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CUANDO ESTALLA EL TINTERO

Dejé una vez que aves ignoradas
perturbaran mi descanso,
creyendo que en la noche duermen
y sólo fantasmas hieren mi silencio.

Los pinares del bosque de mi rancho
y los árboles que lo resguardan
suenan con el viento en mis versos…
son mis versos, son mis cantos.

El aire sentía todo:
las aves y los sonidos de las brisas
que hacían remolinos con mis sombras,
volando con mi fuego.

Sembrando con transparencias
llovían cielos, caían soles
sobre recuerdos lejanos, distantes,
rebeldes a todo olvido.

Es que a veces el tintero estalla y salpica
sublevado, desafiante y enfrenta a la pluma
escribiendo a su antojo
y transgrediendo mi arbitrio.
 

Publicado en "De la espera a lo esperado" 2011

Submited by

quinta-feira, janeiro 5, 2012 - 18:48

Poesia :

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Wences

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