho ou umas asas para voar se eu tiver coragem para me lançar da janela infinita. Os meus dias, os meus gastos dias, dias gastos a procurar e a esconder, dias em que se tentou fazer de novo o amor e o teu corpo febril ficava no meu e havia um espaço entre o desejo que eu tinha e o teu modo de experimentares a mão da natureza e a minha mão no teu sexo. Os meu dias, os meus gastos dias, a cama onde ainda cheiro o teu corpo que espera e nós agora juntos na mesma esperamos que seja o momento de ficarmos dissolvidos no mesmo coração, no mesmo habito de entrelaçar nos dedos as nossas seguras duvidas do amor e da vida e da morte absoluta que è o prazer de tudo isto. Os meus dias, os meus gastos dias agora que me falta ver um cão a dormir no livro sujo e o vagabundo a vomitar nas escadas do museu de arte contemporânea, agora que o cão me ama e o vagabundo não me julga e agora que ainda há álcool no copo e a fogueira ainda está acesa, Ò minha amiga ò meu amigo peço as vossas mãos, não as vossas palavras, mas as vossas mãos, assim talvez a minha viagem e o meu segredo possa ficar entre mim, vocês e o rio.
Lobo 05
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1261 leituras
other contents of lobo
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | Ao contrário | 0 | 2.256 | 09/20/2011 - 16:08 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A noite no meu corpo | 0 | 1.303 | 09/20/2011 - 14:31 | Português | |
Poesia/Amor | Como posso esquecer | 1 | 1.844 | 09/20/2011 - 01:17 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Queria vê-la fixe | 0 | 2.057 | 09/19/2011 - 14:43 | Português | |
Poesia/Geral | Batata quente | 1 | 2.586 | 09/19/2011 - 00:51 | Português | |
Poesia/Geral | Ela era o meu atraso | 0 | 2.151 | 09/17/2011 - 21:20 | Português | |
Poesia/Pensamentos | O meu gato | 0 | 2.137 | 09/16/2011 - 17:10 | Português | |
Poesia/Geral | Guardando no bolso os recados | 0 | 1.283 | 09/13/2011 - 15:05 | Português | |
Poesia/Meditação | Eu rezo | 2 | 1.976 | 09/13/2011 - 01:11 | Português | |
Poesia/Amor | Se o olhar me cortar as lágrimas | 0 | 2.897 | 09/05/2011 - 11:41 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Quando a noite foge do corpo | 1 | 1.266 | 08/23/2011 - 21:49 | Português | |
Poesia/Dedicado | O esquecimento mata a liberdade | 0 | 1.916 | 07/28/2011 - 15:32 | Português | |
Poesia/Desilusão | Vou devagar | 0 | 1.570 | 07/24/2011 - 18:05 | Português | |
Poesia/Dedicado | A madrugada é uma flor | 0 | 2.181 | 07/23/2011 - 18:23 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Deitado com os braços no ombro imaginário | 0 | 1.319 | 07/21/2011 - 20:48 | Português | |
Poesia/Canção | Senhora fada madrinha | 0 | 1.739 | 07/20/2011 - 21:12 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A casca do tremoço | 0 | 4.105 | 07/19/2011 - 19:10 | Português | |
Poesia/Dedicado | A pátria presa ao carro de bois | 0 | 2.126 | 07/19/2011 - 13:39 | Português | |
Poesia/Geral | O homem e o mar | 0 | 929 | 07/18/2011 - 19:00 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Se Lisboa fosse assim | 0 | 1.747 | 07/17/2011 - 23:05 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Se Lisboa fosse assim | 0 | 1.272 | 07/17/2011 - 23:05 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Como vamos ficar | 0 | 2.332 | 07/14/2011 - 17:58 | Português | |
Poesia/Amor | Lembro aquela estrela | 1 | 1.400 | 07/13/2011 - 14:42 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A cidade é o meu vazio | 0 | 1.275 | 07/13/2011 - 07:44 | Português | |
Poesia/Dedicado | Os teus passos | 1 | 2.331 | 07/12/2011 - 19:15 | Português |
Add comment