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Take 1

A imaginação transporta-nos tantas e outras vezes para mundos surrealistas, de sonhos. É ela o elo entre a realidade absoluta, e tudo aquilo que o nosso subconsciente se esforça por não expelir; uma outra realidade, que não o sendo, se vai tornando real, em todos esses mundos por nós criados, passando então a ser também ela verdade irrefutável.

Diferentes melodias são tocadas, de cada vez que a necessidade de uma nova música transborda para fora de uma qualquer realidade por nós iniciada.
Somos também seres feitos de música, rodopiamos e gingamos, entre sons que há muito não nos lembrávamos ser capazes de ouvir uma vez mais. Uma só vez que fosse.
Mas esse não é nenhum limite, não. Não o conseguiria, nem o poderia ser, ainda que se perdessem todas as melodias criadas em cada rasgo de um qualquer devaneio, ainda que por terra ficassem todas as notas, desalinhadas, agora, numa não-melodiosa espécie de tormento musical.
Os limites, esses, são tão vastos...se eu soubesse medi-los, se eu soubesse colocar por números exactos a imensidão de todo o seu alcance...
Havendo limites - porque até os há, é porque são impostos por uma barreira construída de egoísmo, que nos leva a não os ultrapassar, negando-nos a existência do que estará do lado de lá, do lado oposto àquele em que nos encontramos, o qual nos esforçamos sempre por seguir, sem nos desviarmos um único centímetro que seja.
Por outro lado, os limites são meros pormenores, insignificâncias geradas a partir do momento em que estabelecemos uma distância, não permitindo, nem a nós, nem aos outros, que sejam ultrapassados e, criando assim, marcas forçosamente impostas.
Então, tornamos a sonhar: pintamos os limites de todas as cores que conhecemos, transformamo-los em partículas por nós desenhadas, artisticamente construídas, e depois moldamo-los com variadas formas, tantas quantas quisermos que seja o tamanho do nosso mundo, da nossa pauta musical.
É-nos permitido fazer isso, porque a relação entre o sonho e a realidade, é muito peculiar, poderia até tratar-se de uma relação tão cúmplice, como um qualquer amor de verão, como uma qualquer amizade, dessas que provocam dores de barriga, a cada cem gargalhadas esboçadas. É, até, uma relação de reciprocidade, uma vez que o sonho anda sempre com a bagagem da realidade às costas e este, fá-la pensar após cada visita sua, que tudo é possível, com ou sem limites. A realidade, por sua vez, refugia-se no sonho, apenas para nele guardar todos aqueles pedaços de que não se quer esquecer, ou apenas para tentar unir todas as pontas que aos seus olhos lhe parecem soltas; escrever o guião à sua maneira e deixar que o sonho o represente, por sua vez.
Passamos então a ser também nós actores, guiados por um talento que desde sempre morou em nós, com ordem para emergir apenas no momento em que fosse por nós descoberto. Passamos, inevitavelmente, a fazer parte de uma peça de teatro, na qual não é permitida a repetição de qualquer cena ou take.
Somos impulsionados pelo improviso, mas teremos essa capacidade de desenrolar bem o nosso papel? Desde que não percamos nenhum acto, quer-me parecer que sim.
E os que se perdem, ou se saltam?

Não há repetições.

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quarta-feira, fevereiro 8, 2012 - 18:32

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Ivo Costa

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