O hábito faz o monge (prefiro o provérbio assim...)
O hábito faz o monge (prefiro o provérbio assim...)
Sinto que a minha matriz de conduta se pautou por este género de provérbios, inculcados pela frequência de os ouvir, sobretudo aos avós. São a minha ética. Perdem-se no tempo. São ancestrais.
A essência do ser humano não mudou muito desde as civilizações de que temos memória. A evocação do título é apenas uma tentativa de perceber a razão de escrever quase sempre um texto em prosa, ao domingo.
Será este remansar de águas vivas, tal como as nossas vidas, demorando-se um ouco mais no interior da maior parte das pessoas?
Ao domingo o relógio devia parar, não uma paragem real, antes aquela paragem de não se querer saber se são horas disto ou daquilo. Apenas estar, saborear, degustar momentos, derretê-los na boca salivante. Prazer, entrosando o encantamento da alma com o toque sedoso de dedos imagináveis...
Gosto do cinza, os dias cinzentos em que o sol se remeteu a um merecido descanso, não me angustiam, nem me causam nostalgia. Se os não houvesse como apreciar ângulos diferentes da natureza, sentada numa mesa de um café ou esplanada, aberta à rua por largos vidros, rasgando um horizonte de fantasias?
Se vivesse mais perto do meu rio ou tivesse à beira o mar, não dispensaria de desfrutar de alguns momentos destes, preferencialmente no final da manhã.
Olhar vazio mas cheio de algo indefinido, indescritível, precisamente o contrário do que se me encaixa na retina neste momento: árvores quase despidas, preparando-se para uma noite de amor, folhas atapetando relvados e passeios, já mais amarelecidas, matizadas de uns avermelhados discretos.
Sim a natureza também tem o seu pudor. Sorrio sobre este escrito que registo com despudor. É a Eu, a alma! Não é o nome, a autora! Apenas a narradora de breves momentos de vida...
(Bem, apesar do desejo expresso, sei que terei de cumprir, mais para logo, algumas obrigações profissionais, em favor dos meus alunos ternurentos...)
Odete Ferreira 20-11-2011 (Final da manhã)
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