A TINTA DA TUA TELA

Eu fêmea,
você macho
no teu colo,
eu me acho...

Pega assim:
me coloca na cama,
possua a mulher
que te quer...

Vem, procura a entrada
da gruta, já molhada
serpenteia em meu corpo
vem com desejo louco

Faz de mim
a dona do teu mundo
nessa fração de minuto

Quando te levo ao céu
gozando e jorrando
na minha gruta,
o leite do teu prazer
razão para mais e mais
me querer...

Aguarda que te faço tudo
abro as portas
do teu desejo,
te levo ao delírio
te mordo e assopro...
te domino e sou dominada
nessa dança de corpos suados
se acariciando
se querendo
se lambendo...

Te faço teso, viril
nesse meu corpo
teu templo, tua casa
para fazer a tua caminhada...

Vem, não demora muito...
eu, aqui,
já estou louca, por te sentir...

Arranha a tua aranha,
que te prendeu na teia
nos versos, que se parecem com os teus...
na devassidão das palavras
no formato desvairado
nas palavras de tesão
nos rompantes da paixão...

Vem, lambe agora,
a vulva que te espera
faça-se dono dela
usa e abusa, como quiser...
rebolo, te inflamando
no membro teso
vou me acabando...
te faço homem insano,
louco pela paixão,
que fiz brotar no teu coração...

Sou agora, a tinta
de tua tela
você, o pincel
que me pinta,
me enquadra,
me alucina,
me faz doce menina...

Me beija alucinadamente
faz bem diferente...
te sorvo a língua
chupando-a
sente...
vibrante,
quente...

Lambe minha boca
que está cheia de teu sêmen
prova...
teu próprio sabor
o leite derramado
na boca do teu amor...