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Pensamentos 27
A sociedade humana vai perdendo o sentido de família, esta se vai lamentavelmente desagregando, em face da luta pela sobrevivência que obriga homens e mulheres a trabalharem, denodadamente para terem o essencial para viverem com dignidade; em consequência disto, como não há tempo para os filhos e os velhos, estes são entregues a instituições para que cuidem deles enquanto trabalham; em consequência, os filhos não contactam com os pais a não ser de manhã e à noite e por isso, os mais pequenos sofrem de um déficit de amor e afecto, crescendo sem o devido acompanhamento de quem mais os ama e precisam, ou seja da família mais íntima e, portanto, o seu futuro como homens ou mulheres em termos sociais e morais ficam comprometidos.
Os velhos, são tratados como trapos que já não servem, ou como produtos descartáveis, sem a reciprocidade do amor e carinho que já deram e que agora não recebem e por isso, sofrem em silêncio e esperam que a morte acabe com eles, para que descansem em paz, morrendo de desgosto.
São os tempos do mundo moderno, onde a dignidade de alguns sobreviventes está em causa e o futuro dos novos como pessoas está em perigo e dos velhos já não o têm, vivem apenas do passado. Os lares para velhos são depósitos de restos humanos, objecto de negócio chorudo; é triste o destino de vidas que já deram vidas e ajudaram o seu País, serem recompensados com o desprezo e a indignidade e agora numa fase que deviam ter o amor dos outros, esperam apenas pelo amor da morte.
Todos eles têm família mas, é como se não existisse porque a sua solidão é a sua única companhia e os mais novos esquecem - se que um dia poderão passar por esta fase, no entanto, a mente humana apenas vive a vida do presente e age como se a velhice não pertencesse à meta vida.
A sociedade humana, vai perdendo qualidade em termos morais, enfraquecendo os seus sentimentos, corre desenfreadamente atrás do dinheiro, como se fosse a única coisa boa da vida, embora se reconheça que dele depende e muito, o nível de vida de cada ser humano.
As feridas que os velhos mais sentem que, de fortes passaram a fracos, não são visíveis, apenas sentem na alma, causadas pelo desprezo que muitos são alvo das próprias famílias e da sociedade que se vai desligando aceleradamente.
Os mais novos que demonstram esta falta de amor e de carinho pelos velhos, um dia receberão em troca tudo o que fizeram aos seus progenitores; sabe - se que na vida acelerada de hoje, imposta pela economia de cada país, os indivíduos activos, não têm outra hipótese se não recorrer às instituições, repositórios de velhos e de iniciados viventes, para poder lutar pela sobrevivência e o seu bem estar que, não conta só com o dinheiro mas principalmente com o amor entre eles, no entanto, o único objectivo a alcançar é o dinheiro; a falta de amor que os seres humanos demonstram uns pelos outros e principalmente por aqueles que lhes deram a vida, é gritante e deixa - nos a pensar: como será o ser humano do futuro? Insensível, sem sentimos, cada um luta por si? É preocupante.
Quando os velhos morrem e deixam de dar preocupações, a família vivente, tem a preocupação de demonstrar à sua sociedade que sempre deram amor, indo à campa pôr as flores e agradecerem por terem partido para sempre, porque já não perturbam nem incomodam ninguém.
Paremos para pensar e façamos o bem enquanto os velhos são vivos; até os governantes que elegemos e recebemos promessas e mais promessas, esquecem - nos quando se alcandoram no poder, esquecendo também os velhos, dando - lhes uma reforma indigna para os ajudar a morrer mais depressa, porque perturbam a economia do País.
É a selva humana, a sociedade onde vivemos, em que o espírito de solidariedade se vai diluindo no tempo, ganhando cada vez mais egoísmo e ambição desmedida, pensando cada um por si.
Estas empresas para os muito novos e para os muito velhos, estão pura e simplesmente viradas para o negócio, cuja mercadoria são seres humanos, no entanto, temos de considerar que, apesar de tudo, estas empresas desempenham um papel importante para as famílias, porque senão onde ficariam estes seres humanos? Só é penas que algumas destas empresas tenham na mira pura e simplesmente o dinheiro, escondendo o verdadeiro espírito para que estão vocacionados, dar amor, embora em troca de dinheiro, porque infelizmente nada funciona sem ele.
O dinheiro transforma e qualifica as pessoas com rótulos sociais, desprezando os valores morais e agem como se não dependessem uns dos outros, o que demonstram que, as suas mentes estão conspurcadas pelo dinheiro que, apenas lhes dá o bem estar físico, porque em termos de sensibilidade humana, pouco ou nada têm, porque em função do egoísmo, a vida dos outros não tem valor, o que demonstram também que a nossa sociedade humana usa a inteligência voltada apenas para si.
Estou convencido que, um dia, a natureza vai querer pôr ordem nas sociedades humanas, usando os argumentos da força que possui, para repôr a verdade humana para que desempenhem o papel para que foram criadas, porque só por si, nada farão a não ser guerrearem – se, odiarem – se e matarem – se uns aos outros e, portanto, o único árbitro para pôr ordem nestas sociedades é a natureza que trata todos por igual.
Os marginalizados da sociedade, criados e metidos num gueto pelo seu sistema, sem dó nem piedade, já deixaram morrer a esperança, apenas lhes falta que o seu corpo morra também, para que o seu sofrimento acabe e a sociedade humana respira de alívio por aparentemente se verem livre desta chaga social, julgando apenas que isto sucede apenas aos outros, portanto, esta sociedade humana em termos de sensibilidade deixou morrer o amor pelo próximo mas, um dia vão sentir na alma esta falta de amor que, nem o arrependimento a salvará.
Os gananciosos, pelo dinheiro prejudicam a saúde pública, viciando os produtos alimentares essenciais à vida, espalhando a droga que é outra chaga social, porque o lucro está primeiro e, portanto, não olham a meios para atingir os fins. E assim vão enriquecendo materialmente mas, a sua alma está perdida para sempre mas, eles julgam que não, porque a sua alma é o dinheiro e nada mais, esquecendo – se que ele nada vale quando a vida acaba.
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