Ainda tinha a roupa da semana da senhora da Rua 5 para lavar e engomar. Ia a pensar nisso enquanto se dirigia para casa. Ia a pensar no trabalho, sempre no trabalho pois nunca tinha tido tempo para sonhar.
Continuava com enjoos e as dores começavam a aumentar. Tinha deixado o almoço já adiantado. A sopa era a mesma de ontem. Era só ligar o fogão e cozer três ovos. Quando os miúdos chegassem dava-lhes sopa e pão com ovo.
Para ela faria um chá.
Puta de vida esta. Maldito o dia em que fora visitar o homem à prisão. Só na viagem gastara todo o dinheiro que juntara em meio ano. Ficara sem nada. E para conseguir juntar aquele, tinha trabalhado durante as férias no café da praceta. Maldito dia em que se deixara revistar, só para lhe dar prazer a ele naquele quarto asséptico e isento de qualquer afecto. Que importava dizer que não se sentia à vontade para fazer aquilo naquele sítio?
Quando ele estivera preso hà dez anos atrás não havia essas benesses. Ia visitá-lo e ponto final. Agora com esta modalidade do detido ter direito a estar com a mulher uma vez por mês, tinha-lhe ficado caro.
Depois do dinheiro gasto na viagem ficara sem um cêntimo. Logo agora que era quando mais precisava. Ainda pensara ir pedir à sogra algum emprestado, mas desistiu. Sabia que se o fizesse levava com a porta na cara. Fez o pedido no café, comprometendo-se a trabalhar das seis às oito nas limpezas, e durante meio ano que era o tempo previsto para a baixa médica da empregada.
Subiu as escadas a custo. Foi-se mudar pois estava de novo toda encharcada. O corpo estava pesado e a pedir cama depois de mais uma interrupção.
Terminou o almoço e serviu-o.
Depois deitou-se, adormeceu e sonhou.
Ainda tinha a roupa da semana da senhora da Rua 5 para lavar e engomar. Ia a pensar nisso enquanto se dirigia para casa. Ia a pensar no trabalho, sempre no trabalho pois nunca tinha tido tempo para sonhar.
Continuava com enjoos e as dores começavam a aumentar. Tinha deixado o almoço já adiantado. A sopa era a mesma de ontem. Era só ligar o fogão e cozer três ovos. Quando os miúdos chegassem dava-lhes sopa e pão com ovo.
Para ela faria um chá.
Puta de vida esta. Maldito o dia em que fora visitar o homem à prisão. Só na viagem gastara todo o dinheiro que juntara em meio ano. Ficara sem nada. E para conseguir juntar aquele, tinha trabalhado durante as férias no café da praceta. Maldito dia em que se deixara revistar, só para lhe dar prazer a ele naquele quarto asséptico e isento de qualquer afecto. Que importava dizer que não se sentia à vontade para fazer aquilo naquele sítio?
Quando ele estivera preso hà dez anos atrás não havia essas benesses. Ia visitá-lo e ponto final. Agora com esta modalidade do detido ter direito a estar com a mulher uma vez por mês, tinha-lhe ficado caro.
Depois do dinheiro gasto na viagem ficara sem um cêntimo. Logo agora que era quando mais precisava. Ainda pensara ir pedir à sogra algum emprestado, mas desistiu. Sabia que se o fizesse levava com a porta na cara. Fez o pedido no café, comprometendo-se a trabalhar das seis às oito nas limpezas, e durante meio ano que era o tempo previsto para a baixa médica da empregada.
Subiu as escadas a custo. Foi-se mudar pois estava de novo toda encharcada. O corpo estava pesado e a pedir cama depois de mais uma interrupção.
Terminou o almoço e serviu-o.
Depois deitou-se, adormeceu e sonhou.