PEQUENO EXCERTO DO LIVRO "O PASSADO FICOU ESQUECIDO", Catítulo Décimo Quinto.

O PASSADO FICOU ESQUECIDO

CAPÍTULO DÉCIMO QUINTO

Quando acordou, às oito horas e quinze minutos, Belinha sentiu o cheiro do café com leite lá em baixo e, ouviu João Pedro a andar de um lado para o outro na cozinha. Ela sorriu e rolou para o outro lado da cama. Belinha gostava de estar em casa com o marido. Encantava-a ele trazer-lhe o pequeno-almoço à cama e deixá-la a dormir depois de sair de casa.
O advogado aos sábados de manhã costumava, depois de tomar o pequeno-almoço na cama com a esposa, sair para o consultório, mas naquele dia decidiu ajudar Francisco na jardinagem.
O carteiro que distribuía a correspondência, naquela zona postal, durante as tardes de sexta-feira só a distribuiu na manhã daquele sábado escaldante de Maio. Francisco, ajudado pelo seu patrão, cortava a relva no jardim quando ouviu o tilintar da campainha do portão, premida pelo dedo forte do carteiro, que, ao mesmo tempo gritava:
__ Bom dia! Está alguém em casa?
__ Sim estamos... __ respondeu o Francisco enquanto parou de cortar a relva e se dirigiu para o portão ao encontro do carteiro.
__ Um telegrama para o Senhor Doutor __ acrescentou o homem.
__ Senhor Doutor, o carteiro traz um telegrama. O Senhor precisa de assinar __ pede o jardineiro caminhando para o advogado, que, entusiasmado continuava a regar a relva já cortada.
__ Um telegrama?! __ Perguntou João Pedro surpreendido.

__ Sim, Senhor Doutor __ respondeu o empregado.
João Pedro depois de assinar o confirmativo abriu o telegrama e leu a noticia.
__ Senhor Doutor, a notícia é desagradável? __ Pergunta o jardineiro ao ver o olhar lacrimejado do patrão.
__ Sim Francisco, a notícia é muito triste... morreu a minha mãe!

Autora: Isabel Moreira Rego