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Viajante Sonhador/“Capítulo Outro”= "Cais de Baixo"
M
uito atarefado, de pasta na mão e uma correria para sair de casa; como quem vai ensaiar uma luz fundida. Todo o caminho batia na memória; enquanto ia desvendando: Caso vendado sobre vendas, negras, amarradas no cachaço; aonde os olhos são selados e aprisionados para ver Mundo de todos os lados: Compunha fórmulas que o levavam a caminhar; “Não! Que, engravatado: Ele não queria andar de bicicleta: Desde que viu um Zé ser agarrado por um tractor”. Cada descoberta de si: rebentava-lhe: Como pasto; vinha a incerteza no vento; por vezes árido e enjoativo: Batendo na mesma tecla, constantemente: - “Será este o caminho que me leva para algum lugar”? ... – Interrogou-se, mas, percebeu que: Tinha que manter o pescoço flexível; entre os nervos e a carapáça da tartaruga... Elevar a vontade e esperar que o Mundo rodasse cada passo com a espera que o espera para repousar...
Quando o momento abria a porta (ele) já não espreitava: Tapava o nariz e escapava do ataque biológico; prestes a salpicar o vento; de línguas víncadas como agulhas, para acompanhar os olhos que andam a tesourar: Grandes golpes ferem ainda o couro da sua casáca, esfarrapada e queimada, parte: Fumada por cigarros que se mantinham acesos nos pulmões; que estavam a queimar... “Sim”... que tudo parte de dentro: como um peito cheio que, desaba num súspiro: Cálice de justiça; que algo treme ao pensar no que está para vir: Seus olhos estão cansados. (Ele), que téme. (Ele) que tem de pesar e confirma aquilo que nos vem a espantar e colocar toda a sua lei dentro dos nossos corações, suavemente, como uma fonte doce que nos vai alegrar e alimentar.
- Pára... Pára tudo!! ... Pára agora tudo!!
- E tudo parou: Ficou a olhar o vazio cheio de nada e deixou que assim continuasse até que se enfadasse... Assim: O silêncio incomodava os confusos que não encontravam por onde lhe pegar: (Despejava-se a mim próprio, sem carapáça; algures: Num mar de estrelas; por de-trás do sol apagado). Ao princípio era sempre mais difícil: Tinha de controlar a velocidade: Que lhe arrancava penas, como se fossem rubítos de fuseladem a escapar... Não conseguia abrir os olhos e a boca enchia-se-lhe de ar: Afiou o bico; garras áctivas e fortes, suficientemente para aterrar; então: Gritou; acompanhando a vibração sobre o vale até ao fim de mar; que logo se lhe enjaula: Adormecido, estremunhado com a realidade que nunca se esquecia de chegar.
_ Logo lhe encontrava o ponto; e, fazer o quê?! ... Ele nunca foi oportunista, pelo contrário: Um desoportunista. “Abriam-lhe assim, as papálvas, mas, ele estava a aprender e não chegava essa emoção para o vencer”.
A sua vida não se transformou; mesmo que tal tenha acontecido: Ele não o conheceu; ou, mesmo, se com ele viveu: Foi transformado em vida e pelo tempo comida. “Pronto”.
Assim, pensou alinhar a situação; depois... Muito depois: (Ele), até podia confiar neles, realmente; que, (ele) confiava. Mesmo enquanto tribulava: Era lá... E é lá: No tecto do quarto estrelado: Ali, confia-se no lobo que amamenta o cordeiro, sem se esquecer de dar do peito para o futuro da sua barriga... Que, até aqui,: São todos inteligentes...
- “Então o burro... Não anda?? ...
_ “Tu... Burro! ... Não vês que o animal tem carga a mais”?
- Dava um ‘animal’ instruções ao burro que, o verdadeiro dos animais, ali: Não se carregava... Despotadamente, caia fora do caminho; mas, apenas o fazia como uma comparação, digamos: Uma comparó-demonstrativa; comparativa: para se parecer explicativo: Miúdos miúdos; o público quer miúdos: Tudo trocadinho; ali: Como manda a trabuca.
