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A TRÍADA DA COGNIÇÃO
UMA FORMA DE EDUCAR - SOB A PERSPECTIVA DA FORMAÇÃO
A TRÍADA DA COGNIÇÃO
Um livro é o elo de comunicação que se estabelece entre autor e leitor, superando a barreira existente entre o eu e os outros. Elo este capaz de concretizar o sonho de amar e ser amado ao se passarem idéias, estado de espírito e sentimentos pessoais a outros.
Ler, pensar e racionalizar são os alicerces fundamentais que permitem ao homem conhecer-se a si próprio e ao mundo. Ler pressupõe assimilar linhas escritas e as entrelinhas em branco, abstraindo-se de tudo aquilo que se é para se tornar em alguma coisa nova, desconhecida, que não somos... Forma-se assim o ser pensante, sobre a perspectiva ontológica da sua essência mais íntima, profunda e humanista que lhe é própria.
O primeiro contacto com o conhecimento surge ao se descobrir aquilo que outros já pensaram. Incursões por viagens existenciais, intimidade com diferentes mentalidades, tramitações a épocas remotas da História, descobrimentos de eras e civilizações passadas, enfim, adquirir conhecimentos da humanidade. Para atender à aquisição de conhecimento impõe-se toda uma metodologia que deverá orientar o processo intelectual de obras e autores, em consonância com os anseios pessoais e o futuro desejado, por intermédio de criteriosa conduta intelectual no presente. Os passos de hoje podem determinar o amanhã; ações com reflexos no ser vindouro, ou da própria História.
Pensar é questionar! Quem não se interroga não se conhece. Foi, com efeito, o racionalismo frio do passado, desprovido de sentimento, que originou uma filosofia sentimentalista vã que impera nos nossos dias. Vive-se, neste século, o inverso do postulado de Descartes – “Penso, logo existo”. Ou seja, Existo, logo não penso. Constatado o fracasso dos tempos idos, passa-se na atualidade a uma situação diametralmente oposta, na qual um sentimentalismo exacerbado e irracional se apodera da mente humana, distorcendo a verdade e afastando o indivíduo da realidade - embora ciente dos acontecimentos corriqueiros do dia- a- dia - alheia-se a entendê-los e a situar-se no mundo.
A saída para o futuro abre-se face à disposição consciente que o ser pensante tem ao se indagar a si próprio, procurando obter respostas para as suas perplexidades, achando-as ou não, mas tentando preencher as lacunas existentes no mais profundo do seu íntimo, na razão de sua existência.
Resolvida e maturada a questão da pessoa com a sua individualidade, passa-se então à sua inserção no contexto ambiental. Num clima de equilíbrio e ponderação sobre as mais variadas situações a que o ser humano está sujeito surge, então, quase que intuitivamente, soluções capazes de suprirem as necessidades que o mundo tem, e ainda, viabilizar o bem-estar pessoal e coletivo.
Sábio é aquele que conseguiu reviver o que outros viveram; que repensou o mundo e que o deu a conhecer a outros.
Escrever é refletir aquilo que somos. E somos todos diferentes. É passar para outros as nossas vivências, os nossos pensamentos, o nosso conhecimento. O progresso, em última instância, depende da multiplicidade de conhecimentos e da capacidade de os transmitirmos à humanidade. Ao nos descobrirmos, vamos ao encontro da nossa integridade e, por conseqüência, cada vez mais nos aproximamos de um ideal de aperfeiçoamento humano.
Por Fernando Figueirinhas Nana, 5 de abril de 2011
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