ORIGENS - Sinopse (próximo trabalho em execução) -pag 2
Continuação Pag.2
Compadre Rosmaninho achava que ele tivera sorte na vida, pois trabalhava para um homem de grande envergadura patrimonial e de respeito na região, não só em Grândola como, ainda, em todo o Alentejo. João era inteligente e compensava a simpatia do sr. Afonso, em grande dedicação e trabalho, não tanto pela jorna que era pequena mas, mais pelas modormias que lhe eram disponibilizadas, sendo uma delas, em poder habitar, com a sua mãe, numa das casas existentes dentro da herdade, e explorarem uma boa porção de terra no cultivo de produtos hortículas que, a mãe, afincadamente, sustentava com o seu permanente trabalho, obtendo um rendimento muito satisfatório além da substancial ajuda no fornecimento dos avios da sua casa e, também, do patrão Afonso.
Amílcar, concordava com Rosmaninho movendo a cabeça para cima e para baixo em sinal de aprovação à conversa do compadre ao pronunciar-se sobre a sorte do João – tinha ali o futuro dele garantido, assim tivesse juízo! já o mesmo não acontecera com ele, não por falta de tino mas sim pela má sorte que o obrigou a saír, muito novinho, da terra, deixando para trás toda a família e com a instrução primária incompleta, para empregar-se como aprendiz e moço de fretes, numa alfaitaria em Setúbal. Aí, viveu numa casa muito velha, cheirando a mofo e povoada de baratas, situada numa rua tão estreita que, o sol, nunca entrava, na companhia de uma tia, viuva, terrivelmente severa e de mau feitio, a tresandar a peixe por todos os poros do corpo, por trabalhar numa das diversas fábricas de conservas, ali existentes.Todos os Domingos era habitual embebedar-se e descarregar nele, por tudo e por nada, sem saber porquê, todas as amarguras da vida,chegando-lhe constantemente a roupa ao pelo, praguejando em grandes gritarias recheadas de palavrões de alto calibre que, ditos por ela, eram autenticas obscenidades. Cobrava-lhe grande fatia do seu magro salário. O carinho que tinha era-lhe dado, fartamente, pelasprostitutas que formigavam por onde ele passava. Tudo aturou, paciente e resignadamente, porque tinha com ele um sonho – regressar à sua terra, com algum dinheiro no bolso! Muitos sacrificios e, até muita fome tinha passado, para conseguir amealhar uns tostões. Aprendera a arte do corte, mercê da disponibilidade do patrão, por ter muita pena dele e reparado no interesse que sempre tinha demonstrado em aprender a arte, mesmo quando, no inverno, com os dedos das mãos a sangrarem pelas feridas das frieiras, do muito frio que passava. Mesmo assim, insistia em pegar na agulha com sofrimento e alinhavar as entretelas das várias peças de tecido, cortadas pelo patrão. Esta postura de sacrificio e coragem deu-lhe a oportunidade de poder regressar à terra alguns anos depois, com a arte de corte aprendida e poder,assim, realizar dois grandes sonhos: o primeiro era o de casar com a rapariga que conhecera desde pequeno e que se dedicara, entretanto, à arte da costura, o segundo:abrir um estabelecimento de alfaiataria dirigida a uma clientela dos grandes senhores quer da terra quer ,ainda, dos que vinham de fora. Começou, a dar seguimento, a uma estratégia de grande exito: a confecção de capotes alentejanos! Foi o rastilho para o sucesso - os dois bem unidos, conseguiram viabilizar os sonhos que, ele, desde muito pequeno, sempre tivera - poder prosperar na sua propria terra!
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 927 reads
other contents of Docarmo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Contos | O ILUSIONISTA | 1 | 2.682 | 03/31/2014 - 00:29 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | PERDOAR | 2 | 2.189 | 12/03/2013 - 22:39 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | ESTRANHA FORMA DE AMAR | 0 | 2.451 | 06/29/2013 - 22:50 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Se eu pudesse | 0 | 2.702 | 06/22/2013 - 14:49 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | POEMA A MEU FILHO | 0 | 1.962 | 06/21/2013 - 22:10 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Poesía | Sessão de autógrafos do Livro de Poesias "DICOTOMIAS" - Autor Hélder Gonçalves | 0 | 3.381 | 03/16/2013 - 21:01 | Portuguese |
Poesia/Amor | MEU AMOR VEM DE LONGE (Declamado) | 0 | 2.095 | 12/15/2012 - 16:19 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | OUTONO | 0 | 2.039 | 11/30/2012 - 14:47 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | NESTE DIA DE INVERNO | 0 | 2.178 | 11/26/2012 - 11:35 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Intimidades | 2 | 2.150 | 11/21/2012 - 11:53 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | HÁ POESIA | 0 | 1.918 | 11/18/2012 - 12:51 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | O DIA DA LUCIDEZ | 1 | 2.139 | 11/16/2012 - 16:51 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | VELHOS DE TODO O MUNDO III | 4 | 2.136 | 11/11/2012 - 00:40 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | DENTRO DE TI, QUANDO CORRESTE PARA MIM! | 3 | 2.898 | 10/22/2012 - 20:24 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | VELHOS DE TODO O MUNDO - II | 5 | 2.486 | 10/16/2012 - 19:01 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | DEMOCRACIA,LIBERDADE E SEUS ALGOZES | 1 | 2.368 | 07/14/2012 - 17:03 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | MEU AMOR VEM DE LONGE | 0 | 2.490 | 06/28/2012 - 14:44 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | BOM TEMPO | 1 | 2.426 | 06/21/2012 - 22:37 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | O TAL POEMA A SOFIA | 2 | 2.284 | 06/13/2012 - 10:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | TRISTEZA | 2 | 1.971 | 06/07/2012 - 23:15 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | OS MEUS LIMBOS | 1 | 2.336 | 06/07/2012 - 19:34 | Portuguese | |
Prosas/Lembranças | Susete | 2 | 2.806 | 06/01/2012 - 18:27 | Portuguese | |
Poesia/Amor | NO TEU COLO | 2 | 2.287 | 05/30/2012 - 22:36 | Portuguese | |
Poesia/Amor | SÓ TU - MEU AMOR DE ALGUM DIA | 5 | 1.816 | 05/24/2012 - 09:53 | Portuguese | |
Prosas/Romance | ORIGENS - Sinopse, Romance (próximo trabalho em execução) | 2 | 2.277 | 05/17/2012 - 19:07 | Portuguese |
Add comment