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Tributo a Michael Jacksosn
Agora que o ídolo se foi, todos gostavam, eram fãs, sentiram. Não menosprezando os sinceros e leais, de forma alguma.
Não faço parte dos hipócritas, pois sempre fui fã de Michael, embora sendo brasileira, sempre acompanhei sua história... E que triste história!
O menino que foi torturado por um pai severo e sem coração. Obrigado a acertar os passos de dança, o tom, a letra, indiferente a sua pouca idade. Perdeu sua infância, sua inocência e até sua fertilidade, após um chute que seu próprio pai lhe deferiu nos testículos.
Michael não queria crescer. Queria a todo custo resgatar a infância que lhe roubaram.
Ter os filhos que lhe negaram. A felicidade que lhe esconderam.
Com um talento nato, um carisma imenso e um coração maior que sua raiva, o caminho foi trilhado com brilho, fortuna e escândalos cada vez maiores. Muito dinheiro e gastos mirabolantes. Bom, o dinheiro afinal, era seu!
Um homem menino. Que revolucionou a música pop, que mudou de cor, que construiu uma terra do nunca. Que teve filhos emprestados, crianças que ele amava como nunca havia conseguido ser.
Quando foi acometido pela doença, pois todos sabem que ele tinha vitiligo, embora muitos dissessem que ele mudou de cor porque quis, como se isso fosse possível, sofreu dores terríveis, e enquanto isso lançou moda. Pontas dos dedos cobertas com fitas, luvas, braceletes, apenas eram os artifícios que ele usava para esconder as manchas na pele, no entanto, fora imitado pelo mundo.
Michael perdeu. Perdeu a cor, a dignidade, o brilho, a saúde.
Envolvido em casos policiais, que se falava de abuso de menor, nunca se soube até onde era real. Um pai, indignado, aceita uma indenização milionária para negar tudo. Pois se alguém abusasse de um filho meu, dinheiro nenhum no mundo me faria desistir de ver esta pessoa atrás das grades. Pode até ser, não estou aqui para dizer que ele era um santo, sem defeitos. Nem poderia. Era humano, e humanos tem falhas. Mas o mundo resolveu esquecer que Michael tinha sérios problemas emocionais. Traumas jamais superados.
Correndo desesperado ao encalço de uma juventude perdida, mudou o rosto. Achou que a cor branca não combinava com seu nariz de negro. Ganhou um novo nariz. Novos lábios. E foi perdendo a identidade. Não foi criança, não foi jovem, não foi adulto. Michael foi o que ele achava que era. Muitas piadas foram contadas, desenhadas, publicadas a respeito de suas eternas plásticas. Mas a dor não era física.
Sua sexualidade era uma incógnita. Mas as pessoas se preocupam muito em saber da intimidade, de coisas que não nos dizem respeito. Ídolos são investigados a todo o momento. Invadem a privacidade, ferem princípios.
Irreverente, polêmico, adorado e idolatrado, era apenas uma criança acuada, inseguro e angustiado, buscando sempre compensar seu vazio com objetos caríssimos, atitudes complexas, chocando as “pessoas de bem”.
Pobre Michael!
Foi famoso, foi bonito, milionário, pai, marido, acusado, viciado, talentoso, pervertido, mas nunca foi feliz.
Com olhos inegavelmente tristes, sorria e mentia. Negou as plásticas, o fato de ser estéril, o vício com os analgésicos. Mentia porque realmente acreditava que era verdade. Que estava mudando, que os filhos eram biológicos. Ele precisava crer nisso. Era uma necessidade. Sobrevivência.
Na minha simplicidade, relato o que me diz meu coração. Não conhecia Michael pessoalmente, embora tenha sido um desejo grande, nunca o vi de perto. Mas conheço sensibilidade. Bondade. A boca pode mentir, mas os olhos nunca mentem.
Michael não morreu. Ele se libertou. De uma vida sofrida, de farsas, de dores, físicas e emocionais. Voou. Foi cantar e dançar em outros universos.
Como é fácil destruir um ser humano! É só espancar uma criança. Exigir dela o que ainda não tem capacidade. Jogar pedras, julgar, pisotear os defeitos e as falhas do seu próximo esquecendo-se do único ser perfeito. Aquele que realmente amava Michael. E nos ama.
O fim da jornada talvez tenha chegado cedo demais. Não para ele. Quando o anjo da morte veio em busca de Michael Jackson, encontrou um corpo frágil, um rosto deformado e um coração cansado. Uma alma empobrecida, entregue.
Agora você está feliz enfim! Libertou-se das correntes que o sufocavam.
Foi-se para a verdadeira terra do nunca. Você não está sozinho. Nunca mais ninguém lhe fará mal, nem lhe cobrará uma imagem. Seus erros serão julgados por um Pai justo, como os meus também.
Vá menino! Voe para bem longe das representações, das mentiras, da hipocrisia! Sou apenas um grão de areia, e nada que escrevi vai mudar o que lhe aconteceu no correr de sua vida, nem a mente das pessoas que criticaram você, nem as torturas por quais passou, mas alivia meu coração.
Vá com Deus!
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Comentários
Re: Tributo a Michael Jacksosn
Tocante e bonito aquilo q escreveu, enternecedor até! Não sei que tipo de pessoa era, efectivamente, o Michael Jackson, mas admirava o artista, uma das minhas musicas preferidas sempre foi o Liberian Girl.
"Belo" ou "Monstro"?
Isso não me compete julgar, nem quero, de minha parte será sempre admirado como um artista fabuloso, que despoletava sensações fantásticas qd aparecia em palco, que nos conseguia deixar sem fôlego com os seus passos de dança, q eram quase passes de magica, que nos anos 80 nos colava a t.v. sempre q aparecia um videoclip novo, porque eram sem duvida os melhores!
A mim basta-me ter saudades do artista!
E porque era impossível brilhar daquela forma apenas por uma questão de talento, havia paixão, havia entrega em cada movimento, isso tinha de lhe trazer alguma felicidade, a mim pelo menos trazia!
Beijinho em si Gisa, esteja ele onde estiver, com certeza gostou de a ler!