CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Schopenhauer e o Idealismo Alemão - Parte XII - O Extase Religioso
Schopenhauer teve pouquíssimo contato com a religião durante a sua infância, mocidade e parte da maturidade. Em consequência, a sua visão acerca da igreja e do clero resumia-se na severa censura que ele fazia ao dogmatismo da doutrina e ao parasitismo dos religiosos. Tornou-se, célebre, aliás, a sua afirmação de que “nos teólogos, encontramos, em muitas nações, o poste em são amarrados os condenados a serem queimados vivos”. Posteriormente, disse que a religião seria uma “reles metafísica das massas”.
Contudo, ao acumular anos e sabedoria a sua visão crítica foi sendo abrandada e ele passou a ver certa semelhança entre o êxtase propiciado pelas Artes e aquele proporcionado pela prática religiosa.
A partir de então, ele começou a ver um sentido mais profundo nos rituais eclesiásticos e começou a desenvolver estudos sobre o tema, concluindo, por fim, que a Religião nada mais é que o Pessimismo filosófico.
Embora seja uma simples cópia mal elaborada dos ensinamentos de Platão (os quais, por sua vez, são uma adaptação bem feita do Hinduísmo) o Cristianismo, por exemplo, prima em “negar a vida” em prol da “salvação”. É o caso do “Pecado Original”, onde a afirmação da vida ou da Vontade, por intermédio da reprodução, é execrada com rigor, enquanto se louva a “negação da vida” através da abstinência sexual. Noutro trecho vê-se semelhante negação com a pregação dos jejuns ou martírios físicos, cujo objetivo é enfraquecer o corpo e conseguintemente o Desejo.
E essa aproximação entre as doutrinas religiosas e a Filosofia Pessimista mais se evidência nas religiões originais, ou seja, no Hinduísmo com as suas derivações.
Dessa maneira, pode-se ver que o Budismo é mais incisivo que o Cristianismo porque nele a destruição da Vontade é o cerne principal da crença. E que o Jainismo supera a ambos, chegando ao ponto de considerar o suicídio por inanição como um dos atos religiosos mais louváveis, já que com a morte, cessa todo Querer. Caracteristicamente, o Hinduísmo e as outras religiões orientais diferem das ocidentais por serem mais profundas, intuitivas e honestas em sua interpretação do mundo; e graças a isso elas podem tratar desses temas sem os subterfúgios hipócritas do Cristianismo que escolheu um indivíduo apenas para “negar a vida” ao morrer na cruz. E também graças a essas características, elas podem conviver pacificamente com a certeza de que a individualidade é uma tola ilusão, já que, na verdade, “tudo é um”. Podem aceitar que o Céu e o Inferno estão dentro de cada mente, sendo o Paraíso o estado de Nirvana, constituído pela redução ao máximo possível de todo desejar, enquanto que o Inferno é exatamente o oposto, ou seja, o paroxismo da escravidão à Vontade, ao Desejo e ao Tédio.
E como são apenas as pessoas geniais, no sentido anteriormente descrito, que conseguem atingir o Nirvana, apenas elas desfrutam da paz que um objeto artístico pode proporcionar aos homens comuns; levando, é claro, a vantagem de viverem essa pacificação interior por longos períodos, ao passo que os demais, experimentam-na apenas enquanto estão sob a influência da Arte.
Desse modo, Schopenhauer resgatou aquele que talvez tenha sido o objetivo original do sentimento religioso, isto é, fazer o homem compreender que os Desejos egoístas são a causa de sua infelicidade perene.
Produção e divulgação de Pat Tavares, lettre, l´art et la culture, assessora de Imprensa e de RP., do Rio de Janeiro em Junho de 2014.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2257 leituras
other contents of fabiovillela
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | Talheres | 0 | 1.189 | 07/07/2011 - 13:24 | Português | |
Poesia/Tristeza | Fria | 1 | 2.037 | 07/07/2011 - 02:42 | Português | |
Poesia/Amor | Toque | 1 | 1.525 | 07/03/2011 - 18:44 | Português | |
Poesia/Geral | Maresia | 0 | 1.527 | 07/01/2011 - 12:26 | Português | |
Poesia/Amor | Sentires | 1 | 869 | 06/30/2011 - 22:33 | Português | |
Poesia/Amor | Mãos | 0 | 1.178 | 06/28/2011 - 16:32 | Português | |
Poesia/Geral | Rimel | 1 | 1.862 | 06/28/2011 - 02:24 | Português | |
Poesia/Geral | Medo | 0 | 2.052 | 06/27/2011 - 12:58 | Português | |
Poesia/Amor | Menestrel | 1 | 820 | 06/27/2011 - 03:45 | Português | |
Prosas/Teatro | Gregas Tragédias - 13 - EDIPO em COLONO | 0 | 2.731 | 06/26/2011 - 12:45 | Português | |
Poesia/Amor | Reviver | 1 | 1.486 | 06/26/2011 - 00:44 | Português | |
Poesia/Geral | Autógrafos | 0 | 1.179 | 06/23/2011 - 21:43 | Português | |
Poesia/Amor | Plano | 1 | 1.965 | 06/23/2011 - 04:26 | Português | |
Poesia/Amor | Manhãs | 0 | 958 | 06/19/2011 - 13:16 | Português | |
Poesia/Amor | Cristal | 0 | 871 | 06/18/2011 - 23:31 | Português | |
Poesia/Amor | Gerais | 0 | 2.060 | 06/17/2011 - 13:21 | Português | |
Poesia/Amor | Mãos | 0 | 822 | 06/17/2011 - 00:59 | Português | |
Poesia/Amor | Luz | 0 | 646 | 06/16/2011 - 12:11 | Português | |
Poesia/Amor | Distância | 0 | 773 | 06/15/2011 - 00:34 | Português | |
Poesia/Geral | Quantos | 0 | 2.520 | 06/12/2011 - 14:44 | Português | |
Poesia/Geral | Concluir | 0 | 1.053 | 06/09/2011 - 13:02 | Português | |
Poesia/Amor | Amar-te | 1 | 1.477 | 06/07/2011 - 13:46 | Português | |
Poesia/Geral | Idas e Vindas | 0 | 757 | 06/06/2011 - 12:51 | Português | |
Prosas/Teatro | Gregas Tragédias - 12 - AS FENÍCIAS | 0 | 5.350 | 06/05/2011 - 13:28 | Português | |
Poesia/Gótico | Genoma | 0 | 1.766 | 06/02/2011 - 22:18 | Português |
Add comment