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Os Segredos Da Montanha

Os Segredos Da Montanha
No alto da montanha o monstro imponente olhava o horizonte e observando todos os movimentos que ocorriam naquele momento. As marcas na sua pele eram histórias de antigos e épicos confrontos dos quais tinha saído vitorioso, mas a sua aparência total era desconhecida. Poucos sabiam da sua existência e pois pensavam que era uma simples lenda, mas este segredo, era necessário neste mundo o monstro tinha como certa a sua morte se fosse descoberto. Muitos diziam que, em certas noites de Verão, no cume da montanha podia ver-se um vulto a mover-se mas acreditava-se que essas histórias e lendas serviam apenas para intimidar crianças mais novas.
Ele habitava uma montanha alta por onde o Sol surgia todas as manhãs, no vale havia uma floresta que a Natureza tinha enchido de vida, e no meio dessa floresta havia uma clareira onde se tinha erguido uma pacífica aldeia.
Nessa aldeia em certo Verão, uma rapariga para fugir ao horrível destino que se avizinhava decidira fugir de sua casa, deixando para trás a família que lhe tinha roubado a liberdade e paz de espírito.
Na manhã em que tinha decidido realizar a sua fuga, as pessoas na aldeia em que vivia estavam todas atarefadas, pois era altura das festas populares e da demonstração de devoção ao santo padroeiro daquela aldeia. Tinha passado aquela manhã quente a arrumar todos os seus pertences recordando todos os bons momentos que lá tinha passado e os motivos da sua fuga. Sentou-se na beira da cama olhando pela janela e reflectiu se uma fuga sem rumo era a melhor solução mas, o ódio e raiva pelo destino que lhe esperava criaram nela a determinação que nem mesmo a saudade e dor de deixar os que amava consegui demover.
Saiu de casa com um par de lágrimas a escorrerem-lhe pelos olhos mas não vacilou, continuou o seu caminho a um ritmo de despedida. Por cada pessoa que ela passava o interior do seu coração gritava dizendo que não queria partir pois sabia que se o fizesse não mais podia regressar. Trazia um vestido branco que parecia flutuar quando por ela passava uma suave brisa, o seu cabelo negro como o céu nocturno acariciava docemente as suas costas enquanto que o seu perfume se espalhava pelo ar. A sua face bela e serena não demonstrava o seu verdadeiro estado de espírito, pouco reagindo a vida agitada das outras pessoas naquele dia.
Quando um grupo de inocentes e alegres crianças passou por ela, os seus olhos brilharam de uma maneira sublime demonstrando o mais profundo carinho e a afecto que alguém pode expressar e nesse terno momento toda a mágoa e tristeza do seu coração foi substituída por uma sensação inexplicável de felicidade.
Ao chegar a saída da aldeia, estendeu a mão tocando levemente numas plantas que estavam situadas na berma da estrada, os seus passos não demonstravam qualquer tipo de incerteza, apesar de o seu destino ser incerto. Nas árvores ouvia-se o belo cantar dos pássaros que serviam como hinos a esta jornada que para sempre mudaria a vida desta bela jovem. Apesar de ninguém a acompanhar, ela não estava sozinha pois a Natureza que a rodeava estava com ela.
Tinha chegado o final da tarde e o Sol punha-se no horizonte dando um colorido laranja ao céu criando uma luz que reflectia nos seus encantadores cabelos dando-lhe uma beleza ainda mais extraordinária, nesse momento decidiu encontrar um local seguro para passar a noite e devido ao conhecimento que tinha sobre a floresta também estava ciente dos seus perigos e dos cuidados que era necessário ter para se precaver.
Colheu umas bagas e alguns frutos que encontrou e assim concentrou todos os seus esforços para a procura de um lugar onde pudesse descansar. Uma gruta numa encosta verdejante era o local perfeito que ela tanto procurava.
O Sol escondeu-se e a Lua cheia ergue-se bem alto no céu repleto de estrelas distantes
ajudando-a conseguir abster-se dos mau momento que passava. De repente ouviu um estrondo e o céu iluminou-se com uma explosão de cores, que percebeu ser o fogo-de-artifício dos festejos na aldeia, aí esboçou um leve sorriso mostrando um pouco os seus belos dentes brancos fazendo lembrar pequenos flocos de neve. Entretanto o cansaço e o desgaste emocional vividos nesse dia, fizeram os seus efeitos e a doce jovem adormeceu sob o céu estrelado.
No dia seguinte acordou com um pequeno pássaro na entrada da caverna que após ter visto um simples movimento dela abriu as asas e vou seguindo o seu instinto.
