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Não sei... Não sou

Pegue tu suas botas e calce às voltas de novo
Sem deixar esgares contaminar sua boca apopléctica.
Caminha tu, vem reclinar-te ao meu leito.

Sentes a espetadela esquálida da sova?

Aqui, deste jeito, deste modo
Sem modos
Afugentas uma solicitude entregue ao eco
És-não-és e és-não-és
Quão conflitante escarras
Quão forte as pedras levam batidas do cego
À procura de seu rumo.

Tu postergas o inefável
Para abrir espaço à concupiscência bandida
E com babas na quina dos lábios
Do animal tentando ser homem
Do homem tentando ser animal
Num tal qual
Anseias em ser mais do que já és.
Colidindo contra o caricato ser...
De mãos e letras

Escreveste a carta e assinaste em baixo,
Esqueceste o enredo o tom as náuseas,
Todo da letra deslizada à palavra

Sugas para dentro sua personalidade
O perímetro rubro delineado mostra quão circular são seus monstros
Puxas e fungas do nariz alguma coisa,
Quem sabe o seu delito ou o seu esquecimento.

O único lampejo que te olhas te mata

Alfim, assopras mais que pecado
E mais que isso tentas o mesmo silêncio da vela

Algum dia perguntarás
Das leves desesperanças
Sobre finas letras escritas,
Soerguidas em gestos duma poesia fria
E nada mais.

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terça-feira, dezembro 15, 2009 - 19:44

Ministério da Poesia :

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Alcantra

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