Revolta cá dentro
Estou cansado de esquecer,
quero seguir em frente, mostrar peito,
gritar alto, divagar por aí, escrever um segredo,
rir, correr, amar, ser vento que assobia pelo ar,
ser parte do grande plano infinito de viver,
de estar cá, de existir, de mostrar o meu jeito,
pois estou pronto, já não tenho medo,
já não quero ficar, morrer, definhar.
Três décadas de carne aqui caminham,
roliças da parte de uma vida modorrenta,
endurecidas por feridas que não saram.
Cansada das crostas negras do esquecimento.
Não! Não serei mais daqueles que alinham,
dos pobres espíritos moldados em água barrenta,
dos que estão, que ficam, que morrem, que param.
Vou ser agora e sempre, o fôlego do momento.
O cristalizar de todos os meus anseios,
vou ser todos os momentos que ficaram encobertos.
Vou ser Homem, homem, homem... vou ser criança.
Vou esbanjar alegria pelos meus olhos abertos,
vou consegui-lo, eu sei. Por todos os fins, todos os meios,
Todos os infinitos que preenchem esta alma mansa.
Casimiro Teixeira
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