Gratidão

Algaravia de saudade que já passou,
tive medo, pois sou feito de cristal,
e temi essa onda bruta de desilusão.
Devaneio curto, quase nem medrou,
foi uma nuvem, uma aurora boreal,
um sonho estranho, sonhado, ou não?

De tanto sentir-te perto até acreditei,
que era meu este pecado que nem vivi,
e senti-o profundo, quase uma paixão,
um pedaço de carne que toquei, ou não toquei?
Ou terei mesmo sonhado que de facto estava ali,
Tão perto, tão perto que lhe chegava com a mão.

Basta a noite cair e sinto esses tremores,
menos toque quiçá do que um ardor de frémito,
mas doendo sempre a dor de ser pancada.
Com o tempo expulsei esses horrores,
transformei-os num vapor de ar atónito,
onde antes havia o rosto de uma amada.

Obrigado, te agradeço, eu te agradeço.
Por livrares a alma deste penado,
tua imagem, um fogacho que irradia,
o castigo que sentir eu nem mereço.
Mas está longe, é um momento do passado,
morre a noite, e surge de novo o dia.

Casimiro Teixeira

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Viernes, Enero 13, 2012 - 11:04

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