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pequenas Coisas

Somos feitos de pequenas Coisas.

São nossas companheiras de viagens, sombras em nós plantadas. Ainda que não as queiramos ver (não é que lhes sejamos indiferentes, ou elas a nós), elas estão lá, a cada sopro por nós dado.
Somos feitos de pequenas coisas, portanto: um toque, um olhar trocado ao vento, uma pedra debaixo de uma manto de areia fina, descoberta entre risos e brincadeiras de crianças.
Abraçamo-las e juramos guardá-las em nós, como se de um tesouro se tratasse. Fazemos(-lhes) tantas e outras promessas, numa tentativa que se prendam a nós, ainda que as deixemos cair em esquecimento, de quando em vez.
São nossas, é certo, mesmo depois de folheadas as páginas das metamorfoses que nos vão surgindo, que nos vão fazendo esquecê-las.
Elas não se esquecem, elas apenas mudam de lugar. Dão-nos espaço, deixam-nos experimentar a vida, como se delas não precisássemos, como se delas não fôssemos dependentes. E no fundo, é isso que somos: seres quase-escravos de todas essas pequenas coisas, vivemos, experimentamos, julgamos estar certos de não as querermos, quando de nós nunca saíram.
Somos feitos de pequenas Coisas, sim.

De um tão grande número de quase-nadas, que nos são, a nós, um tudo. Não o sabemos, ou melhor, sabemo-lo, mas fazemos de conta, viramos(-lhes) as costas em sinal de indiferença, de não-necessidade.
Sabemo-lo, porque damos por nós a pensar, se não será nas pequenas Coisas que reside o que nós somos, o que vamos sendo, o que vamos ser, o que fomos.
É nesses momentos, que fechamos os olhos com todas as forças, sonhamos, aventuramo-nos numa incessante busca para as recolhermos, para as colocarmos nos lugares de onde haviam sido mudadas, de dentro de nós.
E, por vezes, conseguimos. Por vezes, elas regressam a nós, como se nunca tivessem saído, como se este tivesse sempre sido o leito em que sempre repousaram.
Somos feitos de pequenas Coisas,

basta não as deixarmos fugir.

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quarta-feira, fevereiro 8, 2012 - 19:01

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Ivo Costa

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