NA VULNERABILIDADE DO SUPLÍCIO...
....
Fujo do que sinto
Da definição que me tenta
Agarro-me à memória que me atormenta
Num suplício
Que junto, como se dor
Como se do precipício
Afugentasse a vulnerabilidade
Privasse meu corpo da liberdade
Que reduz todo o meu ser
À sua insignificante impotência
Púrpura irreversibilidade de TE não ter…
Dentro, num imenso TU de ausência
Talvez o TU mais único e ausente
Que alguma vez vi transcrito
A fogo gravado
Não circunscrito
Ou mesmo a ferros cravado
Olho-me por dentro desfeito
Não sei se pisado ou rasgado…
E nem a ausência
Nem a fuga a direito
Me servem de aliviado sossego
Apenas o som dos despojos enfrento
Como se a saque, meu corpo se encontrasse
Restando-me livre o espírito
Que voa gritando
Como se chama velasse, este tormento
Disfarçado de divindade
Que me deixou o diabo
Que de si, dizem indefinível ser, o significado…
Uma COISA, imensa
Que cresce sem dó nem piedade
Um BICHO, que dia e noite me reinventa
Reconstruindo-me, sádica e minuciosamente
Para que, de si, me torne de novo iguaria, nesta infindável tormenta…
De seu nome SAUDADE, é de DOR que se alimenta... Precisa e meticulosamente!!
: :
: :
(Sem tamanho a que sinto) :
(Tremenda a minha)
Rzorpa
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Comentarios
Impossível
Olá! RZorpa!
Não podia ler este poema sem deixar aqui algumas palavras sobre ele. Era impossível.
Da primeira à última linha vi as letras (como que impressas num espelho) onde eu próprio me olho muitas vezes.
E uma memória que atormenta, um conformismo de querer e não ter. Uma púrpura irreversibilidade... (as lágrimas sangrentas do coração?)
Uma construção arrebatadora, de uma "monstruosidade" de poema, que dói, que arde, que dilacera a pele do corpo e da alma inapelavelmente.
A ausência é tão grande que é como um fogo não circunscrito, assim como a dimensão da saudade e da dor. Por mais que se combata... essa chama insiste, insiste...
E para finalizar (algo que parece nunca findar):
Uma COISA, imensa
Que cresce sem dó nem piedade
Um BICHO, que dia e noite me reinventa
Reconstruindo-me, sádica e minuciosamente
Para que, de si, me torne de novo iguaria, nesta infindável tormenta…
De seu nome SAUDADE, é de DOR que se alimenta... Precisa e meticulosamente!!
E uma vunerabilidade do suplício, porque a saudade e a dor não têm medida:
(Sem tamanho a que sinto)
(Tremenda a minha)
Este poema merece um voto 5 estrelas. Tem essência e é transparentemente doloroso.
Meticulosamente dei por bem empregue o tempo que passei por aqui.
Uma dedicatória que a quem se dirige dificilmente ficará indiferente.
A imagem fantástica e a música complementam na perfeição.
Gostei muito.
rainbowsky
Penitenciando-me pelo atraso... Agradeço!
Olá Rainbowsky,
Devo confessar a minha surpresa pela eloquencia do teu comentário. Posso apenas garantir-te que são palavras (as minhas) que revelavam um sentimento absolutamente impossivel de conter naquele momento. Penso teres percebido essa urgencia. E é claro que quando te expressas em momentos de grande emotividade, como foi esse, "dizes" o que não compreendes ainda e que sem dúvida, a sua compreensão por outros, te ajudam tb a acalmar esse turbilhão e a racionalizar melhor
Mas o teu comentário é que é indiscutivelmente de nota 6 estrelas. Não porque percebo o teu elogio, mas pela poesia que ele encerra e capacidade de interpretaçao INQUSTIONÁVEL!
Estou-te realmente grato pelo tempo que dispensaste a este escrito, certo de que as minhas responsabilidades aumentaram.
Obrigado!
Rui
Tremenda a dor quando fugimos
Tremenda a dor quando fugimos daquilo que no fundo
Queremos correr,
Como que correndo para uma ausência,
E fugindo daquilo que no fundo sabes ser razão de dor, mas que persegues.
Gostei da tua poesia, e de ler.
e da imagem linda!linda!
Beijo
QUE ALIVIO...
Por vezes, inexplicávelmente, cada vez que percebemos que estamos a partilhar algo com alguem, e que somos entendidos através do objecto que partilhamos, a sensação de alivio é enorme. A tensão que nos leva a termos de nos expressar, parecece que se desanovia, percebendo uma certa calma retornar... Obrigado Maria!
Enorme o meu... Beijo que te deixo!