Na aldeia corriam as notícias do seu desaparecimento, causando na família diversas reacções. O pai fora de controlo só queria ir procurá-la na floresta e a ele juntavam-se os seus dois irmãos e os amigos mais próximos da família. A mãe coma alma destroçada pelo desaparecimento da filha chorava desalmadamente apenas conseguindo pedir ao pai que a trouxesse para casa sã e salva.
Com este apelo emocionado da mulher o pai da jovem ficou ainda mais comovido e sem mais demora, decidiu reunir um grupo constituído por amigos próximos e alguns familiares e partiram para procurar a jovem desaparecida.
Longe deste alvoroço a jovem continuava a sua jornada tendo pela sua frente um dos maiores obstáculos desta viagem, uma montanha onde findava o vale onde se encontrava a aldeia onde ela residia. Ela não hesitou na escalada do bloco rochoso tendo no pensamento que os perigos desconhecidos que se encontravam naquela montanha podiam ser mortais, mas a vista da montanha que se ia tornando mais bela consoante a subida fornecia um motivo extra para não desistir da subida.
Na subida não se ouvia qualquer ruído parecendo que a floresta que tinha deixado para trás tinha desaparecido e a vida que esta suportava tinha desaparecido também. De repente a bela jovem tropeçou numa pedra solta que se encontrava no caminho, o que lhe atraiu a atenção para um estranha marca no caminho. Assemelhava-se a uma pegada de animal, mas com dimensões muitos superiores a qualquer animal que ela sabia existir na floresta. Naquele instante um arrepio percorreu-lhe a espinha enquanto se lembrava das lendas da besta que habitava as montanhas.
Apesar do medo que aquelas lembranças e figuras lhe incutiram, a sua alma dizia-lhe que nada de mal lhe iria acontecer e que devia seguir o caminho. O facto de ter tropeçado numa pedra tornou a subida íngreme um obstáculo ainda mais difícil. Ao longe ela ouviu os cães que farejam o ar incessantemente procurando a mínima pista do seu paradeiro.
Tinha chegado outra noite mas o forte vento trazia o cheiro da mudança e a insegurança quanto ao seu destino sem rumo tomou conta do espírito dela, mas apesar disso deixou-se levar por um sono que lhe trairia mais forças para suportar mais um dia. E enquanto dormia o perfume do seu cabelo espalhava-se pelo ar, despertando a atenção do monstro no cimo da montanha, ao seu sentir aquele hipnotizante perfume, abriu os seus olhos onde ainda vive o espírito livre e selvagem, característico de todos os animais.
Agilmente e silenciosamente foi descendo as escarpas da montanha sendo guiado pelo perfume do seu cabelo, até se chegar perto dela, onde ao olhar para o seu rosto ficou domado e sem qualquer tipo de reacção ficou ali imobilizado fixando os seus olhos nela.
Mesmo a dormir ela sentiu aquele par de olhos compenetrados na sua alma e acordou do seu sono, onde o viu na sua totalidade. Era da altura de quatro homens e tinha o corpo coberto de uma fina camada de pelo castanho claro, cauda que ao movimentar-se fazia lembrar um chicote, uma boca repleta de dentes afiados como punhais prontos a despedaçar qualquer coisa e em cada pata havia cinco garras que podiam cortar um tronco de uma árvore de uma vez só.
Apesar deste aspecto intimidador a bela jovem não sentiu medo, mas sim admiração por este imponente animal que estava mesmo á sua frente. A respiração profunda da besta era um som que a acalmava, por isso ela resolveu levantar-se e caminhar serenamente em sua direcção e como um animal domado aquela besta permaneceu imóvel e deitada como que ansiasse que aquela rapariga lhe tocasse.
Num momento solene a mão dela tocou-o e ele para demonstrar o seu agrado pousou o seu queixo no chão, ela sorriu e começou a acaricia-lo de forma carinhosa para que este continuasse calmo e sereno. Ela sentou-se nas patas dele e o calor do corpo, do suposto monstro selvagem, aqueceu lhe aqueceu a pele suave que começava a ficar fria devido ao vento gelado, então ela olhando de forma carinhosa para ele começou a entoar uma música calma com a sua bela e relaxante voz que culminou aquele mágico momento, após algum tempo ela acabou por adormecer com um sorriso nos lábios que o manteve toda a noite.

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terça-feira, junho 2, 2009 - 21:31

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Comentários

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Re: Os Segredos Da Montanha

Inspirares-te em mim para pintares estes textos, faz-me ficar eternamente grata!

És um bom amigo, Nuno :D

Da tua Emily.

imagem de Leto

Re: Os Segredos Da Montanha

Muito interessante ^^

Fico à espera da continuação!

Bjs!

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