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Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro du Bois

Ficha Técnica

- Obra Marcante:

Os poemas reunidos de Orides Fontela, ou de Fernando Pessoa, ou de Sophia de Mello Breyner Andersen. O romance “A Lua vem da Ásia”, do brasileiro Campos de Carvalho. Em verdade, quanto mais leio, mais fico marcado pelas leituras. É injusto citar um ou outro: cada obra me marca de alguma forma.

- Fonte de Inspiração:

Gosto de trabalhar sobre o cotidiano, desvelando a inexistência dos mitos; procuro entender os adeuses e as despedidas, as idas e vindas, a aceitação e a recusa, em suma, trabalhar as pequenas atitudes, tão desvalorizadas.

- Filme Preferido:

Faz tempo que um filme não chama a minha atenção, quer pelo enredo, quer pelos personagens, ou pela atuação dos atores. Sou basicamente diálogos. Fico com “Deus e o diabo na terra do sol”, de Glauber Rocha, cineasta brasileiro, nos anos 60.

- Canção de Eleição:

Gosto muito de música, mas aqui também me prendem as palavras, porque Chico Buarque é meu preferido. Entre tantas, fico com “Injuriado”, pela poética que permeia o seu desenvolvimento.

- A Imagem que Valeu Mil Palavras:

Minha mulher com nossa filha no colo, no seu primeiro dia.

- Uma palavra para descrever a si:

Sou assim, comum em minhas indiossincrasias.

- O Jantar Perfeito:

Aqueles após um dia de trabalho, junto à minha família, falando da rotina e das descobertas; entrevendo o restante da noite em comunhão e companhia.

ADRIANA: O Pedro é um escritor que se distingue tanto na poesia como na prosa. Existe alguma referência em particular que faz com que escreve em formatos tão diferentes?

PEDRO DU BOIS: Vivo na literatura, isto é, canto, suspiro arte, que procuro traduzir em cada poema, com versos cortantes e palavras de reflexão. Procuro formar uma narrativa poética que tenha força e originalidade, tentando fazer com que o leitor reflita sobre a importância da existência em várias perspectivas.

A: Ao ler alguma da sua escrita, parece que existem duas personagens que se interligam criando quase um diálogo que expressa vários sentimentos a partir de um só estímulo. Acha que o poeta pode descrever várias perspectivas em um só texto?

P: Registo sentimentos, memórias; minha vida em poemas. Valorizo cada gesto, cada conquista. Busco em cada dia a vivência e as descobertas.
Retrato a beleza dos momentos, com o encanto da magia das expressões. Busco honrar o significado e a significância das palavras. Sinto que em cada poema encontro/desvelo razões e registros do tempo, nossas necessidades constituídas na qualidade inata do pensamento diante das versões dos fatos.

A:- Estão presentes vários introspecções na sua poesia. Penso que é justo sentir que tem um gosto particular pelos pensamentos filosóficos. Quais são as suas influências literárias?

P: Não me furto dizer que minha escrita é a da contundência, fluidez e precisão, influenciado por tantos e tantos mestres do dizer poético (Borges, Cortázar, Mário Quintana, Mário Faustino, Saramago, Mia Couto, por exemplo).
A filosofia permeia meus textos, não por obrigatoriedade, mas pelas incertezas que nos acompanham diariamente.
Tal como um pintor que pincela de forma abstracta ou um fotógrafo que faz um zoom na imagem fotografada, uma das suas características como escritor é “brincar” com as palavras de forma solta, tanto na escolha de vocabulário como na formatação estética das mesmas. Acha que a colocação das palavras é tão importante como a leitura das mesmas?
Arrisco a dizer que a palavra é o caminho para o conhecimento ao reproduzir os sentidos do que é visto todos os dias. A magia das palavras passa pela presença da poesia, que trata a palavra no jogo de significado, significante e significâncias.
A leitura traduz as palavras em imagens. A vida se apresenta em sua grandeza quando a palavra adquire o poder imaginário que contamina o pensamento.

