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Dueto Albano Ferreira / Loubah Sofia

Nota explicativa
Este dueto foi CONSTRUÍDO por a Loubah Sofia, a partir de um poema que enviei-lhe particularmente, e remetido para mim há dias.
Então, eu resolvi o publicar, porque eu acho que ele merece ser visto e apreciado por todos, assim como o merece a "inteligência poética" da Loubah Sofia

Ela disse-me:
Se permite-me a ousadia, responderei a ti como um dueto alternado contigo assim:

 

Afinal, qual o porquê de tal tristeza desalmada
se a beleza, que vejo em ti contida,
se passeia contigo de mão dada,
na tua vida?

 

     Porquê d’alma um dia conheceu o êxtase da bem aventurança
     Talvez... dar dor de tanto amor prevaleça d’alguma forma o belo
     Porque essa minha vida... já mão nela da outra mão segura

 

Apavora-te a voracidade dessa ferida
que faz tu sentires a tua vida
se transformar, num nada...

 

     Sim o nada que em tudo o é voraz e cruel ferida
     Um sentir de lamentos que chora azuis
     Tão rubros que o transformar dos céus não seria capaz

 

Será que nesta travessia,
em que um dia tu sentiste-te
a cair de uma ponte,
tu sentiste um tal frio
porque a tua alma entrou nesse corrupio,
num tal vazio,

 

     Frio desumano, frio de ponte em mim do eu caído
     Despencado num abismo infindo
     Travessias não mais há e se o tem... Tantos espinhos
     Tantos pavores que nem escolha do alento vazio o foi permitido

 

que faz que tu a sintas a monte,
vagueando no tremendo espaço contido
entre um passado, que já é ido, e um distante horizonte
onde o teu eu não é tido.

 

     Esse eu respira ainda o passado razão do viver presente
     Sem ele o vagar não adver espaços
     Não visa horizonte, perdida aurora
     Tal qual frágil beija –flor buscando gota d’agua
     Tal qual filhote perdido do ninho
     De não nascidas asas

 

Tu sentes o esqueleto das tuas asas partido...

 

     Cada recanto oculto e desconhecido
     Cada segredo desmembrado sem piedade
     Sem onde esconder-se desse vôo de morte

 

Não poderia me entregar à tristeza
que retratas em teu olhar,
nem ao choro da tua Alma,
nem tampouco à avidez que, de quando em vez,
se extravasa do teu estar.

 

     Como entregar o que de vida não mais se tem?
     Se alma chora vazios
     Se retrato nem mais em sépsia o é revelado
     O vinho secou... e embriagues entrou em torpor
     Brutal esse saque sem ternura, sem mão de carinho
     E protector braços que abracem

 

Não conseguiria suportar esse arrastar de correntes
que tu sentes a te prender,
a te reter aos teus pendentes,
dos quais tu não consegues te libertar

 

     Para sempre cativa
     Nessa liberdade não pedida
     Nessas correntes quebradas que traz rendida
     O incerto de não mais o ser capaz
     Desejos...vontades...onde olhos que cegos
     A luz doutro clarão não saber ver

 

Não poderia ficar indefinidamente
a esperar ver passar a dor
que viola, sem pudor e constantemente, a tua Alma
e te lança noite e dia, nessa apatia,
no nervosismo que é
essa tua aparente calma.

apsferreira

 

     Perdão é pedido... Pedido baixinho num sustenido
     Quieto, sereno e compungido
     Espírito órfão de algoz libertador
     De cuja aparente calma ainda
     E sempre será autor.

     Loubah Sofia – Alma Feita De Ti -

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sexta-feira, setembro 2, 2011 - 20:10

Poesia :

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apsferreira

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Comentários

imagem de Teresa Almeida

Dueto Albano Ferreira / Loubah Sofia

Acho emocionantes os duetos em poesia.

Este teve um resultado estimulante, há uma comunhão de almas muito evidente. As agruras são partilhadas e, assim, poeticamente, sublimadas.

Parabéns amigos.

Um abraço,

Teresa

imagem de Raena David

Oi Eu achei muito bonito o

Oi

Eu achei muito bonito o que você e minha mãe escreveram

Amigos de verdade entende mesmo quando agente não fala nada.

Eu tenho amigos assim, na minha familia e na escola.

Obrigado por ler minha poesia e escrever pra mim.

Bjs

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