Roça de Milho
Uma lamparina acesa
na mesa posta
nada farta
pouca sopa
O candeeiro anuncia
a chegada
de visita
abre a porta
O chapéu pendura
mão cumprimenta
aproxima, abraça
e senta
Aperitivo é caninha
da roça
a moça
trás da cortina
Caldo de mandioca
couve, taioba
alguma linguiça
serve a janta
Alguns causos conta
história de caipora,
a noite anima de prosa
da gente caipira
Hora já passada
Despede da parentada
Plena madrugada
Rumo da estrada toma
Amanhã mais um dia
Afiar a enxada
Tempo de capina
Milharal já desponta a boneca
Cuidar pra colheita
Pra ser boa a safra
Poder comprar roupa nova
Querosene, arroz e manta de banha
O espantalho espanta
O corvo negro que devora
As bonecas do milho em flor ainda
Quem planta, cuida
Olha pro céu cinza
Faz prece pra cair chuva
Para nascer forte espiga
Virar cural, fubá,
Depois, levar pra feira
Preparar com água quente, palha e linha
a saborosa pamonha, que delícia
ou assar a espiga, passar manteiga de garrafa.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 23-fev-2012, homenagem aos agricultores familiares de todo o Brasil que tem na plantação do milho e de outros gêneros alimentícios, a esperança de dias melhores.
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