A: A partilha da obra literária online permite conhecer novos escritores de uma forma global. Como escritor sente que esta ligação ajuda na evolução da nossa escrita?

P: Gosto da liberdade – em todas as suas formas – na amplitude do espaço ilusório. Busco ampliar limites ao enfocar os significados. Acredito no percurso do conhecimento e nas ligações que temos no viver diário. A globalização permite revelarmos nossas obras e termos maior reconhecimento pela nossa criação. Quanto mais amplo for o espectro de oportunidade, tanto maior será a nossa evolução: escrita, crítica e consciente.

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Comentários

imagem de jopeman

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

É sempre com grande satisfação que vejo grandes escritores como o Pedro a desvendar parte de si para que se conheça a pessoa por detrás de tão magnificas obras.

E como já todos nos tinhamos apercebido, vives na literatura

Abraço

imagem de PedroDuBois

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Caro João, os elogios, credito-os à sua bondade. Sou apenas um escritor tentando recuperar o tempo perdido: sou tardio na literatura. Mas, sim, vivemos - minha mulher e eu - literatura todos os dias. Gostamos. Obrigado pelas suas palavras. Abraços, Pedro.

imagem de MarneDulinski

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Meu amigo Pedro Du Bois!
Li-te com carinho, bem de mansinho, e estou começando a compreende-lo melhor, bem como a literatura e a parte poética;
Gostei muito da entrevista dada, e enviada por Ex-Ricardo, pela qual agradeço,
MarneDulinski

imagem de lobo

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Gostei da entrevista. Da sua escrita ainda só conheço um texto que dá pelo nome de Rosa... e gostei muito. Prometo ler mais. Abraço

imagem de PedroDuBois

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Caro Lobo, bom ter palavras suas: são importantes para mim. abraços, Pedro.

imagem de Henrique

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

(PEDRO DU BOIS: Vivo na literatura, isto é, canto, suspiro arte, que procuro traduzir em cada poema, com versos cortantes e palavras de reflexão. Procuro formar uma narrativa poética que tenha força e originalidade, tentando fazer com que o leitor reflita sobre a importância da existência em várias perspectivas.)

Amigo Pedro me indentifico com a sua postura poética...

Um poeta completo na significância das palavras...

Os meus parabéns Pedro, uma pessoa sempre presente na poesia aqui partilhada.

No que a mim toca, muito obrigado pelas suas palavras sempre motivadoras...

Abraço, gostei da entrevista...

:-) :pint:

imagem de PedroDuBois

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Meu bom Henrique, seus textos são inspirados e inspiradores. Seu trabalho é ótimo. Quanto a mim, obrigado pelo seu comentário. Hoje, lendo a entrevista do escritor brasileiro Carlos Trigueiro, encontrei o trecho onde ele diz que não escreve por vocação, mas, sim, por necessidade. somos assim, não?
abraços,
Pedro

imagem de Henrique

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Quem sabe a necessidade seja uma vocação?

É, o poeta é capaz de tudo para expressar o seu interior, afinal de contas sem necessidade o poeta não escreve nem lê, ou seja não é poeta, é mortal.

Abraço

imagem de PedroDuBois

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Caro Henrique, tornar poesia a nossa necessidade, sim, é tocar a permanência (não a imortalidade). Trabalhar as palavras, para que elas nos retribuam em entedimentos, é necessidade: cotidiana.
Abraços, Pedro.

imagem de sanderscat

Re: Entrevista ao Waffer do Mês: Julho/Agosto 2009: Pedro...

Olá Pedro du Bois,

Foi bom conhecer-te um pouco mais.
E adorei a tua frase «A magia das palavras passa pela presença da poesia, que trata a palavra no jogo de significado, significante e significâncias.».
Continua a desenhar as imagens em folhas de linhas. ;-)
Bjs

Catherina