Presa no transito numa sexta à noite...
Parei.
Olhei para um lado, para o outro,
atravessei uma zebra de raciocínio,
cheguei ao outro lado do destino,
onde nunca foste transeunte...
Descobri que a mesma via ,
não tem dois lados por acaso
e é indiferente quem está no passeio da razão,
quando a solidão é a sombra que nos segue...
Avancei...
Meio depressa, meio devagar,
num limite de velocidade que permite
olhar para trás...
Tive esperança que me seguisses,
mas perdi-te pelo caminho,
num semáforo qualquer...
Esperei por ti, mais à frente,
de coração estacionado à beira da estrada,
com a luz intermitente ligada...
Engrenei a mudança do perdão,
do teu e do meu,
limpei o para-brisas, mas a brisa não te trouxe...
Fiquei parada,
de mapa na mão,
revi o percurso,o tempo perdido, o curso da via,
vazia num luto em bruto...
Fiz marcha-atrás no alcatrão do meu orgulho,
sem sinais de transito,
vezes demais, sem terem sido...
Fiquei cansada de te procurar e de parar de o fazer...
Voltei ao cruzamento em que falhámos e acabei por perceber
que durante todo este tempo,
nunca circulámos no mesmo sentido...
Inês Dunas
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Comentarios
Minha querida, amiga, Inês,
Minha querida, amiga, Inês,
entre o caos do trânsito
buscaste
quem não te buscou
resgatando teu coração.
Resgataste-o tu, no perceber afinal,
que caminhava
em sentido desigual
Espero ver-te lá pelo meu cantinho
Beijinhos mil!
Jorge Humberto
ANALOGIA
Notável analogia entre o transito caótico da cidade
e um amor que não passou de uma paixão utópica.
Um poema Maior, para o qual, e a exemplo de outros textos,
não encontro razão mas não ser comentado -
deste modo a poesia acaba por ficar adormecida nos vãos da memória.
(talvez esteja mal habituado do site de onde venho...)
Paz_coa Feliz!
Abilio Henriques.