VELAS AO VENTO

VELAS AO VENTO

 

Velas que rasgam o vento

Nas vagas sentidas do tempo

Enfunadas ao céu se erguem

Lamentam o tempo que perdem

 

Velas salgadas no mar doce

A esperança espera por elas e trouxe

Os ventos que tanto desejam

Dão trabalho aos que as manejam

 

Velas santas prenhes de vento

Correm a barca no seu momento

Que sulcam na ira dos mares

Na mira de imensos olhares

 

Velas tristes, muito cansadas

Nos mastros estão penduradas

Esperam o vento que já não vem

Deixam a barca ao sabor do além

 

Velas brancas da cor da paz

 Levam saudades escondidas atrás

Deixam lágrimas em cima do cais

Cheias de suspiros e muitos ais

 

Velas molhadas de beijos amorosos

Estão ao sol  e aos ventos formosos

Matam saudades dos tempos ausentes

Dos amores que esperam contentes

Velas paradas já não navegam

Não rasgam os ventos onde estejam

Estão velhas e cansadas de velejar

Estão em terra com desejos de amar

 

 

 

 

2005 - Estêvão 

 

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Martes, Junio 26, 2012 - 09:09

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José Custódio Estêvão

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