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A Bruxa

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A Bruxa

A bruxa olhou-se ao espelho. E observou aquilo que os olhos humanos conseguiam alcançar. Sabia que não era encantadora como as suas primas fadas, nem possuía o mistério das amigas elfo, que percorriam os bosques em busca de humanos para prender nos seus olhares profundos. Porém, possuía um aura que apenas alguns, muito poucos, conseguiam perceber e desvendar no meio do seu sorriso.
O seu olhar era limpido, o seu sorriso aberto e, ao contrário do que a mitologia lhe reservara, tinha um coração bondoso que se partia com as lágrimas derramadas por qualquer ser, mágico ou não.

Gostava de se olhar ao espelho...voltara a gostar de se olhar ao espelho. Durante muito tempo, demasiado tempo, não fora capaz de observar o seu reflexo por não conseguir assumir a sua pele de bruxa. Levara bastante tempo a aceita-lo. Mas finalmente fizera-o e agora sentia-se orgulhosa dele.
Às vezes, olhava as primas fadas, lindas, singelas e desejava, por momentos, ser como elas. Outras, prendia o olhar nas sedutoras elfo e ansiava adquirir aquela capacidade de encantamento que os seus olhares emanavam, sucumbindo os mais poderosos seres aos seus pés.
Mas ela era apenas uma bruxa, uma bruxa sem qualquer condição especial a não ser a do conhecimento. Sabia que o seu poder residia na sabedoria ancestral que arrecadara das velhas anciãs e dos livros escondidos no canto mais obscuro da floresta. Com eles, aprendera a conhecer as plantas, a ouvi-las falar, a ler-lhe as cores, a interpretar os seus sinais...e a junta-los concebendo feitiços. E assim se tornara numa bruxa.
Olhou-se mais uma vez ao espelho. Sorriu. O seu cabelo vermelho chamejava com a antecipação de o voltar a encontrar. Fechou o olhos e sentiu o corpo fervilhar com a recordação das suas mãos a precorrem-lhe o corpo. As sensações então sentidas, assomaram-lhe de novo os sentidos e acenderam-lhe o desejo. Queria aquele homem. Queria-o para si e não desejava, de forma alguma, deixa-lo solto a percorrer o bosque, correndo o risco que umas das elfo o encantasse com o seu olhar profundo ou uma das fadas o prendesse no seu sorriso encantador.
Ele aparecera ali por acaso. Sem que ela o procurasse. Primeiro falaram normalmente, de tudo e de nada, de coisas banais e de casos verdadeiramente importantes, do sol e das estrelas, da lua e do mar...Mas um dia, quando o luar lhes iluminava os sorrisos, os seus olhares cruzaram-se e as estrelas fundiram-se nos seus corpos, levados pela paixão.
Desde esse dia que, sem saber, tornara-se sua.
Desta vez, preparara-lhe um feitiço. Um feitiço que queria que fosse infalível.
Cobrira-se com uma manta de pétalas de rosa do fogo, mergulhara num lago de madressilvas, bebera o néctar de amores-perfeitos e envolvera o seu corpo num balsamo de gotas de orvalho colhido numa manhã de aurora celestial.
Estava pronta. Ia torna-lo seu. Queria-o só para si. Não por um acto de egoísmo ou de luxúria, nem tão pouco por capricho.
Queria-o!
Queria-o porque o seu coração duro de bruxa, enternecera-se e já não era seu.
Queria agora prender o dele.

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A Bruxa

A bruxa olhou-se ao espelho. E observou aquilo que os olhos humanos conseguiam alcançar. Sabia que não era encantadora como as suas primas fadas, nem possuía o mistério das amigas elfo, que percorriam os bosques em busca de humanos para prender nos seus olhares profundos. Porém, possuía um aura que apenas alguns, muito poucos, conseguiam perceber e desvendar no meio do seu sorriso.
O seu olhar era limpido, o seu sorriso aberto e, ao contrário do que a mitologia lhe reservara, tinha um coração bondoso que se partia com as lágrimas derramadas por qualquer ser, mágico ou não.

Gostava de se olhar ao espelho...voltara a gostar de se olhar ao espelho. Durante muito tempo, demasiado tempo, não fora capaz de observar o seu reflexo por não conseguir assumir a sua pele de bruxa. Levara bastante tempo a aceita-lo. Mas finalmente fizera-o e agora sentia-se orgulhosa dele.
Às vezes, olhava as primas fadas, lindas, singelas e desejava, por momentos, ser como elas. Outras, prendia o olhar nas sedutoras elfo e ansiava adquirir aquela capacidade de encantamento que os seus olhares emanavam, sucumbindo os mais poderosos seres aos seus pés.
Mas ela era apenas uma bruxa, uma bruxa sem qualquer condição especial a não ser a do conhecimento. Sabia que o seu poder residia na sabedoria ancestral que arrecadara das velhas anciãs e dos livros escondidos no canto mais obscuro da floresta. Com eles, aprendera a conhecer as plantas, a ouvi-las falar, a ler-lhe as cores, a interpretar os seus sinais...e a junta-los concebendo feitiços. E assim se tornara numa bruxa.
Olhou-se mais uma vez ao espelho. Sorriu. O seu cabelo vermelho chamejava com a antecipação de o voltar a encontrar. Fechou o olhos e sentiu o corpo fervilhar com a recordação das suas mãos a precorrem-lhe o corpo. As sensações então sentidas, assomaram-lhe de novo os sentidos e acenderam-lhe o desejo. Queria aquele homem. Queria-o para si e não desejava, de forma alguma, deixa-lo solto a percorrer o bosque, correndo o risco que umas das elfo o encantasse com o seu olhar profundo ou uma das fadas o prendesse no seu sorriso encantador.
Ele aparecera ali por acaso. Sem que ela o procurasse. Primeiro falaram normalmente, de tudo e de nada, de coisas banais e de casos verdadeiramente importantes, do sol e das estrelas, da lua e do mar...Mas um dia, quando o luar lhes iluminava os sorrisos, os seus olhares cruzaram-se e as estrelas fundiram-se nos seus corpos, levados pela paixão.
Desde esse dia que, sem saber, tornara-se sua.
Desta vez, preparara-lhe um feitiço. Um feitiço que queria que fosse infalível.
Cobrira-se com uma manta de pétalas de rosa do fogo, mergulhara num lago de madressilvas, bebera o néctar de amores-perfeitos e envolvera o seu corpo num balsamo de gotas de orvalho colhido numa manhã de aurora celestial.
Estava pronta. Ia torna-lo seu. Queria-o só para si. Não por um acto de egoísmo ou de luxúria, nem tão pouco por capricho.
Queria-o!
Queria-o porque o seu coração duro de bruxa, enternecera-se e já não era seu.
Queria agora prender o dele.

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