Assim acontecia; talvez que, por certo: O valor mais calejado: O botão que liga a vida; as costelas, como grades e um grito a valer; sem vibração: Cheio de tudo e das atenções desperdiçadas... Muitas são as névoas cruzadas pelo olhar; virando-se às distãncias que não cabem no Mundo: Aonde, a linha do tempo protesta vertigens derramadas ao mar: Abocanhadas entre as redes do passado e o anzól do futuro... Como polém de itérnidade: Ornamentando a poesia que assim venho: Morto; enfeitando a idade, pelo istigma da alegria: Como sabedoria, ao poéta, elegido por vocação... Escapando às lágrimas da paixão.
- Enfim: Uma autêntica armadilha se abatêra sobre (Outro). Começou por me preocupar com o tempo; como se sentisse algo forte: Uma desgraça qualquer, uma notícia forte, daquelas chocadas. Então anotou na sua agenda:
( Worked: 13:00 till 18:00 = 5.
21:15 – Passa um tornado sobre a terra e o temporal anuncia-se.
---- Vamos ver o que ele trás.
- (Ano do cais-de baixo) -
Ventos fortes e chuvas fortes: Assolam o Mundo.)
Vestiu uma casáca quente, gorro e luvas nas mãos, botas de montanha nos pés; preparou-se e saiu para a rua: Foi ver a noite; comprimentar a lua; se não se envergonhasse. Que, ele, tinha a quase certeza de que, o temporal, iria apanha-la e come-la e larga-la, no seu acabar, sem que, uma espreitadinha, se pudesse aproveitar... “Esforço ingrato: Que nem de tal: Tem visitas; quando a casa chega e se enche do seu (eu) que ali: Bem pode reinar”...
O silêncio múrmurava e podia-se perceber que os seus passos se ouviam; lá: Para muito longe... Que, o vento: Arrebanhava-lhe; enrolava-se-lhe e escapava pelos seus calcanhares: Saltando para a sua frente; assobiando em rima, na direcção do horizonte; constante, branco-cinza incendiado: Para onde transportava os sons dos seus passos...
As flores, deitavam-se; como que penteando seus cabelos ao vento: Fugiam ao temporal, como um beijo à terra: Oferecido pelo tributo da permanencia; mesmo impermanente.
- “Aqui por baixo, não aparece muito a noção de atitude e respeito... Então e eu! : Que tenho uma sorte!... Parece que me cheiram”...
- Pensava, pelo fim do dia; quando a cuéca: Suada e selada para embalar: Chegaram dois grandões,( Charruezes) com tamanhos de vacas fartas: Ficavam atrás do (Outro) (como quem diz) Por-de-cima a cheirar: Delíriados: Quando lançava gazes (lacrimógeneos), esforçados sobre pantufas de algodão.
Prosáicamente, (Outro), foi marcando o caminho: Que, Musa: Se encontra assim: Perdidamente... Como quem vai para a frente e nunca volta atrás: Fica ali... Esperando o tempo.
- Lá: No horizonte. Abre-se o lago sagrado; como uma nuvem discreta, disfarçada de lágrima crepúscular... “Espada inflamada temperada pelo suor da terra, desaguado no mar”...
*
- Aqui se arrumou o pedaço; a noite ficou sombria e o vento deixou o sibilar nas esquinas, travessas urbanas; com tudo parado, sempre no mesmo lugar. Só o uivo, ressoando nas tubagens dos esgotos, lembrava, lá longe, um horizonte turvado: Muita bruma, fantasmagórica, em espessos, pardos e largos... Noite comida e engolida de tormentos para um estômago erritado; que, em sua furia, esconde os seres e a terra: Para que tanta insignificãncia não assista a essa batalha; que até qualquer um podia cegar.
