CEDO APRENDI

CEDO APRENDI

 

Aprendi a ser homem ainda criança

Pelas dificuldades que me dão importância

Cedo comi o pão que o diabo amassou

Muito cedo a minha infância acabou

 

Aprendi a passar fome desde que nasci

Até ser homem e, sempre assim cresci

Corri para a vida atravessando tempestades

Que me cercearam as minhas liberdades

 

Aprendi a não chorar, quando chorar eu queria

Sorria quando tinha fome e chorava quando comia

Sonhava nos meus sonhos que queria ser menino

E depositava muitas esperanças no meu destino

 

 

Aprendi a fazer os meus próprios brinquedos

Com eles aprendi a lutar contra os meus medos

Fazia barcos, flechas e muitos outros bonecos

Fazia uns com cabelos e outros todos carecos

 

Aprendi a jogar com uma linda bola de trapo

Com os meus calções feitos num farrapo

Chegava a casa para tentar algo de comer

Minha mãe não tinha nada estava a coser

 

Aprendi a gostar da escola de barriga vazia

Aprender as primeiras letras e os números eu queria

Depressa os desenhei com tinta de choco e uma pena

De uma forma impressionante e muito serena

 

Aprendi a viver com a pobreza sempre contente

Mas, tinha dentro de mim uma esperança latente

Queria ser como outros meninos bem vestidos

Criado com muito amor e poucos castigos

 

Aprendi a crescer por minha conta e risco

No meio do nada ao nada eu assisto

Olhando o mar e os barcos na faina da pesca

Que para mim era sempre um dia de festa

 

Aprendi a ser homem com exemplos nobres

Vindos dos meus pais, embora muito pobres

Hoje sinto orgulho da sua eterna memória

Por fazerem parte da minha eterna história

 

 2005-Estêvão

Submited by

Martes, Junio 26, 2012 - 09:27

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

José Custódio Estêvão

Imagen de José Custódio Estêvão
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 2 años 37 semanas
Integró: 03/14/2012
Posts:
Points: 7749

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of José Custódio Estêvão

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General AS ONDS DO MAR 6 7.451 06/17/2021 - 19:46 Portuguese
Poesia/Meditación Pensamento 1 5.640 06/17/2021 - 19:45 Portuguese
Poesia/Meditación Pensamento 1 4.740 06/17/2021 - 19:40 Portuguese
Poesia/Amor Três coisas 2 4.475 12/12/2019 - 17:00 Portuguese
Poesia/Fantasía O MEU NOME 0 4.585 12/14/2018 - 10:36 Portuguese
Poesia/Meditación O TEMPO LEVA TUDO 0 5.401 09/28/2018 - 14:56 Portuguese
Prosas/Pensamientos 34- O HOMEM 6 9.309 03/21/2018 - 15:04 Portuguese
Poesia/Amor VERMELHO 0 5.796 09/04/2017 - 09:13 Portuguese
Poesia/Amor UMA ORQUÍDEA PARA TI 0 13.117 07/17/2017 - 09:50 Portuguese
Poesia/Meditación AS PEDRAS DOS RIOS 0 10.410 06/07/2017 - 08:54 Portuguese
Prosas/Pensamientos PENSAMENTOS 34 0 7.272 05/24/2017 - 10:09 Portuguese
Poesia/Amor AMO-TE COMO ÉS 0 5.830 05/24/2017 - 09:59 Portuguese
Poesia/Meditación SABER SER FRELIZ 0 5.062 05/09/2017 - 15:51 Portuguese
Poesia/Amistad TU 0 12.585 04/21/2017 - 10:52 Portuguese
Poesia/Meditación PARA DE TE QUEIXAR 2 4.904 03/26/2017 - 19:34 Portuguese
Poesia/Meditación PARA QUÊ MATAR? 5 6.371 03/24/2017 - 11:31 Portuguese
Poesia/Meditación CHEGAR, VER E VENCER 0 7.782 03/13/2017 - 14:57 Portuguese
Poesia/Amor BEIJOS TEUS 0 4.976 02/22/2017 - 10:12 Portuguese
Poesia/Amor OLHANDO O MAR 0 5.858 02/08/2017 - 10:26 Portuguese
Poesia/Amor SAUDADE 0 7.647 02/01/2017 - 10:29 Portuguese
Poesia/General FRIO 0 6.660 01/26/2017 - 10:27 Portuguese
Poesia/General FRIO 0 5.659 01/26/2017 - 10:23 Portuguese
Poesia/Fantasía AS ONDAS DO MAR 0 5.213 01/11/2017 - 09:49 Portuguese
Poesia/Meditación AMANHECEU OUTRA VEZ 0 6.065 01/04/2017 - 11:22 Portuguese
Poesia/Alegria RIR 0 6.802 12/21/2016 - 09:58 Portuguese