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Palavras rendilhadas em mantas de retalhos
Sabia-te poderosa
de encantar como as sereias.
Sequiosa também de teias
tecidas, dolentemente, nas ameias
de um castelo qualquer
onde não avisto sequer uma rosa!
Sabia-te semeadora
de jardins de flores raras
medrando só em interiores
abertos a esplendores
que se intensificam
quando pronunciadas.
Sabia-te mediadora
de conflitos aguerridos
crescendo em raivas incontidas
ressaltando o rubro do rosto
transfigurando um doce corpo.
Amava-te
de um amor apenas meu.
Sabia-te admirada
e idolatrada por poetas…
Em poesia rendilhada
subia ao azul do céu…
Sabia.
Conhecia.
Vivia
momentos encantatórios.
Sei.
Conheço.
Vivo
momentos difamatórios
descascando lembranças
nossas,
guardadas no sótão de cada uma,
amigas!
Num repente estamos eufóricas
e as palavras rendilhadas
preenchem a manta de retalhos
que arrastamos nos marasmos
da insensaboria dos dias.
Ontem, amigas, em palavras,
refizemos vidas…
OF 17-12-11 (Poema alusido ao serão pós lançamento do Ousadias de Teresa Almeida)
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Comentários
Que belo rendilhado de amigos
Que belo rendilhado de amigos e de palavras!
Eu vi rosas, cravos e castelos.
Lembro-me. Vinhas a iluminar a noite num casaquinho vermelho, entre arcos de festa. Era véspera de Natal.
E foi de festa que a minha alma se vestiu.
Adorei este poema que evoca aquela noite, o serão e o café da manhã seguinte.
É como se continuássemos a viver aqueles momentos.
Sei que as distâncias nos limitam, mas haverá outras ocasiões Rui, tenho a certeza.
Beijinhos para todos.
Xi amiga Odete.
P/Teresa Almeida (Palavras...)
Já disse tanto que não me quero repetir. Foi um poema em que as palavras que traduziram momentos se tornaram mesmo especiais...
Como és o alvo principal, fizeste bem em deixar aqui a tua marca poética!
Bjuzzzz, amiga
Eu faço ideia, a junção de
Eu faço ideia, a junção de talento por metro quadrado, existente naquela sala. Eu faço ideia o rendilhar de emoção vertido por cada poro desse talento. Sei da oportunidade que perdi de respirar esse rendilhado momento, mas sei sobrar-me a oportunidade que se chama futuro e o presente palpável em palavras como estas que de ti vertem e eu tenho a sorte de não perder...
Um grande abraço às duas...
Rui
P/ RZorpa (Palavras rendilhadas...)
Bem, Rui, sabemos o que perdemos quando não podemos estar em eventos que nos confeririam especial prazer e encantamento. Aí, tens razão!
Este poema tem um significado particular; reencontrei uma amiga que já não via há mais de 30 anos! Logo este "rendilhado de palavras" quis traduzir a tal "junção" (como referes) de sentires que, para mim, foram mesmo especiais!
Obg por teres gostada desta "montra" de palavras
Bjo