Observava os intervalos de Breu, nas plumas das tempestades. De quando em vez, rugia, no meio dos céus, como tela cinzenta que, a ousadia do vento; ‘permitida a uma desvendação’ sugava o escuro: Abrindo a boca por onde nascia a noite... Esperava alguma revelação, escorrida que fosse, derivada do tornado; - “alto; aqui... Mas: Arruinando algum lugar”... - Pensava, enquanto observava o céu – “Um sinal; que não seria fora do normal”! ... – Ele... Ele esperava um sinal; mas, o céu não mostrava nada, além dos ruídos, esbatidos de luz: Parecendo que soldava algumas estruturas que desabassem sobre a terra. Nada que se visse, mas, ao retornar a casa já não lhe apertava a gravata; nem se importava com a presença do Universo; como um desprezo qualquer: Desiludido que, volta para casa como quem retorna à sua Pátria embebido numa sabedoria qualquer... Fria luz que se solidariza implorando... Que, instruendos! – Agora?! ... Nestes tempos... Não percebo: Como podem ser tão: Calças em baixo; promocionalmente; meio caminho: Tipo código postal: Destinatário: Box of sheet.
Bom... O certo é que, também Ele, se alterava: Camaleão; só por opção; dos momentos precisos para todas as cores: Assim precisamente, mudava de cor quando a ignorãncia ‘o’ rodeava: Trepava todas as múralhas e escalava as montanhas do Malaquias e não escapou; aquilo foi o que foi. – ahk... lá isso foi: Ninguém pode saber; como quem diz: Todos sabiam que ali de nada podiam saber, então:Nada; nada a fazer e (Ele) afundou-se num abísmo de gelo, habitado: Aonde se confundiu e foi assim: Como quem vai, ‘again’, to the broke side; to the holle of the hell; were’s the fire burn the bonnes and chamusca os cabelos de cansaço.
Depois a loucura adormeceu como uma dorna e (ele) aproveitou para encontrar o fio há meada: Tecendo as palavras, urdidas pelas imagens da sua parede: Vazia; despida de lembranças.
- “O temporal tornou-se discreto” – Apontou na agenda –“O sinal estava no livro”... -Como uma professia – “que, lentamente”... – Observava o tecto e as paredes – “Agora mais que nunca”!! ... – Anseava-se – “Anuncia-se!! Vamos ver o que ele trouxe: Os ventos rodopiaram: Agarraram-se ás árvores, em sua necessidade e árraram pelas avenidas fechadas como uma vingança prometida para sibilar”.
A despedida das águas... Que nem chegaram a desabar; só o céu, apressado, passava sobre (Cais-de-Baixo), que não era nada de mais ouvir o céu zangado; que, sempre se escondia! ... Talvez que: Amedrontado; que, alto: Não tinha esquinas para pulir; mas que, o vento o errolava: Fechando-se na escuridão, aonde a luz vem e a visão acaba. Era à luz que sentia o perigo e tentava esquece-lo, afastá-lo.
- Tu não estás em segurança. – Dizia eu. (Ele) gostava que eu o dissesse <
*
...Certa hora, ao olhar o espelho: “Estava nu” deixou-se cair; que o soalho desligara o entretanto; afogueado, enfurecido de desejo... Quando ficava exausto: Afastava-se de si próprio e adormecia, sem palavras: Acaríciado pela embriaguês do acordar; como beijos, suaves e leves; silênciosos como a brisa da terra.
- “Este dia vou vestir dedicação. – Dizia , para continuar a vida. Nada do que dissesse influenciava as quatro paredes; por pouco que fosse. Então morre. Dorme. É tudo o que posso dar-te. Suspeitei, como estavam perto de morrer; Há maneira delas; ‘ num lugar como aquele’, não há minha.
