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¿QUÉ ME QUEDA YA?

¿Qué me queda ya,
sino esperar albores?
Si los mismos pájaros que ayer rondaban
están hoy inusualmente pródigos.

¿Qué más, al sentir todo cumplido,
sino un preludio de lo eterno?
Si afines soles a los que antes relumbraban,
lucen hoy tan privativos.

¿Qué podría ya esperar,
si me consiente tanto el horizonte?

Sé que no se forman vientos
soplando hacia los cielos.
Ni se hacen mares ni ríos
llorando lágrimas.
Ni crecen bosques o montes
confiando ramas a la tierra.

Mas...
Sin la impotencia funcional del alma
-donde suelen sucumbir los hombres-
caminar inclaudicantes viendo el rumbo,
aunque se crea éste perdido,
logrará salvar caminos que separan
desdichas continuas de dichas vividas...
indefinidamente.

Publicado en "De sentires y sentires" 2008
 

 

Submited by

quarta-feira, maio 18, 2011 - 00:56

Poesia :

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Wences

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