CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Testamento
Não há muito o que deixar para os vivos enquanto, entre eles, estive sempre morto. Fiz meu testamento há algum tempo e tenho a impressão que cada bem me foi levado sem que eu mesmo percebesse.
Deserdei meu coração ao mundo e, sobretudo, a mim mesmo. Foi há muito tempo quando o mesmo se soube longe das festas das ramas. Tirei-o do trabalho físico de pulsar quando o descentralizei de toda energia, convergindo-a ao pensamento. Desde então, em cada segundo ele desintegra como se ao pó já tivesse voltado. Vez ou outra o mesmo pó retorna às mio-paredes e o petrificam.
Hoje, neste testamento, pretendo a ele um herdeiro, porém minha humildade não clamaria por um ourives, tampouco escultores ultrassensíveis que enaltecem amores exagerados. Não os tive, mesmo que exagerados os sentissem. Petrificado e empoado, dôo-o às mãos de um escavador qualquer. Que este faça bom proveito e novos sulcos, que talvez sirvam para que neles cative-se algo ou alguém.
Como eu havia escrito, não há muito o que doar, já que deixei de viver e ambicionar o mundo das matérias. Aliás, não, totalmente deixados de lado, quero os meus cigarros. O tabaco, meu maior companheiro, deve estar comigo no momento em que de seu mundo eu fizer parte. Meu pulmão, pressinto, daqui das trevas, será mais belo e menos julgado.
De meu bem, o mundo já está cheio. Não sei se “doá-los” seria a palavra correta, já que me existem em abundância os pensamentos: deixo-os em bytes ou em folha; deixo-os em voz, em semblantes, em sorrisos e em algumas quase indecifráveis sensações; deixo-os vivo, enquanto deles jazo…
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1894 leituras
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | A Terapeuta | 0 | 1.688 | 02/03/2012 - 01:32 | Português | |
Poesia/Amor | Platonismo | 0 | 1.810 | 01/30/2012 - 15:32 | Português | |
Poesia/Geral | Exausto | 2 | 1.904 | 01/26/2012 - 16:57 | Português | |
Prosas/Tristeza | O Menino e a Mulher | 0 | 1.243 | 01/23/2012 - 05:36 | Português | |
Poesia/Geral | Da Densidade do Sangue | 0 | 1.235 | 01/09/2012 - 12:13 | Português | |
Prosas/Tristeza | Daqueles Dias | 0 | 1.099 | 01/09/2012 - 10:17 | Português | |
Poesia/Amor | Último Caminho | 0 | 1.000 | 01/09/2012 - 10:12 | Português | |
Poesia/Soneto | Carolina | 0 | 1.136 | 11/05/2011 - 12:59 | Português | |
Poesia/Soneto | Velório de Estrela | 0 | 903 | 11/05/2011 - 12:56 | Português | |
Poesia/Soneto | Do Amor | 0 | 911 | 11/04/2011 - 15:06 | Português | |
Poesia/Paixão | Gerente de Luz | 0 | 1.403 | 11/04/2011 - 15:04 | Português | |
Poesia/Geral | Negrura Rotineira | 1 | 1.023 | 09/14/2011 - 00:31 | Português | |
Poesia/Geral | A Menina | 0 | 1.012 | 09/13/2011 - 20:09 | Português | |
Poesia/Geral | Recriando | 0 | 1.124 | 09/13/2011 - 20:05 | Português | |
Poesia/Soneto | Da Vaziez Adulta | 0 | 847 | 09/13/2011 - 20:03 | Português | |
Poesia/Geral | Conversa Franca | 0 | 674 | 09/13/2011 - 19:32 | Português | |
Poesia/Geral | Poeta do Byte | 0 | 675 | 08/12/2011 - 04:37 | Português | |
Poesia/Soneto | A Vela | 0 | 905 | 08/11/2011 - 23:14 | Português | |
Poesia/Soneto | O Mais Verídico Canto | 0 | 512 | 07/28/2011 - 05:00 | Português | |
Poesia/Geral | A Graça | 0 | 890 | 07/28/2011 - 04:58 | Português | |
Poesia/Geral | Exaustão | 0 | 685 | 07/28/2011 - 04:55 | Português | |
Poesia/Soneto | Da Imensidão | 0 | 758 | 06/20/2011 - 17:45 | Português | |
Poesia/Fantasia | Na Aurora do Amor | 1 | 1.061 | 06/20/2011 - 17:42 | Português | |
Poesia/Amor | Da Promessa | 0 | 1.096 | 06/20/2011 - 17:29 | Português | |
Poesia/Geral | Lei do Homem | 0 | 926 | 06/05/2011 - 17:15 | Português |
Add comment