Aproximam-se incrivelmente na escuridão; (Ele), como um passarinho assustado: Atenção!!! Saltava para dentro de si e ali se refugiava... Pontos cinzentos começaram a aparecer; parecendo que o céu estava a transformar-se num crivo de buracos brancos que vinham aumentando a noite de branco, silênciado pelos trotes; de asas, como cáscos de milhões de cavalos em direção há terra formados. Depois, percebeu que todos os aflitos estavam acordados: Escorraçados pelo céu, vieram abrigar-se na terra, disfarsados...
- “Sim!... Veste-lo assim: É igual aos outros. O tempo é curto, não tarda terminado”.
- Pesadelo... Acordou; que falavam de si, também, os anjos do Diabo. A terra não sobra deles: Chegaram como um pesadelo feróz; que mistura a relva boa.
Naquela manhã não ouviu o galo cantar; não haveria traição... Por certo: O gargal da madrugada vestia-se nos primeiros azuis da terra ensopada; lambendo os telhados esparsos, quase apagados... Um pouco mais tarde, muito antes do meio dia, ainda manhã; quase tardia: Aprendeu a observa-los: Cinzentos: Desencaminhando toda a terra... “Fracos perante o amor; o verdadeiro amor. Enquanto a vida se abre como flores amando sobre a terra... “Cinzentos” sem corpo, ‘alguns’: Enterram-se! ... ‘Outros’ encarnados, no branco desmaiado: Esses; contaminados: Abrem a boca agindo pelo lado que muito lhes agrada... ‘Mas não... Não; que ali veste-se o ignorante’; ali é tudo muito boa gente; mas, não está então, o Mundo ocupado e o Inferno transbordando dessa bondade?? ...
_ “Pai... Perdoa-lhes; eles bem sabem o que fazem”...
- Com os braços abertos, acordou o céu e colheu do Mundo uma esperança; rasgando o véu em dois: “Par de cortinas que insênção a alegria dos Santos, Anjos e todas as luzes que habitam em torno; Espíritos das virtudes dívinas que permanecem diante do trono de Deus”.
(- “No imaginário, vivem seres iluminados que te ajudarão, se o teu coração bater nas portas dos seus jardim... Leva-te a ti próprio para esse Mundo e imagina-te como gostas: Sente a felicidade”.
- Falou o consolador, embrulhando nas suas mãos todas as efemeridades que representam segredos que, não são segredos mas todos fazem deles tabus ou, algo caprichoso demais para se falar...
-! “‘Deus’ está ao alto neste e qualquer outro caminho... Olha bem!! Obedece há cor”!...
- As lágrimas cairam-lhe do peito; chovendo, do céu... ‘Amor’... “Acedendo ao corpo”... Fogo!! ... Afogando por todo o geito; que, o idifício desmorona a dor; perdido de amor. Logo logo, o galo cantou; mas, ainda era cedo; que, antes dele cantar: Tomara-se de silêncio toda a terra: Obedecendo ao céu todas as virtudes germinadas. Pois que: Ainda há tempo... Ainda um pouco cedo: Dentro da vontade tardia; mas em hora certa... Na terra, que, certamente, se envolve nessa batalha constante; que sempre tem luz, de vida; mesmo depois e antes do céu amar .
... Para lhe chegar, na sua frente: Céu. Atrás de si, por amar: Céu... Céu que o persegue, enquanto caminha como árvore; céu que espera, sorrindo; mesmo quando fecha seus olhos para descansar... Céu que entra dentro de si, para acudir com todas as cores que se têm arredondado. Sim!... As cores que iluminam vida no céu em sublime sabedoria... Cores fartas, de terra: Pó; Água!! ... “Do céu: Luz”... Luz para as formar; luz quente e fria; morna! ‘Que se possa vomitar’.
Cor que sente e caminha por todo o grão de mar... Que tudo tem cor, quando ela mesmo é esse amor... Com dor.
- Aqui, não pode lavar as suas mãos, que, cor: Não sabe emanar; é ‘ele’; ‘Ele’: Com seus olhos fechados sentindo esse amor.)
*
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